segunda-feira, julho 01, 2013

Trio luso-nipónico conquista a simpatia dos melómanos russos, mas irrita "avozinhas"




                                Duo luso

                                         Ouvintes concentrados

                                              Implacável avozinha russa

                       O trio na rua à chuva 
 
O trio luso-nipónico, constituído pelo pianista Pedro Emanuel Pereira, pelo violinista Álvaro Pereira e pelo violoncelista Makio Horie conquistaram,  a simpatia e os aplausos dos melómanos russos com a sua mestria musical.
O concerto destes três jovens músicos, realizado com o apoio do Instituto Camões e a Embaixada de Portugal na Rússia, decorreu, no domingo ao fim da tarde, na bela Sala Miguel Ângelo do Museu de Belas Artes Pushkin de Moscovo, um dos mais conceituados da Rússia.
Na primeira parte do concerto, o duo luso interpretou a Natureza morta para violino e piano (1942) do compositor português Joly Braga Santos, a Sonata para violino e piano, lá menor (1886) do compositor belga César Franck e a Sonata Nº2 para violino e piano, lá maior, op.100 de Johannes Brahms.
Na segunda parte, ao dueto português juntou-se o violoncelista japonês Makio Horie para interpretarem o Trio Nº 3 para violino, violoncelo e piano, dó menor, op. 101 de Johannes Brahms.
A julgar pela reação dos numerosos ouvintes, os jovens músicos mostraram um alto nível de execução e uma maturidade caraterística de alunos que estão a terminar os seus estudos nos dois maiores conservatórios russos: Moscovo e São Petersburgo.
O pianista Pedro Emanuel Pereira nasceu em 1990 em Guimarães. Depois de estudar piano na Companhia da Música em Braga e na Academia de Música de Guimarães, o músico ingressou no Conservatório de Moscovo, onde estuda no quinto ano.
Paralelamente aos estudos, Pedro Pereira atua em numerosos concertos, tendo obtido vários prémios nacionais e internacionais: foi vencedor por três vezes do Concurso Nacional de Piano “Florinda Santos” em S. João da Madeira, obtendo ainda o 1º prémio nos concursos internacionais de piano “cidade do Fundão”, “cidade de Vigo”, “cidade de Lleida” e “cidade de S. Sebastien”.
O violinista Álvaro Pereira, também de Guimarães, estuda no 4º ano do Conservatório de Rimski-Korsakov, em São Petersburgo. Ao mesmo tempo, tem realizado concertos em várias cidades russas e portuguesas. Álvaro e Pedro Emanuel atuaram no Paço dos Duques de Bragança, no âmbito de Guimarães 2012 – capital europeia da Cultura.
A única dissonância no concerto foi provocada pelo “zelo excessivo” das avozinhas que guardam as salas do Museu Pushkin de Moscovo.
O concerto deveria começar às 17 horas, mas sofreu um atraso de cerca de 45 minutos devido a uma forte tempestade que atingiu Moscovo. Mas como o museu encerra às 19 horas, uma das velhotas decidiu, alguns minutos antes da hora de encerramento, aproximar-se dos músicos e “aconselhar-lhes” a acabarem o concerto o mais rápido possível.
“Pode parecer incrível, mas tive de acelerar a interpretação da última peça”, declarou à Lusa Álvaro Pereira.
Terminado o concerto, os espetadores mal tiveram tempo para aplaudir ou dar os parabéns aos músicos, pois um grupo de avozinhas, acompanhado por um polícia, apressou-se a despejar a sala. Os cumprimentos e as entrevistas tiveram de realizar-se na rua, onde chovia copiosamente.

4 comentários:

Anónimo disse...

Tem um senão a noticia - os espetadores. Não concebo que houvesse lá alguém para espetar fosse o que fosse. Talvez para ouvir...mas esses eram os espectadores que tem a particularidade de o seu "C" não ser mudo e portanto não se perder nem nessa coisa aberrante a que chamam acordo ortográfico.
fm

RioD'oiro disse...

"Terminado o concerto, os espetadores mal tiveram tempo"

Era uma tourada?

Pippo disse...

Ai, as babushki, as babushki... tststs

Parabéns aos actuantes (com C) :)

Anónimo disse...

Falta de educação russa. Típica...