quarta-feira, janeiro 18, 2012

Grupo de intelectuais cria Liga dos Eleitores para controlar eleições na Rússia

 
Um grupo de intelectuais russos anunciou hoje a criação da organização social Liga dos Eleitores, que terá como objetivo controlar a transparência das eleições na Rússia.
Leonid Parfionov, conhecido apresentador de televisão russa, declarou: “Amadureceu uma nova disposição social, votar em consciência, compreender para onde vai o nosso voto”.
Segundo ele, " Eleições livres consistem não só em quem e como deposita o boletim de voto, mas também na existência de órgãos de informação e tribunais independentes, de possibilidades iguais para os eleitores. Por isso, formámos a Liga”, declarou hoje aos jornalista,
Parfionov anunciou que esta liga foi criada por 16 cidadãos da Rússia, entre os quais se encontram  conhecidos escritores como Boris Akunin e Liudmila Ulitzkaia, a apresentadora de televisão Tatiana Lazareva, o sociólogo Dmitri Orechkin, o músico Iúri Chevtchuk e vários jornalistas de renome.
Leonid Parfionov lançou um apelo às filhas de Vladimir Putin para que contem ao pai as posições dos 52 milhões de russos que usam Internet, pois o primeiro-ministro russo, ao contrário do actual Presidente, Dmitri Medvedev, é conhecido por não utilizar novos meios de comunicação.
Estes intelectuais estiveram entre os organizadores das manifestações de protesto contra as eleições parlamentares, realizadas em 10 e 24 de dezembro e que reuniram dezenas de milhares de pessoas em Moscovo.
“O nosso trabalho consiste em garantir eleições transparentes, em acompanhar o processo de votação, em denunciar fraudes, bem como manter a atividade dos cidadãos depois de 04 de Março”, afirmou a jornalista Olga Romanova, uma das criadoras desta nova organização.
Segundo ela, “podem aderir à Liga cidadãos, movimentos, organizações, quem quiser”.
Rustem Adagamov, outro dos organizadores, frisou que “a Liga dos Eleitores não tenciona transformar-se num partido político, nem tem políticos nas suas fileiras”.
Entretanto, políticos participantes das manifestações de 10 e 24 de dezembro criaram outra organização: o Movimento Civil.
Boris Nemtsov, um dos dirigentes da oposição não representada no Parlamento, esclareceu que “não se trata de cisões no seio da oposição, mas da divisão de tarefas”.
Estas duas organizações, bem como outras forças políticas, tencionam realizar mais uma numerosa manifestação em Moscovo no dia 04 de fevereiro, a um mês das eleições presidenciais.
A Comissão Eleitoral Central da Rússia já registou as candidaturas à presidência do país de Vladimir Putin, primeiro-ministro, Guennadi Ziuganov, dirigente do Partido Comunista, Vladimir Jirinovski, líder do Partido Liberal-Democrático, e Serguei Mironov, dirigente do Partido Causa Justa.
O magnata russo Mikhail Prokhorov, o líder do partido liberal Gregori Iavlinski e Dmitri Mezentzev, governador da região siberiana de Irkust, devem apresentar até ao fim da tarde de hoje na Comissão Central um mínimo de dois milhões de assinaturas de eleitores.
Esta Comissão deverá verificar a legalidade dessas assinaturas até 29 de janeiro e registar ou não essas candidaturas.

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