O
apoio ao governo de Kiev veio de onde menos se esperava, de Alexandre
Lukachenko, Presidente da Bielorrússia e aliado de Vladimir Putin.
Numa
entrevista ao canal de televisão russa NTV, Lukachenko manifestou-se
“categoricamente contra” a federalização da Ucrânia,
sublinhando que isso é perigoso para todos: para a Bielorrússia,
Rússia e Ocidente.
“Se
quiserem conservar a Ucrânia como Estado único, e eu quero isso que
a Ucrânia seja um Estado único e monolítico, não se deve realizar
a federalização. Isso será a desintegração total da Ucrânia
amanhã, a destruição do Estado”, frisou.
Além
disso, Lukachenko reconheceu a legitimidade do actual Presidente
interino da Ucrânia.
Esta
posição do Presidente bielorrusso parece dever-se à sua vontade de
se aproximar um pouco da União Europeia, pois, como já ficou
provado, Putin não é parceiro fiável e é preciso encontrar
contrapesos à política do Kremlin.
Entretanto,
separatistas e homens armados e bem organizados, que fazem lembrar os
destacamentos “desconhecidos” na Crimeia antes da sua anexação,
continuam a desestabilizar a situação no Leste e Sul da Ucrânia.
Porém,
desta vez, as autoridades políciais e armadas de Kiev parecem
dispostas a não permitir o cenário da Crimeia, tanto mais que, no
Leste e no Sul, são muitos os que continuam a defender a integridade
do seu país.
O
ministro do Interior fala num agente do Serviço de Segurança da
Ucrânia morto e 5 feridos em Slaviansk, um dos principais centros do
conflito entre adeptos e adversários da federalização da Ucrânia.
Em
Kharkov, 50 pessoas ficaram feridas nos confrontos.
A
Ucrânia promete apresentar nas conversações de Genebra, marcadas
para o dia 17 de Abril, provas de que os serviços secretos russos
estão por detrás dos separatistas, mas é muito provável que
Moscovo não esteja presente nessa reunião, pois nenhum dos seus
ultimatos foi aceite.
Entretanto,
torna-se cada vez menor a possibilidade de realização de eleições
presidenciais no prazo previsto: 25 de Maio, em todo o país, o que
continuará a dar pretexto ao Kremlin para se imiscuir nos assuntos
do país vizinho.
A
Ucrânia mergulha numa guerra civil sem que se deslumbre a forma de
pôr fim a este perigoso conflito no centro da Europa.
13 comentários:
Se não houver federalizacao haverá um banho de sangue. Os ucranianos russos serão exterminados. Os nazis ocidentais vingar-se-ao do período soviético nas pessoas actuais do oriente russófilo. Os EUA são uma federação, a Alemanha, a Bósnia, o Brasil, a suíça e muitos mais que não me lembro. Claro que aqui a federalizacao vai dar poder a quem não se revê na política europeia. Por isso há que ser contra e não permitir. Chega de hipocrisia.
João Adélio
Eu este tempo todo a pensar que o Lukashenka, por ser aliado do Putin, era um ditador malévolo, e agora parece que é um gajo porreiro que até reconhece o novo e, pelos vistos, legítimo governo kievita! :0)
Continuo é sem perceber como é que os russos "desestabilizam" a situação na Ucrânia. Estarão então contra os desejos da maioria da população? Ou será que essa mesma população está maioritariamente contra as novas autoridades de Kiev?
E quem é que desestabiliza, os que querem mandar na sua terra, ou aqueles que querem impor o seu novo poder através das armas?
E que conversações serão essas em Genebra na qual só uma das facções ucranianas é que pode estar presente? Porque é que os golpistas podem estar presentes mas não podem os contra-golpistas? Uns têm mais legitimidade do que os outros?
Na minha modesta opinião um estado Ucraniano dentro das actuais fronteiras só poderá existir se for de alguma maneira não 'hostil' a Moscovo. Politicamente este governo não tem legitimidade para negociar ou impor o que quer que seja. A afronta a Russia levará inevitavelmente a divisão da Ucrania. Vamos aguardar para ver.
O Lukashenko que trate do seu quintal é que se não se põe fino não tarda nada os americanos lançam-lhe uma primavera no pais!
O governo de Kiev esse manda nada no leste da Ucrânia, tampouco manda na policia. Unidades de elite da Policia Ucraniana a mudarem para o lado dos manifestantes, é ver para crer.
http://www.youtube.com/watch?v=3zVkQxN4zPA&feature=player_embedded
O problema para o ditador bielorusso, decorre de a Bielorússia fazer parte das Russias ocidentais. As Russias que não são Muscóvia (e volto a repetir) MUSCÓVIA, para distinguir simplesmente de governo de Moscovo, ou Moscou.
Ou seja: Podemos considerar que eles são todos russos, mas uns são menos russos que outros.
A Bielorússia também está condicionada pela bota da Máfia Russa e óbviamente nem o ditador Lukachenko gosta disso.
Mas na presente situação, de pouco ou nada serve a azia de Lukachenko. Para o bem e para o mal, a ditadura bielorussa está ligada à ditadura russa.
As ligações tentaculares dentro das Máfias do crime organizado, são muito fortes entre o regime bielorusso e o regime russo.
Boa noite leiam esta entrevista que deu Andrei Illarionov,foi o braço direito do Putin para a economica, e depois digam que ninguem avisou.
Vladimir Putin quer reconstruir o império russo?
