quarta-feira, maio 02, 2007

Herediteriedade política ou mera coincidência


O ditador soviético José Estaline costumava dizer que: "os filhos não respondem pelos pais", mas, logo a seguir à detenção dos pais pela polícia secreta soviética Tcheka-KGB, chegava a vez dos filhos e até netos.
Isto bem a propósito (ou não muito) da notícia de que, hoje, Vladimir Putin, assinou um decreto em que atribuiu a “Ordem de Mérito” a Andrei Patruchev, filho do chefe do Serviço Federal da Rússia (FSB, ex- KGB), anunciou a agência Ria-Novosti.

Putin condecorou o jovem de 26 anos pelos “êxitos laborais conseguidos e um trabalho consciente de muitos anos na empresa Rosneft”, a maior empresa pública de exploração do petróleo do país.

O jornal electrónico russo newsru.com recebeu com estranheza esta condecoração porque Andrei Patruchev “trabalha na Rosneft há pouco mais de sete meses, desde Setembro de 2006, quando foi nomeado conselheiro do presidente do conselho de directores da companhia petrolífera pública de Igor Setchin, que também ocupa o cargo de vice-chefe da Administração Presidencial”.

Sabe-se que o filho mais novo do director do director do FSB terminou, há quatro anos atrás, a Academia do Serviço Federal de Segurança, onde estudou com Pavel Fradkov, filho mais novo do Primeiro-ministro russo, Mikhail Fradkov.

Segundo o diário Kommersant, Alexei Patruchev passou para a Rosneft do cargo de vice-chefe da 9ª secção da Direcção da Indústriado FSB, organismo que nos serviços secretos acompanha o que se passa no mercado do petróleo.

Alexei Patruchev poderá realizar uma carreira brilhante se se tiver também em conta que o seu irmão mais velho, Dmitri, ocupa o cargo de vice-presidente do Vneshtorgbank (Banco do Comércio Externo), onde responde pela concessão de créditos à indústria petrolífera.

Outro vice-presidente desse banco público é Serguei Matvienko, filho de Valentina Matvienko, governadora de São Petersburgo, terra natal de Vladimir Putin.

Bem tinha razão o meu pai quando citava um velho provérbio: "filho de burro não pode ser cavalo", embora exista outra máxima popular que diz: "passar de cavalo a burro". O leitor que decifre este mistério da heridetariedade política.


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