terça-feira, outubro 09, 2012

Pintor surrealista português Santiago Ribeiro expõe em Moscovo

 


 

O pintor surrealista português Santiago Ribeiro expõe algumas das suas obras no âmbito da iniciativa "Géisers do Subconsciente-8", que reúne obras de 67 pintores, escritores, poetas e escultores de 13 países.
O artista português trouxe à capital russa dois quadros: "Surreal Mass Production" e "Surreal Fruit Mill", que podem ser adquiridos por colecionadores russos por uma quantia entre 10 e 15 mil euros.
Andrei Nekrassov, organizador da exposição na Rússia, declarou à Lusa que já há vários anos que colabora com o pintor português.
"Santiago Ribeiro ajuda-me a dar a conhecer novos nomes da pintura surrealista russa na Europa e eu contribuo para que obras de pintores surrealistas europeus entrem no mercado russo", revela Nekrassov.
No entanto, o artista russo reconhece que o surrealismo na Rússia não vive os seus melhores dias.
"O surrealismo era muito popular na era de Gorbatchov, mas agora tentam-nos impor a moda do conceptualismo, quadrinhos de várias cores e outros tipos de porcarias", lamenta ele.
"Além disso, a situação na Rússia é tão surrealista que os nossos quadros se confundem com a realidade. Daí termos de lutar para que o surrealismo volte a provocar interesse neste país", acrescenta Nekrassov, com uma grande gargalhada.
Porém, o artista russo anunciou a realização de mais uma grande exposição de obras surrealistas em Moscovo, onde estarão também obras de Santiago Ribeiro.
José Manuel Santiago Ribeiro é natural de Coimbra. Em 2007, ingressou na Escola Superior de Educação de Coimbra. Organizou e participou em diversas exposições individuais e colectivas por todo o País, encontrando-se a sua obra representada em diversas colecções particulares, estando também representado na coleção de Arte Contemporânea do Museu Nacional Machado de Castro e na Fundação Bissaya Barreto, em Coimbra.
Alen Malier, pintora russa, queixa-se também da ingerência crescente da Igreja Ortodoxa Russa na cultura.
"Este meu quadro chamava-se Pomba de Noé, mas para que não seja mal entendida, passei a chamar-lhe Pomba da Paz", reconhece à Lusa.
"Saltamos do séc. XXI para o XII, arriscamo-nos a assistir a uma nova onda de inquisição", considerou Nekrassov.
Anastasia Fomina, jovem pintora da Bielorrússia, tenta trazer novos temas ao surrealismo.
"Eu introduzi a pintura sacramental no surrealismo. Considero que em qualquer pessoa reside a natureza divina", explica ela.

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