Mikhail Fedotov, dirigente do Conselho junto do Presidente da Rússia para Direitos Humanos, acusou as autoridades de inventarem pretextos para fazerem inspeções nas ONG’s russas, chegando a exigir planos de combate às ratazanas.
“Claro que se
trata de uma séria falha, mas isso não tem qualquer ligação com o extremismo,
só se supor que as ratazanas são utilizadas como meio de guerra biológica”,
declarou nele numa conferência de imprensa.
Fedotov está
convencido que a situação das Organizações Não Governamentais russas irá
deteriorar-se e pediu ao Ministério Público que apresente um balanço neste
campo”.
“Nós pedimos ao
Ministério Público que participe na reunião do nosso conselho e apresente
resultados das inspeções. Esperamos ver esse relatório em abril e discuti-lo”,
acrescentou.
O dirigente desse
órgão consultivo junto do Kremlin assinalou que o objetivo das inspeções das
ONG’s não é bem claro.
“Queríamos dirigir
um apelo ao Ministério Público, porque se tratam de inspeções dele. Mas, em
muitos casos, participam representantes de outros órgãos de controlo, o que é
possível, por um lado. Mas, por outro lado, coloca-se a questão: para quê?”,
interrogou.
“Que têm a ver com
as inspeções as finanças, os bombeiros ou o controlo alimentar? Ou existem
indícios de que nessa ONG se fabricam explosivos? Acho que não há razões para
essas suspeitas”, frisou.
Nos últimos dias, as autoridades russos fizeram inspeções numa centena de associações, incluindo a Memorial, principal ONG dos direitos humanos na Rússia, e a representação da Amnistia Internacional.
Estes controlos
estão ligados a uma lei que entrou em vigor no final de 2012, que obriga as
ONG’s que recebem financiamento estrangeiro e com atividade política a
registarem-se no cadastro de “agentes estrangeiros”.
As autoridades
russas dizem que estas “inspeções estavam há muito planeadas”, mas as ONG’s
chamam a atenção para o facto de terem sido inspecionadas há muito pouco tempo.
Segundo os
resultados de uma sondagem hoje publicada pelo Centro de Estudo da Opinião
Pública, 63 por cento dos inquiridos consideram que os direitos humanos não são
respeitados no país, enquanto 27 têm uma opinião contrária.
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