Raramente tenho sonhos políticos, mas, por vezes, até
acontece.
Sonhei
que Vladimir Putin, depois de muitos anos de poder, conseguiu,
finalmente, fazer com que o seu país vencesse a batalha da
modernização e a Rússia se transformasse num país atractivo para
os restantes. A sua política interna teve tanto êxito que ele
passou para uma política externa nunca antes vista: devolveu a
Crimeia (o Algarve da Rússia, como muito bem assinalou um analista
político português) à Ucrânia , pois os russos, devido à
revolução nano-tecnológica, puderam começar a passar férias nos
Mares Branco e de Laptiev durante todo o ano. e ajudou esse país
vizinho a tornar-se um dos mais prósperos no continente europeu.
Imaginem
que o salto tecnológico dado foi de tal ordem que o petróleo e o
gás praticamente já não eram utilizados como combustível, mas
isso não prejudicou a economia russa, que passou a viver das
exportações de tecnologias ecologicamente puras, que trabalhavam a
águas residuais, purificando-as à medida que iam sendo utilizadas.
Por exemplo, em vez de transportar gás, o gasoduto que atravessava a
Ucrânia passou a trazer águas residuais russas para a Europa, pois
o velho continente não conseguia produzi-las em quantidades
suficientes.
No
campo dos armamentos, ninguém ousava “levantar o cabelo”,
porque, além das armas ultra-modernas, o Kremlin mantinha boas
relações com todos os povos do mundo, pois muitos deles não se
esqueciam da ajuda que receberam de Moscovo para o seu
desenvolvimento e prosperidade.
Na
Rússia, os índices de mortalidade não paravam de descer e a
longevidade aproximava-se do nível bíblico, o objectivo de uma
villa para cada família há muito tinha sido ultrapassado.
E,
em sinal de profunda gratidão, os povos da Rússia, apoiados por
muitos outros admiradores no estrangeiro, decidiram oferecer-lhe a
coroa imperial, passando a chamar-lhe Vladimir II o Inovador. Ele
recusou semelhante proposta, mas o povo insistiu, foi realizado um
referendo e 99,01% dos eleitores votaram a favor da monarquia. Os que
votaram contra ou se abstiveram eram aqueles chatos do costume que
nunca estão contentes com nada.
Não
imaginam como foi festejado o dia da coroação do czar. Estiveram
presentes praticamente representantes máximos de todos os países, a
esmagadora maioria monarcas, pois o exemplo da Rússia muito
favoreceu ao aparecimento de novas e à renovação das velhas
monarquias. Recordo-me até que entre eles estava o Rei de Portugal,
mas não consegui fixar o nome, sei que terminava em “ão”,
talvez Sebastião ou Fabião...
Os
vice-reis da China e das Américas Unidas choravam de alegria e
felicidade, sendo apenas ultrapassados nas lágrimas pelo xã da
Coreia, que, para variar, se chamava Kim qualquer coisa.
No
mesmo sonho, vi também que a União Europeia tinha finalmente
resolvido os problemas da Grécia, das dívidas soberanas e da
corrupção, ou seja, tinha cumprido as condições mínimas para
poder aderir ao Império Russo. Verdade seja dita, a UE era dos
últimos a entrar, pois há muito que as Américas Unidas, a China,
incluindo o Taiwan, etc., tinham percorrido esse fácil percurso, mas
em Bruxelas as conversações sobre os cargos a ocupar pelos europeus
no aparelho burocrático do Império, que era muito reduzido,
demoraram mais do que o previsto.
Foi
mesmo necessário fazer um referendo entre os burocratas para saber
se eles queriam ser transferidos para as suas terras-natais ou para a
Sibéria, onde o nível de vida atingira níveis nunca vistos.
Claro
que, lembrando-se do exemplo triste de um primeiro-ministro grego que
levou a referendo a questão: “cidadãos, quereis ser executados ou
não?” e a esmagadora maioria votou “sim”, os burocratas
europeus, com toda a humildade que lhes é característica, decidiram
regressar à terra-natal.
Foi
nesse preciso momento que acordei e o resto vocês, caros amigos, já
sabem. Vladimir Putin quer modernizar a Rússia, mas acontece o
contrário, a UE e o governo de Atenas querem resolver o problema da
Grécia, mas o resultado está à vista.
Decidi
que é melhor passar a ter pesadelos, mesmo que políticos, pois,
quando acordo, é cá um alívio...
P.S. As autoridades competentes previnem que sonhar pode fazer mal à saúde.
3 comentários:
Não percebi...este sonho foi depois do fim do imperio americano, certo?
Carlos Carapeto
José Milhazes ao contrário daquilo que afirma não pode ter sonhos tranquilos, acorda com pesadelos terriveis, na medida em que lhe pesam no subconsciênte (sim os sonhos são originados no subcosciênte do individuo) as traições que cometeu a quem o ajudou e o impulsionou a alcançar o estatuto que tem hoje.
Já quanto a ver a Rússia de outra forma diferente daquela que está, isso não é sonho trata-se de uma aspiração, que bem tem batalhado para isso aconteça.
O que José Milhazes deseja é o retorno da Rússia à desordem e ao caos dos anos 90, é um saudosista da época da rapina e da pilhagem na era Yeltsin, na medida em que tem sido incansavel em promover os bandidos, corruptos e vigaristas dessa tempo, tratando-os primorosamente como oposição quando sabe perfeitamente bem que esse bando de criminosos que mergulharam a Rússia na ruina e na desordem não merece qualquer aceitação por parte do eleitorado.
E para lhe provar que estou devidamente documentado do que se passou durante esse período tenebroso vou dizer-lhe o que estou a ler acerca disso.
Acabei de ler a forma como a MMM de Sergei Mavrodi com o apoio dos dirigentes desse tempo deixaram milhões de Russos na penuria com o sistema fraudolento de perâmede, lapidaram as poupanças de milhões de cidadãos, as pessoas suicidavam-se,uma idosa imolou-se com gasolina dentro dos escritorios da MMM, muitos morreram de ataques cardiacos quando souberam que tinham perdido todo o dinheiro que tinham.
Agora estou a ler aquilo que foi a vigarice perpetrada por a imobiliária First FSK que tinha como "patronos" Yuri Luhkov e Vladimir Resin, mas que no entanto se destinava exclusivamente a obter financiamentos para os ganguesters que controlavam a Tchetchenia.
Durante esse período "dourado" da pilhagem o que interessava era enriquecer, não importava de onde vinha o dinheiro nem para onde ia.
O dirigente dessa "agência" imobiliaria (First FSK) era um cidadão tchetcheno de nome Alim Karmov, depois de sair da Rússia foi residir para Praga onde fundou a Futurum Aurum.
Portanto José Milhazes era mais prestavel abrir os olhos a quem dirige os seus artigos informando-os destas realidades que arruinaram a vida a milhões de Russos que tentar adormecer com fábulas tiradas do bau dos contos da avozinha.
Sobre isto faço questão de deixar aqui uns numeros que são de estarrecer. Entre 1992 e 1994, 800 empresas fiticias deixaram 30 milhões de cidadãos Russos na pobreza,a quem saquearam quase 150 triliões de rublos, nenhum desses vigaristas foi julgado ou condenado.
Carlos Carapeto
Lenin está entre os malignos que passaram pelo planeta Terra.
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