Governo angolano à procura de investimentos russos na economia angolana

O Governo angolano tenta atrair investimentos russos na economia de Angola, frisando que criou boas condições para atrair capitais estrangeiros.

Kiala Gabriel , Secretário de Estado para a Indústria, declarou, na conferência: “Angola no séc. XII: Uma economia em crescimento”, que estão criadas condições para que o investimento estrangeiro no seu país.

“Estabilidade política, incentivos fiscais, quadro legal propício, instituições bancárias bem estruturadas, livre repatriamento de lucros e total proteção dos investimentos”, enumerou ele hoje.

O Secretário de Estado apontou novos objetivos económicos de Angola até 2025.

“Estabilização macroeconómica, reabilitação e modernização das infraestruturas, apoio ao setor privado, melhoria do emprego e das remunerações”, precisou.

Segundo ele, “o setor público define a estratégia, mas o setor privado é o principal motor de crescimento económico”.

O Secretário de Estado para a Indústria frisou também que  as autoridades angolanas estão interessadas em diversificar o tecido económico do país.

Por isso, apontou alguns ramos abertos ao investimento estrangeiro: “indústrias ligadas aos setores agro-industrial, materiais de construção, indústria automóvel, eletrónica, petroquímica e outros”.

O director do departamento  para África do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Andrei Komarov, considerou  que o fórum económico deve revelar as novas perspectivas de Angola, tendo em conta a concretização dos projetos angolanos traçados por altura do encontro dos presidentes José Eduardo dos Santos e Dmitri Medvedev, a 26 de junho de 2009, em Luanda.

“Notamos com agrado que, nos últimos anos, Angola começou a recuperar do conflito armado que durou muitos anos. O desenvolvimento socioeconómico do país tem  adquirido uma dinâmica positiva e está a crescer bem”, sublinhou, reconhecendo que é por isso que a economia angolana tem sido atrativa  para investidores estrangeiros.

Para Andrei Komarov, Angola é um dos principais e seguros parceiros da Rússia no continente africano, dai que tem estado a cooperar vários domínios, tais como na exploração mineira (projeto Catoca) e na energia hidroelétrica (Gamek), na formação de quadros, na saúde pública e na banca.

No próximo ano,  a comissão mista inter-governamental de ambos os  países deverá reunir-se, em data por definir, na Rússia, para avaliar o estado da cooperação entre os dois países, com destaque para os sectores económico, científico e comercial, bem como algum dos projetos já em execução.

“Temos em alta conta as relações com o vosso país, que sempre foi e continua a ser um dos nossos parceiros mais seguros no continente africano”, reafirmou, adiantando que existem recursos para futuras parcerias no domínio das tecnologias, em particular o sistema angolano de telecomunicações  por satélite.

Em 2010, o valor das transações comerciais entre os dois países rondou os 50 milhões de euros.