A Rússia acompanha atentamente a situação no Afeganistão não só devido à experiência da União Soviética entre 1979 e 1989, mas também porque a retirada das tropas ocidentais pode desestabilizar a situação na Ásia Central e no Cáucaso.
Os analistas russos consideram que, na fase inicial da intervenção norte-americana, os êxitos das tropas de Washington foram inegáveis.
"Até 2003, os talibãs não apresentavam séria resistência, ficava-se com a impressão de que eles tencionavam chegar a um acordo", escreve Nikita Mendkovitch, analista do Centro de Estudos Contemporâneos do Afeganistão.
"Porém, depois, eles mudaram de tática. Por isso, em 2008, os talibãs conseguiram regressar em muitas províncias e apenas Cabul goza de relativa segurança", acrescenta.
Depois de tomarem consciência do erro dessa estratégia, os americanos tiveram de a rever. Em 2009, o Presidente Obama sancionou o envio para o Afeganistão de mais 30 mil homens.
"Começaram verdadeiros combates, a coligação passou a combater em terra: Construir postos de controlo, realizar ataques, cercar as posições dos talibãs, tomá-las e, depois, a realizar buscas, ou seja, a empregar, na prática, a tática russa na Chechénia. Como resultado, as coisas passaram a estar a favor da coligação", acrescenta Mendkovitch.
Os analistas russos divergem quanto ao futuro do Afeganistão depois da retirada das tropas dos Estados Unidos e da NATO.
"É impossível prever como se irá desenvolver a situação militar, mas sem dúvida que o futuro governo do Afeganistão será de coligação, os talibãs vão fazer parte dele. Será triste se forem os talibãs de Hakkani", considera Alexei Malachenko, do Centro Carnegi de Moscovo.
"Nós, agora, vemos no Afeganistão o que se passava na Chechénia em 2004: os terroristas pareciam encostados às cordas, a luta nas frentes tinha praticamente terminado, mas deu-se um surto de terror: Escola de Beslan, assassinato de Akhmat Kadirov. Trata-se do desenvolvimento lógico da guerra terrorista, quando a guerra de frentes termina e aparecem recursos para realizar ações terroristas mediáticas e eficazes", defende Mendkovitch.
Este analista está convencido que os talibãs não vão conseguir reunir forças para reagir se a coligação manter a actual dinâmica até 2012, mas frisa que isso não é um dado adquirido.
Moscovo receia que se repita o "cenário soviético", ou seja, que o actual regime em Cabul não resista após a retirada das tropas da coligação ocidental.
"A probabilidade do regresso dos talibãs ao poder é alta, as conversações de paz com os Estados Unidos são para eles um passo tático, mas, depois da saída das tropas, o regime de Karzai não aguentará", pensa Vladimir Sotnikov, analista do Instituto de Relações Internacionais da Academia das Ciências da Rússia.
"A chegada ao poder dos talibãs é perigosa porque pode desestabilizar a situação na Ásia Central e no Cáucaso do Norte russo", sublinha.
Daí a importância que a Organização do Tratado de Segurança Coletiva, que reúne a Rússia, Bielorrússia, Arménia, Cazaquistão, Quirguistão, Uzbequistão e Tadjiquistão, concede ao reforço do seu papel nessas regiões. Nessa organização discute-se a possibilidade de aprovar um documento que preveja a intervenção de tropas de um dos membros "em caso de instabilidade".
"Vemos como de forma surpreendente a saída dos americanos do Afeganistão coincide com o aparecimento de certos contingentes militares junto das fronteiras russas no Tadjiquistão. Começarão provocações, tentativas de exportar o radicalismo islâmico. Por isso, os Estados Unidos não estão interessados na reconciliação nacional no Afeganistão", estima o historiador e escritor Nikolai Starikov.
"Eles precisam, nessa região, de uma caldeira instável, da qual salte agressão contra os países vizinhos. Mas podem-se enganar", conclui.
