quinta-feira, março 28, 2013

ONG russa investigada por não ter plano de combate às ratazanas


Mikhail Fedotov, dirigente do Conselho junto do Presidente da Rússia para Direitos Humanos, acusou as autoridades de inventarem pretextos para fazerem inspeções nas ONG’s russas, chegando a exigir planos de combate às ratazanas.
“Claro que se trata de uma séria falha, mas isso não tem qualquer ligação com o extremismo, só se supor que as ratazanas são utilizadas como meio de guerra biológica”, declarou nele numa conferência de imprensa.
Fedotov está convencido que a situação das Organizações Não Governamentais russas irá deteriorar-se e pediu ao Ministério Público que apresente um balanço neste campo”.
“Nós pedimos ao Ministério Público que participe na reunião do nosso conselho e apresente resultados das inspeções. Esperamos ver esse relatório em abril e discuti-lo”, acrescentou.
O dirigente desse órgão consultivo junto do Kremlin assinalou que o objetivo das inspeções das ONG’s não é bem claro.
“Queríamos dirigir um apelo ao Ministério Público, porque se tratam de inspeções dele. Mas, em muitos casos, participam representantes de outros órgãos de controlo, o que é possível, por um lado. Mas, por outro lado, coloca-se a questão: para quê?”, interrogou.
“Que têm a ver com as inspeções as finanças, os bombeiros ou o controlo alimentar? Ou existem indícios de que nessa ONG se fabricam explosivos? Acho que não há razões para essas suspeitas”, frisou.


Nos últimos dias, as autoridades russos fizeram inspeções numa centena de associações, incluindo a Memorial, principal ONG dos direitos humanos na Rússia, e a representação da Amnistia Internacional.
Estes controlos estão ligados a uma lei que entrou em vigor no final de 2012, que obriga as ONG’s que recebem financiamento estrangeiro e com atividade política a registarem-se no cadastro de “agentes estrangeiros”.
As autoridades russas dizem que estas “inspeções estavam há muito planeadas”, mas as ONG’s chamam a atenção para o facto de terem sido inspecionadas há muito pouco tempo.
Segundo os resultados de uma sondagem hoje publicada pelo Centro de Estudo da Opinião Pública, 63 por cento dos inquiridos consideram que os direitos humanos não são respeitados no país, enquanto 27 têm uma opinião contrária.

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