segunda-feira, janeiro 23, 2012

Putin considera que querem destruir Rússia da mesma forma que destruíram URSS

O primeiro-ministro e candidato a Presidente da Rússia, Vladimir Putin, considerou hoje que existem forças que querem destruir o seu país através dos mesmos processos utilizados para provocar a queda da União Soviética.
Putin sublinha que o povo e a cultura russas constituem o eixo que une a civilização russa única.
“E é justamente esse eixo que toda a espécie de provocadores e nossos adversários tentam destruir na Rússia, essas tentativas são acompanhadas de afirmações completamente falsas sobre o direitos dos russos à autodeterminação, sobre a “pureza da raça russa”, bem como sobre a necessidade de destruir completamente o império que é suportado pelo povo russo”, escreve ele, num artigo publicado no diário Nezavissimaia Gazeta.
“E tudo isso tem por objetivo obrigar as pessoas a destruir a sua própria pátria”, frisou.
Segundo ele, as tentativas de pregar ideias sobre a construção de um Estado russo monoétnico entram em contradição com a história milenar do país.
“Diria mais, isso constitui a via mais curta para a destruição do povo e do Estado russos”, sublinhou.
No mesmo artigo, Vladimir Putin critica o multiculturalismo numa época em que as correntes migratórias podem mudar o aspeto de continentes inteiros.
“O cadinho da assimilação funciona mal e com falhas, não é capaz de “digerir” a corrente migratória crescente. Um reflexo disso na política é o “multiculturalismo”, que nega a integração através da assimilação”, considera ele.
“O multiculturalismo absolutiza o “direito da minoria à diferença”, ao mesmo tempo que não nivela convenientemente esse direito: os deveres cívicos, comportamentais e culturais em relação à população autóctone e à sociedade em geral”, acrescenta.
O primeiro-ministro russo constata que “em numerosos países formam-se comunidades nacional-religiosas fechadas que não só se recusam a deixar assimilar, como também a adaptar-se”.
Segundo ele, isso provoca o aumento da xenofobia e das forças que “propõem a assimilação forçada, ao mesmo tempo que se agrava bruscamente o regime de imigração”.
Porém, Putin defende que, na Rússia, a situação é diferente.
“Os nossos problemas nacionais e migratórios estão diretamente ligados à destruição da URSS”, afirma.
“Quando o país [URSS] ruiu, vimo-nos, em algumas regiões, para lá da fronteira da guerra civil, e precisamente numa base étnica. Conseguimos apagar esses focos com uma enorme tensão de forças, com grande número de vítimas. Mas isso não significa que o problema não esteja na ordem do dia”, constata ele.
Vladimir Putin termina o seu artigo com as palavras do filósofo russo Ivan Ilitch: “Todos devem poder orar à sua maneira, trabalhar à sua maneira e é preciso envolver os melhores na construção estatal e cultural”.

4 comentários:

FAB-1980 disse...

A Rússia precisa manter a sua integridade territorial, investindo pesado em infra-estrutura, educação e dando mais oportunidades para as populações do Cáucaso e Sibéria.

Ao mesmo tempo, precisa investir em segurança interna, destinando mais recursos para o Ministério do Interior e para as forças policiais, equipando-os e treinando-os, pois a Rússia é um país complexo etnicamente, e existem grupos de pessoas querendo a desintegração do território russo.

E deve-se combater a xenofobia á todo custo, pois é inadmissível para um país multicultural como a Rússia. O povo russo deve aceitar a sua nação como ela é: uma nação multicultural com muçulmanos, cristãos ortodoxos e outros grupos religiosos. A Rússia tem que adotar uma política de liberdade religiosa.

E acredito que uma nova agencia federal deveria ser criada, nos mesmos moldes do FBI, para investigar e prender conspiradores contra a integridade da nação, que estão cometendo crimes federais, contra a nação.

Anónimo disse...

Todo o poder aos sovietes !


Edmundo Dantas

Anónimo disse...

Putin e Medvedev são duas bestas satânicas. Mandem-nos para o inferno que eles adoram.

Fernando Negro disse...

O que Putin diz não é mera "teoria" ou sequer uma "tese". Mas sim um facto, que é já sabido por quem está atento à - e bem informado sobre a - real política ocidental.
Não aquela política que é reportada pela imprensa controlada (a da "Face Oculta" e afins), mas sim a verdadeira política, que é sabida por quem faz um esforço por se informar a sério sobre o Mundo à sua volta e que é apenas discutida nos bastidores.
A Rússia é, neste momento, o único inimigo sério dos planos de dominação mundial das elites ocidentais, que no passado foram responsáveis, entre outras coisas, pela Revolução Bolchevique e pelo desmembramento da União Soviética. E a actual óbvia estratégia ocidental de combate à Rússia passa, mais uma vez, pela tentativa de desmembramento do seu inimigo. Dividindo-o em partes mais pequenas para, deste modo, enfraquecer o seu poder. (A velha táctica do "dividir para conquistar".)
Putin e outros sabem disto e estão a tentar evitar que a Rússia caia, mais uma vez, (tal como aquando do período, antes e pós, queda da URSS) sob o controlo das elites ocidentais e que tomem o lugar dele uns quaisquer fantoches, que na verdade sirvam interesses estrangeiros, tal como foi o caso do Gorbachev e do Ieltsin.
Para quem está bem informado, este tipo de discurso é, mais um vez, o reconhecimento público do que é sabido nos bastidores.
Mas para quem não está, ele deverá ser encarado com um sério aviso. Pois estas elites ocidentais estão a fazer muito mais do que tentar destruir a Rússia por dentro.
O sistema de defesa antimíssil que está a ser montado na Europa é uma óbvia tentativa de impedir uma retaliação russa a um ataque nuclear que está a ser seriamente ponderado. Pois, enquanto lá estiverem o Putin e companhia, não me parece que o Ocidente vá ser bem sucedido na sua tentativa de destruir a Rússia por dentro.
Quem saiba ler castelhano ou inglês (ou mesmo ler os seus livros traduzidos para português), esteja atento ao que o ex-KGB Daniel Estulin vai dizendo.