segunda-feira, setembro 14, 2015

Ares da Crimeia “santificam” Putin e Berlusconi


Putin e Berlusconi com funcionários da adega Massandra (Crimeia), o maior fabricante de vinhos do Porto e da Madeira falsificados



Putin e Berlusconi querem criar um "centro do Cristianismo" na Crimeia. O político italiano, "exemplo de virtudes" promete enviar arquitectos e plantas, não tendo precisado se as camélias também estão incluídas. O meu artigo de opinião o Observador: http://observador.pt/opiniao/ares-da-crimeia-santificam-putin-e-berlusconi/. 

3 comentários:

Anónimo disse...

Olá Doutor Milhazes, estive agora mesmo a ler o seu brilhante artigo "Ucrânia - O silêncio ecuménico" de 2005.

Neste momento, a Igreja Greco-católica Ucraniana já está sediada em Kiev e não desistiu de aspirar a um Patriarcado oficialmente reconhecido pela Santa Sé, o que se pode dizer que é uma aspiração justa. Estamos a falar de uma comunidade católica que, contando com a Diáspora, é certamente maior do que a Igreja Católica Irlandesa, por exemplo. Já agora, repare neste pormenor da parte de um papa que viveu atormentado com o segredo de Fátima mas não conseguiu pronunciar a palavra Rússia quando realizou o ato solene de consagração pedido pela Ir.Lúcia.

http://news.ugcc.ua/en/news/the_head_of_the_ugcc_i_never_thought_that_the_words_of_john_paul_ii_concerning_me_would_be_prophetic_74186.html

No presente momento, em que a Igreja Católica Romana põe em causa a sua própria moral doutrinária e dogmática ancestral, qual lhe parece que virá a ser a posição da Igreja Greco-católica Ucraniana se o Sínodo de Outubro vier a aprovar as "novidades" em questão?

Como deve saber, o Arcebispo-Mor Sviatoslav Shevchuk, para além de se ter revelado um jovem líder religioso sem receios, dinâmico e bastante carismático, é um académico na área da teologia moral e com um passado pastoral recente que coincide geograficamente com o do antigo Cardeal Bergóglio na Argentina. Há mesmo quem o classifique de papa "papabile", uma espécie de "As sandálias do Pescador" de 1968.

Cumprimentos,
Basto

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Caro, acho que a Igreja Uniata vai apoiar as inovações do Papa Francisco I. Cumprimentos.

Anónimo disse...


Obrigado pela atenção.

A maior parte da imprensa internacional passa ao lado da questão religiosa (que se mistura com os nacionalismos)na abordagem do conflito ucraniano, o que leva a uma visão muito incompleta dos problemas, Kiev e a Ucrânia são o centro nevrálgico de um conflito religioso e civilizacional que vem de há séculos. A questão anterior deve-se ao facto de eu notar na postura pública do atual Pontífice Romano uma abordagem subtilmente diferente da dos anteriores, a qual pode agradar mais ao Patriarcado de Moscovo e menos à Igreja Uniata, por exemplo:

1. Prefere o título de Bispo de Roma em detrimento do de Papa, desta forma desvaloriza o princípio da supremacia romana que tanto desagrada a Moscovo.

2. Rejeita abertamente o proselitismo religioso bem como a ideia de conversão dos não católicos.

2. Refere-se ao conflito ucraniano de forma ambivalente e ambígua, recusando, deste modo, o alinhamento com a Igreja Uniata e as outras denominações religiosas sediadas na Ucrânia que falam abertamente de uma incursão russa. A qual tem, aliás, condicionado de algum modo a presença destas comunidades religiosas nos territórios ocupados.

3. O contínuo discurso que o Papa Francisco faz sobre as causas sociais, a simpatia política que gera nos setores políticos mais à esquerda (por exemplo na América Latina) assim como a abertura à controversa Teologia a Libertação fazem-me lembrar, de certa maneira, a recente posição do Patriarca Kirill perante a Duma.
http://www.asianews.it/news-en/For-Moscow,-it-is-time-to-respond-to-Pope-Francis'-ecumenical-openings-32932.html

4. A estranhíssima resposta do Papa Francisco, numa das suas entrevistas aéreas, na qual se referia ao "uniatismo" como "uma palavra ultrapassada."
http://vaticaninsider.lastampa.it/en/the-vatican/detail/articolo/francesco-turchia-37828/

Eu estou convencido de que este poderá ser o primeiro Papa a reunir condições para ser convidado a deslocar-se Rússia - esta foi uma ambição assumida e não concretizada pelos dois papas anteriores - só não sei se isso seria um bom sinal.

Cumprimentos.
Basto