quinta-feira, fevereiro 21, 2013

Pussy Riot: um ano depois

 
Duas mulheres foram interpeladas hoje na Catedral de Cristo Redentor, de Moscovo, quando tentaram depor flores para assinalar a "oração punk" contra Putin, cantada pelo grupo contestatário Pussy Riot há um ano.
Segundo a imprensa russa, as duas mulheres foram conduzidas a uma esquadra da polícia. Uma delas Elena Volkova escreveu na sua página na internet: "Prometem pôr-nos o cérebro no sítio na Clínica Servski".
Esta clínica de Moscovo é famosa por, na era soviética, ter sido um dos centros da luta contra os dissidentes anticomunistas.
"Elas serão postas em liberdade depois de uma conversa", disse um porta-voz da polícia à agência Interfax.
Irina Katsuba e Elena Volkova, duas professoras da Universidade de Moscovo, foram interpeladas de manhã na catedral ortodoxa, onde as Pussy Riot interpretaram, há um ano, uma canção punk onde pediam à Virgem Maria que livrasse a Rússia de Vladimir Putin.
"Nós enfiámos capuchos e tentámos depositar flores perante os ícones", declarou Karsuba.
Abordadas por polícias sobre a ação, ela respondeu: "Celebramos o aniversário de um acontecimento que mudou o nosso país".
Das cinco membros das Pussy Riot, três foram detidas, acusadas de "holiganismo motivado por ódio religioso", julgadas e condenadas a penas de prisão.
Nadejda Tolonnikova, 23 anos, e Maria Aliokhina, 24 anos, cumprem atualmente penas de dois anos em prisões dos Urais e da região da Mordóvia. Uma terceira, Iekaterina Samutsevitch, viu a sua pena suspensa.
Recentemente, concederam uma entrevista ao jornal Novaya Gazeta, em que Alikhina confessou que teme pela sua vida depois de receber ameaças de morte de várias presas que cumprem longas penas por assassinato e tráfico de drogas.
Ambas as jovens, que têm filhos de tenra idade, consideram-se inocentes e insistem em que a sua ação era política e não estava dirigida contra os crentes ortodoxos.
O Presidente russo, Vladimir Putin, apoiou várias vezes a pena de prisão, enquanto que o primeiro-ministro, Dmitri Medvedev, considera que as jovens já pagaram um preço bem alto pela sua ação.
A justiça russa considerou extremista o vídeo do grupo punk e as autoridades tentaram bloquear o seu acesso em todo o território nacional.
Este caso dividiu a sociedade russa e teve forte repercussão internacional.
Artistas como Madonna ou Yoko Ono manifestaram publicamente o apoio às jovens.

3 comentários:

Pippo disse...

Se a sua acção era política e não estava dirigida contra os crentes ortodoxos, elas só tinham era de protestar numa das mesquitas de Moscovo ou melhor ainda, na Chechénia, onde a sua acção faria correr ainda mais tinta (e provavelmente algo mais do que isso).

PEDRO LOPES disse...

na Chechénia, onde a sua acção faria correr ainda mais tinta

Tinta de cor avermelhada........



ups...

Anónimo disse...

Pessoalmente, acho que elas deveriam ter arranjado um sítio melhor para fazerem tal coisa; e usar um local religioso para debater um assunto político é uma ofensa à própria religião, isso quer queiram quer não, ofende os crentes, como eles dizem, é uma blasfémia.
Senhor José podia me explicar o porquê de Putin ter despachado os oligarcas? Quem eram os oligarcas? Dizer que oligarcas são a famosa "máfia Russa" é incorreto? E se sim, será que Putin fez bem em despachar a dita "máfia"?