Faço um parêntesis para referir uma área muito interessante mas muito complexa que é a Ásia Central… o problema do Afeganistão está por resolver, está por saber se o problema do Afeganistão vai saltar do Afeganistão cá para fora ou não, e se saltar, a área da Ásia Central é uma zona vital para a Rússia do ponto de vista estratégico, e o desenvolvimento da situação na Ásia Central eventualmente, poderá trazer novidades, não só para a Rússia, mas também no norte e nordeste da China e a desestabilização da Ásia Central criaria graves problemas para estes dois países.
Daí que, eu considero, que devemos estar atentos à política do senhor Putin, mas sermos racionais e pragmáticos. Por exemplo, os russos fornecem gás à Europa, e alguns dizem “a Europa depende dos combustíveis russos, do gás russo”, isso pode ser e não ser verdade: primeiro, os russos constroem e estão a construir em quantidades significativas, gasodutos e oleodutos, e lá dentro tem que correr alguma coisa, e para que lá dentro corra alguma coisa, alguém tem que comprar e se não comprar aquilo enferruja, ou seja, a Europa precisa de gás, mas a Rússia também precisa vender gás. E precisa de outra coisa a Europa, que é diversificar as fontes de fornecimento de combustíveis. Finalmente está a ser construído o gasoduto entre a França e Espanha, que durante muitos anos não havia, e se esse gasoduto existisse em 2009 a crise do gás russo seria muito menor porque o gás podia entrar por Portugal e Espanha e ser transportado por esse gasoduto… que agora vai, finalmente, juntar todos os países da União Europeia.
Claro que os Estado Unidos querem vender o gás deles, e até lhes desejamos êxitos, porque só se formos “lorpas” é que não aproveitaremos a situação estratégica do porto de Sines. O porto de Sines vai-se transformar num dos portos de entrada do gás liquefeito na Europa e isto para nós é importante e estarmos atentos a estas situações.
Ou seja, resumindo, considero que em relação à Rússia temos (a União Europeia e a NATO) que ter uma política clara, seria bom se tivéssemos uma política comum, seria ideal, uma política externa e de segurança comum em relação à Rússia, seria muito bom, e falar de igual para igual, aproveitando as fraquezas uns dos outros, nós as deles e eles certamente irão aproveitar as nossas.
Como sabem os hackers russos são bons, mas computadores não são russos, são ocidentais… nunca vi nenhum computador russo.
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