quinta-feira, fevereiro 23, 2012

Putin radicaliza discurso e apela ao nacionalismo russo


O primeiro-ministro e candidato a Presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu apoio aos milhares de manifestantes que se reuniram no Estado Olímpico da capital russa para continuar o seu trabalho em defesa do país.Putin declarou que não permitirá a ingerência nos assuntos internos da Rússia.
"Não permitiremos que alguém se ingira nos nossos assuntos internos, não permitiremos que alguém nos imponha a sua vontade, porque nós temos a nossa vontade, ela sempre nos ajudou a vencer", frisou Putin perante uma gigantesca multidão.
Segundo a polícia, no Estádio Luzhniki juntaram-se mais de 130 mil pessoas.
O mais provável vencedor no escrutínio de 04 de março disse querer unir o país e aconselhou a oposição a "não olhar para fora da fronteira".
"Peço a todos que não olhem para o estrangeiro, não andar às escondidas e não trair a pátria, mas estarem juntos connosco, trabalhar para ela e para o povo", exclamou, sendo estas palavras recebidas com gritos de apoio.
"Sonho em que sejamos felizes! Mas como fazer isso? O principal é estarmos juntos", acrescentou.
No dia em que a Rússia celebra o dia das Forças Armadas, Putin afirmou: "Aqui estão os verdadeiros defensores da Pátria!"
"O combate pela Rússia continua. A vitória será nossa!", concluiu.
Discursando antes de Putin, o presidente da Câmara de Moscovo, Serguei Sobianin, apelou aos cidadãos da Rússia a fazerem a opção correta e a não permitirem convulsões.
"Sabemos a que levam as promessas dos políticos. Por vezes, elas levam à destruição total do país e à miséria das pessoas. Voltam a chamar-nos para as barricadas, apelam-nos a destruir tudo o que foi feito e a começar tudo de novo. Nós acreditamos nesses políticos? Não!", exclamou Sobianin.
O candidato comunista ao cargo de Presidente da Rússia, Guennadi Ziuganov, acusou os organizadores da manifestação de apoio a Vladimir Putin de terem obrigado pessoas a participar.

"Trabalhadores vieram ter comigo e disseram que iam participar na manifestação de apoio a Putin, pois, caso contrário, seriam despedidos dos seus empregos", denunciou perante cerca de dois mil apoiantes.

A imprensa russa denuncia casos em que manifestantes de outras regiões da Rússia foram trazidos para Moscovo de comboio e autocarro para se juntarem aos apoiantes de Putin.

No dia das Forças Armadas, Ziuganov apelou aos militares que "defendam o povo".

"Se eu for eleito Presidente, serei dirigente de todos e da Pátria. A saída da crise deverá ser para todos", acrescentou, frisando também que não permitirá “a desintegração do país”.

O líder ultranacionalista, Vladimir Jirinovski, apareceu perante os cerca de mil apoiantes vestido com uma farda de coronel.

"Fui oficial do Exército Soviético e prestei serviço em zonas de guerra: no Cáucaso", explicou.

Jirinovski prometeu que, caso seja eleito Presidente, enviará o milionário Mikhail Prokhorov "para o local onde se encontra Khodorkovski".

"Não iremos perder muito tempo em conversas com Prokhorov", frisou.

Mikhail Khodorkovski encontra-se a cumprir uma pesada pena de prisão por "branqueamento de capitais e fuga ao fisco".

As eleições presidenciais vão realizar-se a 04 de março.

6 comentários:

@kosk_orr disse...

O meu avô era um soldado na Primeira Guerra Mundial.

Quando ouvindo "Os sons estridente da guerra WWI", a actual situação da Rússia deixa-me ainda mais pesaroso.

http://identidadenova.ru/2012/02/23/%D0%BF%D0%BE-%D1%81%D0%BB%D0%B5%D0%B4%D0%B0%D0%BC-%D0%B7%D0%B0%D0%B1%D1%8B%D1%82%D1%8B%D1%85-%D1%81%D1%80%D0%B0%D0%B6%D0%B5%D0%BD%D0%B8%D0%B9-wwi-history-267th-infantry-regiment-imperial-russian-a/

FAB-1980 disse...

O tema deste artigo: "Putin radicaliza discurso..." é um pouco agressiva. Eu acho que Putin não fez muito diferente do que qualquer candidato á presidente em qualquer país faria em um discurso.

A verdade é que Vladimir Putin tem mais simpatizantes do que não-simpatizantes na Rússia. Todo essa tempestade de manifestações contra Putin representa a minoria da população russa. E as pesquisas também confirmam isso.

Eu respeito a oposição do sr. Milhazes, mas tudo indica que Vladimir Putin irá sentar na cadeira do Kremlim, ainda no 1º turno.

É bem melhor do que se qualquer um dos outros candidatos estivessem no seu lugar eleito. Porque a Rússia será melhor governada por Putin, que conta com uma vasta experiencia política.

Eu não estou dizendo que Putin é o melhor para a Rússia. Só estou dizendo que Putin é o melhor entre todos os candidatos atuais!

Putin não é eterno, mas a Rússia é! Mas á curto prazo, o melhor para a Rússia é Putin!

Carnaval Sony disse...

Esta gentalha discursiva é como as visitas inesperadas:só sabemos o quão valiosos são os gravadores ocultos quando gravamos quem vem para nossa casa fazer o que não deve a falar de mais. Ou, de forma mais simples: apanham-se mais depressa os mentirosos que falam do que os que estão calados.É o que dá ter Q.I. de urso.

Europeísta disse...

O que leva o cidadão de um país que nao a Rússia apoiar Putin? Não entendo isso! Os "adversários" nessas eleições não são, de fato, Adversários. Putin é nacionlista e tem muitas coisas do comunismo (ele é ex-agente da KGB), então esses outros 2 que participam das eleições são meras figuras decorativas. Por isso a eleição é decidida facilmente no primeiro turno. Lembrem-se, a candidatura do candidato do Iabloko foi recusada.

Panilas para a Antártida disse...

O Jirinovsky tem de enviar o Putin com Prokhorov e também Medvedev todos para o mesmo sítio. É que estes três não vivem uns sem os outros. Adivinhem lá os porquês.
-------------------
Corre um boato que o Prokhorov diz muito "break a leg" e até tira fotos agarrado a um joelho. Parece que o Obama também se anda a agarrar ao mesmo joelho. Sem dúvida que se trata de um "basket case". Mas é mais provável ter a ver com outras nets do que com a equipa de basket.

Jest nas Wielu disse...

Estranho e vergonhoso é o silêncio Ocidental. Por exemplo, se na reportagem da RTPi, Eugeni Mouravich falou sobre a aderência claramente não voluntária das pessoas presentes em Luzhniki (transporte, almoço, pessoas saiam do turno da noite (!) e eram enfiados nos autocarros), mas no mesmo dia, no outro reportagem da Márcia Rodriguês, ela NUNCA (!) se referiu a isso, pelo contrário sempre dizendo que “Putin reuniu, etc”. Aljazeera English até mostrou um dos presentes que disse abertamente que foi obrigado a ir, senão seria despedido do serviço...