5 comentários:
Previsões ( 2012 á 2018) - PARTE 01
a) O governo instaurado pela América no Afeganistão vai cair... O Taleban vai voltar! (2012)
b) O governo instaurado pela América no Iraque vai cair... O Irã vai se apossar!!! (2012)
c)O Irã irá fazer o primeiro teste de sua ogiva nuclear termobárica de 500 megatons e irá mostrar mais 40 ogivas similares á usada no teste. Em seguida irá fechar o Estreito De Ormuz e irá transferir 10 de suas ogivas para a Sìria. (2013)
d) O governo instaurado pela América e a NATO na Líbia vai cair... Simpatizantes de Ghadafi vão se apossar! (2013)
e) O governo instaurado pela CIA no Egito vai cair... Grupos fundamentalistas islâmicos xiitas vão se apossar do poder! (2013)
f) A Turquia vai se voltar contra Israel, e em uma coalizão com Jordânia, Egito, Arábia Saudita e com o apoio do Paquistão, irão lançar um ataque apocalíptico contra Tel Aviv, abrindo caminho para as tropas que irão vir de todas as direções. Israel será uma "Faixa de Gaza", e a terra será devolvida aos palestinos! (2014)
g) A China vai invadir Taiwan e em 6 horas Taipei será integrada á Terra Mãe!!! (2015)
h) Guerra civíl no Paquistão e tomada de poder por militares paquistaneses simpatizantes da Al Qaeda e anti-americanos (2016)
i) Índia invade o Paquistão, Paquistão contra-ataca com mísseis nucleares contra as 10 cidades indianas mais populosas, e a ìndia faz o mesmo (2017)
j) Coréia do norte lança um ataque contra Seul (2018)
k) Confronto naval entre China e Estados Unidos, devido á questão das ilhas Parecel, no Sudeste Asiático... No confronto, um navio russo é afundado pelos yankees e a Rússia entra no Combate como aliado da China (2018)
Estão deixando o Iraque e Afeganistão. A pergunta óbvia: qual será a próxima guerra que os EUA irão começar, claro, sempre a pretexto de salvar o mundo das ameças do mal?
Os norte-americanos estão a planear manter um contingente de 10.000 homens no Afeganistão, com uma grande conponente de forças especiais ("Boinas Verdes", SEALS, Deltas e unidades da CIA).
A missão destas forças será a de aconselhamento, treino, acompanhamento e monitorização das forças afegãs as quais, na sua maioria, parecem ser muito fracas, corruptas e desmotivadas. Há excepções, por exemplo Divisão de Cabul (monitorizada por portugueses), mas no geral o nível é bastante baixo.
O que se prevê é que as forças regulares afegãs mantenham o controlo das zonas urbanas mas que os Taliban consigam recuperar terreno na província. Caberá às forças especiais norte-americanas, em conjunto com os comandos afegãos, efectuar os necessários golpes de mão para eliminar grupos de guerrilha inimigos.
Contudo, as populações dessas regiões provinciais tenderão, por convicção ou necessidade, a apoiar os taliban, o que dificultará as operações "políticas" e de recolha de informações por parte das forças governamentais.
Assim, parece-me que no final os talibãs acabarão por ganhar a guerra, por exaustão do adversário, por terem uma moral mais elevada (se morrem têm direito a X virgens, etc.), e por estarem a combater no seu meio populacional pashtune.
O que a Rússia deverá fazer, se é que não o está a fazer já, é voltar a apoiar os outros dois grupos étnicos afegãos, os tajiques e os uzebeques, Tentando formar desde já uma Aliança do Norte, que foi o que a Rússia fez durante os tempos do AS Massoud. O problema é que agora já não existe um líder da craveira extraordinária do Leão do Panshir para liderar tal aliança anti-Taliban.
Também será necessário estender esse apoio aos governos do Tajiquistão, Quirguistão e, se esse país o aceitar, Uzebequistão. Só em conjunto se poderá conter essa futura ameaça.
Gostei do destaque da palavra 'Afeganistão', como sempre, o blog se inova constantemente.
previsões da mae dináh hahaha
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