Putin
considera que escudo antimíssil norte-americano ameaça neutralizar potencial
nuclear russo
O sistema de defesa antimíssil norte-americano a instalar na
Europa ameaça neutralizar o potencial nuclear da Rússia, declarou Vladimir
Putin numa conferência de imprensa para jornalistas russos e estrangeiros.
“Já
dissemos várias vezes que vemos uma ameaça quando os nossos parceiros criam
semelhantes sistemas, isso pode levar à neutralização, se não respondermos, do
nosso potencial nuclear, o que viola consideravelmente o equilíbrio estratégico
no mundo”, acrescentou.
Semelhante
equilíbrio protege toda a humanidade de grandes conflitos militares depois da
segunda guerra mundial.
“Há
muitos conflitos pequenos, mas graças a Deus que não há grandes. Superámos a
Crise das Caraíbas porque existia esse equilíbrio, ninguém quer a destruição
mútua”, frisou.
Putin prometeu responder ao escudo antimíssil na
Europa se não for possível chegar a um acordo com a NATO.
“Pelo
menos fixemos no papel algo de caráter jurídico que garanta que isso não é
contra nós. Mas até isso nos recusam. Temos de tomar medidas de resposta”,
continuou.
Moscovo
exige garantias da NATO de que o sistema de defesa antimíssil na Europa não
visa neutralizar as forças estratégicas russas, mas a Aliança limita-se a
promessas verbais que o Kremlin não aceita.
Putin reconhece ser "mau cristão" e responder à chapada numa face
O Presidente russo
Vladimir Putin considera-se um “mau cristão”, porque não considera correto
expor a sua face da cara, preferindo responder às agressões, nomeadamente nas
relações internacionais.
“No que respeita à
retórica anti-americana, anti-ocidental ou em relação a outro país, não
precisamos de semelhante anti-retórica. Ela é sempre prejudicial. Mas nós
convosco, ou melhor, eu sou mau cristão quando batem numa face, é preciso
colocar a outra, mas eu, por enquanto, ainda não estou moralmente pronto para
isso”, declarou numa conferência de imprensa.
“Se nos derem uma
chapada, devemos responder. De outro modo, vão dar-nos sempre chapadas”,
frisou.
Putin considera
que os Estados Unidos violam os direitos humanos e, por isso, não têm direito a
pregar sermões à Rússia.
“Eles estão
enterrados até às orelhas numa dada consistência , mas atiram as culpas
para cima de nós. Isso é incorreto. A opção não é nossa, nós não provocamos
ninguém, provocam-nos”, declarou.
Putin respondeu
assim à aprovação pelas autoridades americanas da “Lista de Magnistki”, lei que
proíbe a entrada nos Estados Unidos de pessoas envolvidas na morte do advogado
russo Serguei Magnitski.
A Duma Estatal
(câmara baixa) do Parlamento Russo aprovou uma lista de resposta, que alguns
observadores consideram que poderá deteriorar ainda mais as relações entre
Moscovo e Washington.
“Repito: estou
pronto para analisar se a resposta é adequada ou não. Não estamos interessados
na deterioração de relações com quem quer que seja”, concluiu.
Putin
não se preocupa com Assad, mas com o que irá depois acontecer na Síria
O Presidente russo Vladimir Putin disse hoje não estar
preocupado com o destino do seu homólogo sírio Bashar Assad, mas com o que irá
acontecer na Síria de pois da sua queda.
“O
que se passa na Líbia? Os conflitos continuam, mataram o embaixador
norte-americano. Quer que se repitam os erros na Síria? Não estamos preocupados
com o destino de Assad, preocupa-nos o que vai acontecer depois. Não queremos
uma luta eterna”, precisou numa conferência de imprensa.
“Essa
região não fica próxima, não nos preocupam os nossos interesses, porque aí são
poucos. Assad visitou mais vezes Paris do que a Rússia”, acrescentou.
“Defendemos
que a Síria não se desintegre e reine a paz aí. Inicialmente, as pessoas devem
chegar a acordo sobre a forma como dirigir o país e depois começar a mudar, e
não ao contrário. É impossível uma solução militar. O que lá acontecer deve
deopender do povo sírio”, frisou.
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