*** Por José Milhazes, da agência Lusa ***
Moscovo,
28 nov (Lusa) - Stanislav Mikos nasceu em Kiev, na União Soviética, em
1980, mas foi viver para os Açores quando tinha apenas seis anos. Filho
de pai polaco e mãe russa, este cidadão português voltou "às origens"
para criar o Centro Cultural Português na Rússia.
"O meu pai foi
dar aulas de música para Portugal, apaixonou-se pelos Açores e decidiu
ficar. Eu não sabia falar uma palavra em português, mas rapidamente
aprendi na escola, era um dos melhores alunos", recorda, num português
impecável.
Depois da escola açoriana, foi estudar para o Porto, onde estou música e letras.
"Em
2006, aceitei o desafio de representar uma empresa portuguesa de
imobiliário em Moscovo. Era a primeira vez que visitava a capital
russa", declara Stanislav à Lusa.
"Paralelamente, estudei relações económicas internacionais em Moscovo, deixando para melhores dias a música", acrescenta.
Quando
estudava no Porto, Stanislav Mikos, dava aulas de português a
professores russos que chegavam a Portugal para lecionar em
universidades e institutos superiores portugueses, mas nunca lhe passou
pela cabeça a ideia de criar uma escola de língua portuguesa em Moscovo.
"Em
2008, devido à crise financeira, o negócio do imobiliário terminou,
mas, antes, eu já tinha começado a criar a escola de português. A ideia
partiu da diplomata portuguesa Graça Pereira, que me dizia que a
embaixada recebia frequentemente telefonemas de pessoas que queriam
saber onde se podia estudar a língua de Camões", precisa.
Foi assim que surgiu a ideia de criar um local para dar aulas de português.
"A
partir daí, foi sempre crescer. Começámos com oito alunos e fiquei
muito surpreendido com a grande procura que gozava o ensino da língua
portuguesa na Rússia. Como a maioria dos nossos alunos são empresários,
funcionários de empresas, as aulas têm lugar à noite e no fim de
semana", acrescenta.
Stanislav Mikos já não se recorda de quantos
alunos passaram pela escola, que, mais tarde, se transformou no Centro
Cultural Português em Moscovo, mas tem a certeza de que "foram já mais
de mil".
"Presentemente, a escola é frequentada por 110 alunos, mas a tendência é para esse número aumentar", conclui.
Sem comentários:
Enviar um comentário