A
propósito dos meus livros «Golpe Nito
Alves» e outros momentos da história de Angola vistos do Kremlin” e “Cunhal,
Brejnev e 25 de Abril”
Recordei-me
da letra desta canção hoje de manhã quando deparei com novas críticas ao meu
livro “Cunhal, Brejnev e 25 de Abril” de pessoas que ainda não o leram.
No
fundo, as críticas resumem-se a insinuações e acusações sem fundamento e
concentram-se principalmente na questão de se parte do arquivo da PIDE foi ou não
desviado pelo KGB soviético com a ajuda do PCP ou não.
Depois
da reação do PCP, que foi publicada ainda o livro não estava à venda, e de
outros “camaradas” ou “companheiros de viagem”, fico ainda mais convencido de que
“aqui há mesmo gato”.
As
provas avançadas por esse setor baseiam-se fundamentalmente no facto de as
declarações virem de “traidores”.
HÉLIO BERNARDO LOPES, antigo
professor e membro do Conselho Científico da Escola Superior da Polícia,
escreve no jornal “Farol da Nossa Terra”: “Pois,
surgiu agora um livro de José Milhazes, sobre que foi entrevistado no Jornal
das 9, e onde referiu o livro de um antigo traidor soviético, Oleg Kalugin, que
foi em tempos do KGB e vive hoje nos Estados Unidos, e um outro de Mitrokin,
também antigo espião e traidor”.
Não
será caso para dizer: “Chamem a polícia!” (tenho todo o respeito pela polícia e
pelas pessoas que velam pela segurança dos cidadãos!)
Deixando
de lado os “traidores”, ou seja todos aqueles que não estão de acordo com os
comunistas e seus aliados, gostaria de sublinhar uma vez mais que no meu livro
há dados novos, nomeadamente a descoberta de um espião soviético que trabalhava
para a CIA e foi descoberto precisamente com a ajuda dos arquivos da PIDE/DGS.
E este facto não foi contestado por ninguém.
No
início, fui acusado de pretender denegrir Álvaro Cunhal, agora, nalguns
blogues, já sou acusado de publicar o livro para influir nos resultados das
eleições autárquicas!
É
de assinalar que, em geral, as “críticas” vindas do PCP e arredores não destacam
outros momentos no livro de primordial importância para a compreensão do papel
de Portugal na Guerra Fria e na luta entre a URSS e os Estados Unidos, a ação
das várias forças políticas portuguesas no PREC, etc.
Como
não se pode proibir a publicação de um livro que se desvia da história e
iconografia criadas pelo PCP, com falsificações e retoques à mistura,
insulta-se o autor. Já vi isso nalgum lado! Se bem me recordo, isso era prática
corrente em regimes ditatoriais como o nazismo na Alemanha e o estalinismo na
URSS, e é noutras filiais desses regimes espalhadas pelo mundo.
10 comentários:
Tenho sido muitas vezes criticado por comentar o que penso sempore da maneira que penso, por vezes isso incomoda muita gente, agora nunca me deu para criticar aquilo que nunca li.
Tenho sido criticado muitas vezes por comentar assunto da maneira que penso e como penso, isso por vezes parece incomodar muita gente tornando-me talvez muitas vezes indesejado mas nunca me deu para criticar obras que nunca li.
Força, José Milhazes! Essa gentinha, resquícios dos velhos tempos da cortina de ferro, já só vai dando uns latidos pois que nem se pode dizer que ladra, quanto mais morder. Até porque a idade há muito lhes retirou os dentes. Eles que admitam que o regime que defendem foi responsável por muitas centenas de milhares de mortos em vários pontos do planeta e que mantém, ainda, na sinistra Coreia do Norte, tenebrosos gulag (perdoe-me a redundância).
Ainda ontem este livro foi comentado no programa "Sociedade das Nações", na SIC.
Gostei do post-scriptum... :) eheheh
Típica falta de sofisticação, por parte dos comunistas.
