O Presidente da Ucrânia, Vladimir Zelenski, dissolveu o Parlamento (Rada Suprema) e marcou eleições parlamentares antecipadas para 21 de Julho, mas os deputados não parecem dispostos a dispersar.
Não obstante Zelenski ter chegado a acordo com os dirigentes dos grupos parlamentares sobre alterações à lei eleitoral, a maioria dos deputados votou contra. O Presidente propunha o fim dos círculos uninomimais (em que são eleitos 50% dos candidatos) e a eleição apenas em círculos proporcionais. Além disso, baixava de 5 para 3% dos votos a barreira para que os partidos pudessem eleger deputados.
À primeira vista, pode parecer anti-democrático acabar com os círculos uninominais, mas, na Ucrânia, não é assim, pois essa é uma forma dos oligarcas comprarem votos no Parlamento. Além disso, essa prática dificulta a criação de maiorias capazes de formar governo. Como as sondagens dão uma forte vitória ao novo partido do Presidente "Servos do Povo", os opositores de Zelenski tentam dificultar-lhe a vida.
Alguns grupos parlamentares recorreram também para o Tribunal Constitucional para que este se pronuncie sobre a legalidade do decreto presidencial e a Comissão Eleitoral já se queixa de não conseguir organizar eleições atempadamente.
Vladimir Zelenski hesita sobre a realização de um referendo sobre as relações entre a Ucrânia e a Rússia, tentando encontrar o formato que mais lhe convém.
Vladimir Zelenski hesita sobre a realização de um referendo sobre as relações entre a Ucrânia e a Rússia, tentando encontrar o formato que mais lhe convém.
Entretanto, Zelenski vai formando a sua equipa, promete mudanças e reformas. Vamos aguardar.
4 comentários:
Enquanto aguardamos... aproveito para fazer um comentário ao artigo que o José Milhazes escreve no Observador - já que não posso fazê-lo no próprio jornal.
Diz ali o articulista que "os dirigentes comunistas soviéticos não conseguiram despedaçar o continente europeu (como pretenderam). E eu a pensar que os soviéticos tinham sacrificado milhares de soldados para libertar a Europa dos invasores nazis"...
A táctica de confundir alhos com bugalhos é antiga. Quando diz a, não se esqueça de dizer b. É verdade que milhões (e não milhares) de soldados soviéticos perderam a vida para libertar a Europa dos invasores nazis, mas também é verdade que tudo terminou com a divisão do continente e com a imposição no leste de ditaduras de esquerda.
A táctica de mudar de assunto também é antiga mas isso das tácticas é mais a sua praia. E afinal em que ficamos: os soviéticos "não conseguiram despedaçar..." como o José diz no artigo, ou "conseguiram" como diz agora?
E colocar a Europa sob o seu próprio jugo, mais pródigo em morticínio.
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