Ele procura um império pessoal. Podemos chamar-lhe império russo "light", mas na verdade é um projecto do Presidente Putin. Se estivesse à procura de ressuscitar o império russo, ele procuraria um estado homogéneo do ponto de vista étnico. Não é isso que ele quer e, por isso, não se importa que algumas partes sejam governadas por indivíduos com passado criminoso. É o exemplo da Ossétia do Sul que tem sido chefiada por amigos do senhor Putin e pelos seus gangues. Eles não são russos, eslavos, nem sequer cristãos ortodoxos, mas ele mantém-nos no poder porque se identifica com eles. Na Abecásia passa-se o mesmo, trata-se de uma região historicamente próxima da Turquia e não da Rússia. Olhe-se para o Ramzan Kadirov, o líder da Tchetchénia, um bandido com exército privado que aterroriza a própria população. Outro amigo do senhor Putin é o actual líder da Crimeia, Sergiy Aksyonov. Este senhor tem cerca de 60 processos-crime contra ele nos tribunais ucranianos.
2ªparte da entrevista
A Crimeia é uma causa perdida?
Depende da posição do Presidente Obama e da NATO. Mas se continuarem receosos como até agora a Crimeia é do senhor Putin.
Acredita numa resposta musculada do Presidente americano?
Não. É o mesmo tipo de resposta fraca que Chamberlain deu a Hitler antes da Segunda Guerra. Se compararmos com o que antecedeu a Segunda Guerra Mundial, a crise ucraniana é a combinação de várias crises - Sevastopol é como Danzing e o leste da Ucrânia é como a Polónia. São realidades muito semelhantes.
Quer dizer que a história está a repetir-se e que ocidente não está a fazer nada para o impedir?
Sim. É uma realidade decalcada daquela que ocorreu nos anos 30. Putin está a repetir as tácticas usadas por Hitler, no centro da Europa, e por Estaline contra a Finlândia, as repúblicas bálticas e a Roménia.
O Presidente Putin pode arrastar a Europa para uma crise sem precedentes?
Caminhamos a passos largos em direcção à terceira guerra mundial. Não é uma piada. Não é um exagero. A questão é saber onde é que iremos parar esta agressão do senhor Putin. Pode ser já, desde que os Estados Unidos e a NATO tomem decisões sérias, algo que não parece que vá ocorrer. É muito claro que Putin irá movimentar as suas tropas para o interior da Ucrânia. Kiev será obrigada a contra-atacar. Outros países serão forçados a entrar no conflito - Polónia, Roménia e outros membros da NATO -, o que exigirá o envolvimento americano.
Putin perdeu o sentido da realidade tal como Angela Merkel sugeriu?
Merkel está enganada. O senhor Putin finge ser idiota, baixando as expectativas em relação às suas decisões. Ele sabia que, depois do diálogo com a senhora Merkel, ela iria telefonar ao Presidente Obama a informá-lo do teor da conversa. Neste jogo político sem precedentes, os líderes ocidentais é que estão distantes da realidade. Não percebem Putin, nem o que ele verdadeiramente quer.
Congelamento de contas bancárias nos Estados Unidos e suspensão de vistos de alguns dos milionários russos. Acredita na eficácia deste tipo de sanções?
Não. As sanções só serão eficazes se afectarem directamente o senhor Putin e o senhor Medvedev (primeiro-ministro russo ) e se forem acompanhadas por manifestações de força militar.
Mas, os oligarcas têm negócios milionários nos EUA e correm o risco de perder muito dinheiro.
Vladimir Putin não quer saber dos Oligarcas. Ele tem em mente algo muito mais importante.
Por que deixou a Rússia em 2005?
Deixei o gabinete do Presidente Putin porque não queria trabalhar para um ditador e para um regime autoritário que estava a pôr compatriotas meus na prisão.
Diz que a Rússia deixou de ser um país livre por volta dessa altura. Porquê?
A Rússia nunca foi um país livre.
Mas você foi o braço direito do Presidente russo durante esse período.
As coisas foram piorando, até que em 2005 desisti de lutar.
O que o fez desistir?
Beslan. Quando uma ordem do Presidente Putin foi responsável pela morte de 366 pessoas numa escola. Crianças, pais e professores queimados vivos na sequência de um sequestro levado a cabo por um grupo radical islâmico. Aquilo não foi maneira de resolver o impasse.
"Ucrânia para os ucranianos" (leia-se, os do Oeste!):
https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=SGdiwQo8vAM
Mas estes é que são os do "governo legítimo"
Nao sei se alguem o quer mas penso que isso e mesmo assunto que so os ucranianos deveriam decidir, penso tambem que o ideal era um referendo onde o povo eleitor e que decidiria o futuro da propia Ucrania mas isso penso que sao ideias que so funcionam mesmo em democracia e nao sei se podera considerar-se a Ucrania um estado livre e democratico. Nem sempre tambem e a vontade do povo que conta num colpe de estado por exemplo nao e quem tem o povo do seu lado que ganha mas sim quem tem o poder das forcas militares do seu lado.
Ninguém fala da ditadura americana porque eles se lavam com o sabonete lux que é o sabonete que as estrelas usam daí terem uma bandeira muito lavadinha sem pintas de sangue nem nada...
Lavrov vai estar presente. Especulem q.b.!
Lavrov é um senhor. Aliás a diplomacia russa conta com homens de valor como ele. Outro é Churkin. Do ocidente só há canalhada fanática.
Cumpts
Manuel Santos
"Beslan. Quando uma ordem do Presidente Putin foi responsável pela morte de 366 pessoas numa escola."
Andrei Illarionov, ex-braço direito do Putin para a economia
"Crianças, pais e professores queimados vivos na sequência de um sequestro levado a cabo por um grupo radical islâmico."
Andrei Illarionov, ex-braço direito do Putin para a economia
Daqui se conclui que... o Presidente Putin era o chefe de um grupo radical islâmico!!!
Cá estava a prova que faltava da perigosidade do indivíduo!
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