Tivesse eu no seu lugar, estaria a rir-me imenso com este tipo de críticas - as quais, até, só aumentaram a minha curiosidade pelo livro...
Fico com pena de não poder ter comparecido ao lançamento do mesmo em Lisboa. Mas, obrigado, desde já, pelo serviço público que já pude ver que prestou com a publicação do mesmo.
E, a propósito deste seu antagonismo com o PCP (e, só responda a isto, se quiser, tiver tempo e também paciência para tal) aproveitava para lhe perguntar duas coisas, acerca das quais fiquei curioso (e que não faço, de modo algum, por ter alguma coisa a ver com a sua notória independência, enquanto historiador)...
- Percebo que você é agora um crítico deste partido, onde militou. Mas, continua você a considerar-se um socialista (agora, mais "libertário")? (Pode, por exemplo, deixar aqui alguma hiperligação para onde já tenha exposto a sua actual posição política?)
- E, outra coisa pela qual fiquei também com curiosidade... Qual é a sua posição política quanto à União Europeia, que agora governa Portugal? (Pergunto isto, porque já pude ver um vídeo de um discurso seu onde defendia a sua componente internacionalista (e, será que também(?) capitalista(?))... (Se tiver também alguma hiperligação para onde já tenha respondido a isto, será mais simples aqui deixá-la, do que ter o trabalho de me estar a responder.)
Atenciosamente,
Fernando Negro
E o Fernando Negro ficou sem resosta. Talvez porque "nem todos os que riem das algemas são livres" como se diz no "Dr. Jivago".
António, não se preocupe com o Fernando Negro, pois eu costume responder aos comentários.
Fernando, eu continuo a ser adepto da justiça social, igualdade de oportunidades, solidariedade e humanismo. Os regimes do norte da Europa são aqueles com que mais me identifico.
Quanto à UE, encontra-se num impasse perigoso. Gostaria de ver a Europa uma federação de Estados iguais, democráticos, um pólo importante na política mundial. Hoje, a UE é um saco de gatos.
Ah.
Muito obrigado pela resposta. :)
Pois... É porque estava curioso em saber de que ponto-de-vista é que - não só é escrito este livro, mas também, e acima de tudo - vêm as suas opiniões, expressas neste blogue.
Fico então mais esclarecido.
Felicidades,
Fernando Negro
Publiquei:
http://historiamaximus.blogspot.pt/2013/10/ou-estas-quietinho-e-caladinho-ou-levas.html
Espero que não se importe de eu ter adicionado o video da música que refere no artigo.
Cumpts,
JJHN
Khe Sanh
«««««Eles que admitam que o regime que defendem foi responsável por muitas centenas de milhares de mortos em vários pontos do planeta»»».
Podia ter sido assim como diz, mas não foi.
No entanto esses tiveram a superioridade moral de reconhecer os seus erros e parar com as essas supostas "matanças" há muitas décadas.
Mas o seu BANDO continua nos dias de hoje a provocar centenas de milhares de vitimas inocentes com o bjetivo único de saquear os seus despojos.
Precisa que lhe lembre o Afeganistão, Iraque, Líbia e Síria?
«««««« e que mantém, ainda, na sinistra Coreia do Norte, tenebrosos gulag»»»»»»».
Deseja que lhe prove que o sistema social nas Filipinas é mais sinistro e desumano que na Coreia do Norte?
Apresento-lhe as provas que pretender!
Quanto ao GULAG.
Já os Centros Penitenciários tinham sido extintos na URSS havia uns bons aninhos, ainda era negado aos Índios e Negros Americanos mijar nos mesmos "penicos" dos brancos.
Isto para não lhe lembrar aqueles que eram linchados na via publica em rituais macabros só por terem a cor da pele escura.
Quer que lhe diga até quando esses atos vergonhosos foram permitidos?
Khe Sanh
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