No próximo dia 7 de Maio termina o mandato de Dmitri Medvedev no Kremlin. Hora de balanço, pode-se dizer que este político entrará na história como aquele que foi o "Presidente faz de conta".
No início do mandato, em 2008, alguns acreditaram que se tratava de um político capaz de trazer algo de novo à vida social, política e económica da Rússia, de ser um contrapeso em relação a Vladimir Putin, o velho/novo Presidente, mas tal não aconteceu. Ele serviu apenas para dar constitucionalidade à manutenção de Putin e do seu grupo no poder.
Em Setembro do ano passado, no congresso do Partido Rússia Unida, ambos reconheceram que a troca de cadeiras tinha sido acordada anteriormente, restando apenas saber se existe uma data final para o termo do acordo.
Ninguém tem dúvida que Putin era quem mandava, manda e continuará a mandar no país e Dmitri Medvedev aceitou desempenhar o papel ingrato de cobertura. Todas as iniciativas avançadas por ele ficaram por realizar. No campo interno, não realizou o programa prometido de modernização económica do país. O país continua a ser totalmente dependente dos preços do gás e petróleo nos mercados internacionais.
No campo externo, o "reinício" das relações russo-americanas também não teve resultados visíveis.
Por isso, nada nos pode levar a esperar que Dmitri Medvedev venha a ser um primeiro-ministro autónomo e forte. Tudo indica que irá ser um dos elos da cadeia de poder criada por Putin. Sendo assim, o velho/novo Presidente irá continuar a política interna e externa que tem vindo a realizar há já 12 anos consecutivos.
Apenas com uma diferença substancial, o Kremlin enfrenta uma forte onda de descontentamento da parte da sociedade civil e as condições em que o dueto irá governar pode ser muito diferente. A oposição ganha força, mas precisa de se organizar.
Esta oposição ainda não tem capacidade de disputar o poder a nível nacional, mas já conseguiu alguns resultados a nível local.
Não prevejo revoluções na Rússia, mas se Putin não realizar uma política diferente, de aposta na real modernização e diversificação da economia, o país poderá ter de vir a enfrentar graves problemas. Como já foi dito, a Rússia viva apenas à custa da venda de gás e petróleo, por isso continuará vulnerável à política externa.
4 comentários:
Eu jurava que o Medvedev iria se sublevar e se desligar de Putin. Eu imaginava que ele poderia mesmo buscar ter vida própria e ambição político, que ele teria, como qualquer ser humano, ter vaidade e buscar ser por si mesmo. Mas que engano! Ele foi tão subserviente como jamais se viu em políticca mundial. Eu cheguei a acreditar inclusive que ele seria o homem que iria modernizar a Rússia.
Então Milhazes, não vai a nenhuma das manifs, pro e contra Putin, ou vai às duas?
Caro leitor, infelizmente, não posso ir a nenhuma. Mas vou estar atento.
De acordo com uma postagem anterior o Sr. Milhazes está devendo a presença em uma manifestação a favor de Putin devidamente registrada com foto para mostrar a imparcialidade como jornalista e a tranquilidade no decorrer da manidestaçào :o)
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