quinta-feira, maio 03, 2012

Explosões no Daguestão podem ter provocando cerca de 20 mortos

 Duas explosões próximo de uma esquadra policial em Makhachkala, capital do Daguestão, uma república da Federação Russa no Norte do Cáucaso, provocaram hoje cerca de 20 mortos e mais de 20 feridos, noticia a RIA Novosti.
Os mortos resultantes do ataque, constituído por dois atentados com bombas, são seis polícias, três membros do Ministério federal das Situações de Emergência e vários civis.
Fontes hospitalares estimaram o número de feridos entre 25 e 30.
A primeira explosão, um aparente ataque suicida realizado com um automóvel armadilhado, ocorreu perto de uma esquadra nos arredores da cidade, cerca das 22:10 (19:10 de Lisboa).
A segunda registou-se cerca de 10 minutos depois, quando um veículo com socorristas chegou ao local da primeira explosão.
Os ataques às forças de segurança, aos polícias e a civis continuam a ser frequentes na região, mais de uma década depois do fim da guerra da Rússia contra os separatistas na República da Chechénia.
Um agente policial admitiu que as explosões se devessem a um ataque terrorista.
O presidente do Daguestão, Magomedsalam Magomedov, encurtou a sua deslocação a Moscovo e está de regresso à República.
O Cáucaso do Norte continua a ferro e fogo, digam o disser no Kremlin. A política de Moscovo em relação a essa região não tem dado os frutos desejados. Os meios financeiros para a região continuam a desaparecer nas areias da corrupção.
A troco de grande apoio financeiro enviado por Moscovo, o presidente tchetcheno, Ramzan Kadirov, mantém a situação aparentemente controlada na sua região, mas estes atentados mostram que se trata apenas de um controlo aparente, pois há muito que ele saiu da Tchetchénia e alargou-se a toda a região.
No Daguestão, os gigantes investimentos na equipa de futebol do Anji, como era de esperar, não resolveram problema nenhum dessa república, mas se os milhões despendidos em jogadores fossem investidos noutros sectores da economia, talvez as coisas estivessem melhor.

7 comentários:

Pippo disse...

Se os milhões fossem investidos "noutros sectores da economia", os ataques continuariam pois os membros da "linha dura" dos terroristas combatem por um "Estado Islâmico" e não por um "Estado social".

Europeísta disse...

Os russos são tão burros que ao incentivarem a secessão daquelas duas regiões da Geórgia, eles de fato estimularam ainda mais esses grupos rebeldes a buscarem a independencia dessas regiões. Só serviu pra criar instabilidade numa região já delicada.

Eu duvido se aquela região não fosse rica em petróleo os russos teriam qualquer interesse nela.

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Caro Pippo, no Daguestão, a situação ainda permitiria reduzir a base dos islamitas se fosse prestada maior atenção no combate à corrupção, ao nepotismo, à criação de postos de trabalho. O problema é que Moscovo apenas aposta na vertente militar, o que faz radicalizar mais a situação.

Jest nas Wielu disse...

Uma anedota ucraniana atual diz que o Euro-2012 foi transferido para a Chechênia e Dagestão...

PEDRO LOPES disse...

"Caro Pippo, no Daguestão, a situação ainda permitiria reduzir a base dos islamitas se fosse prestada maior atenção no combate à corrupção, ao nepotismo, à criação de postos de trabalho. O problema é que Moscovo apenas aposta na vertente militar, o que faz radicalizar mais a situação."

Dr Milhazes. Não conhecendo eu as bases do terrorismo do Cáucaso, afigura-se no entanto a sua tese um pouco gasta e cheia de retórica(Perdoe-me a frontalidade e discordância).

Que sentido pode fazer um estado como o Russo que é tão vasto desprezar especificamente aquela região em detrimento de outras?

Porque não se sublevam as populações da Sibéria e do extremo oriente?

Podemos ver aqui analogias com a Líbia e Síria.
Na líbia os problemas começaram apenas numa cidade:Bengazi. Porque raio havia o Kaddafi de desprezar e oprimir especificamente as pessoas de Bengazi em detrimento das restantes?

O mesmo acontece na Síria, onde a base do combate ao regime de Assad se fez sempre a partir de Homs e não de damasco. Será que Assad odeia as gentes de Homs? E porque em Damasco e outras cidades foram realizadas varias manifestações em apoio de Assad?

E evidente que estas cidades foram usadas de fora como base de operações e não propriamente como movimentos de contestação de politicas.

Da mesma forma para mim os problemas do Cáucaso, só existem porque existe apoio externo a uma minoria radical. Quem está por detrás desse apoio não sabemos.

A maioria dos tchechenos quer pertencer á Rússia, isso é inequívoco.

Eu sei que alguém virá responder em forma de ironia que é a CIA e tal, e que o Poder Russo necessita de inimigos externos etc.

Mas foram os EUA que inventaram mais inimigos externos para fins geo-politicos até hoje, como os vietnamitas, os Sovieticosas, as armas de destruição do Sadam(Vendidas pelos EUA), a Alquaeda (Braço da CIA no MO), o Malvado do Kaddafi, o Assad etc.

Haja paciência.

E os Bascos?
São terroristas, claro?
E o IRA? Obviamente terroristas não é?

Mas os tchechenos não. São cidadão revoltados com Moscovo.

PEDRO LOPES disse...

Já agora, continuando..

Acha que a Tchechecia e outras regioes do caucaso tem de ser tratadas como a Madeira?

Dar-lhes tudo e mais algua coisa senão os meninos zangam-se?
E fazem chantagem com a independência?

Sinceramente, dois pesos e duas medidas.

Wandard disse...

"se fosse prestada maior atenção no combate à corrupção, ao nepotismo, à criação de postos de trabalho. O problema é que Moscovo apenas aposta na vertente militar, o que faz radicalizar mais a situação."

A primeira parte desta retórica me faz recordar os anos no qual o PT não estava no poder no Brasil, era a crítica ao então regime pós ditadura e o foi no tocante ao nepotismo e a falta de novos postos de trabalho na Ditadura. Hoje vemos o resultado do combate à corrupção, ao nepotismo e o número de postos reais de trabalho criados, e a bolha só cresce na ilusão. Acho interessante pois é um discurso comum dos que são ou foram ideólogos da esquerda.

A segunda parte, mais específicamente "vertente militar", parece ser uma opção diferente dos Estados Unidos em toda a sua história até os dias atuais e mais ainda figurativa da Otan, esta por sinal só presta ajuda humanitária como na Líbia e sua atuação é só para cumprir a resolução da ONU e manter uma zona de exclusão, os mísseis que mataram crianças, mulheres e idosos, despencaram por acidente e o aumento em volume e qualidade das armas dos rebeldes, foram originados dos três desejos concedidos pelo gênio da lâmpada perdida de Aladim. :o)