Mais de mil membros do movimento infantil “Michki” (Ursinhos) juntaram-se hoje no centro da capital russa para manifestar o seu apoio à vitória do Presidente Putin e da Rússia Unida nas eleições parlamentares de 02 de Dezembro.
O movimento infantil “Michki”, que reúne crianças e adolescentes com idades compreendias entre os oito e os quinze anos, foi criado pela Rússia Unida, à semelhança da organização dos pioneiros na União Soviética.
O urso é o símbolo deste partido dirigido por Vladimir Putin, que conquistou 315 dos 450 mandatos na Duma Estatal (câmara baixa) do Parlamento russo.
“Vladimir Putin, vamos agir juntos!”, “Vladimir Putin preocupa-te com as criancinhas! – estas foram as palavras de ordem da manifestação realizada na Praça Bolotnaia, em frente do edifício da Embaixada da União Europeia em Moscovo.
Nessa mesma praça pode-se ser a composição escultórica: “Crianças vítimas dos erros dos adultos”, do conhecido escultor e pintor russo Mikhail Chemiakin.
“Agora, Vladimir Putin é o principal urso do país”, declarou aos jornalistas Iúlia Zimova, uma das organizadoras desta manifestação.
Os manifestantes, crianças e adolescentes que foram trazidos de autocarro e comboio de várias regiões do país para participar em mais uma iniciativa de apoio ao “líder nacional”, enviaram ao Kremlin filmagens para que o Presidente Putin saibam que as crianças russas também estão com ele.
Entretanto, a organização juvenil “Nachi” (Nossos), também criada pelo Kremlin mas para jovens mais crescidos, continua a festejar, desde segunda-feira, a “vitória do Presidente Putin”. Cerca de 20 mil membros deste movimento reuniram-se hoje junto da Praça Vermelha não só para festejar essa vitória, mas também para denunciar os seus rivais, a quem chamam de “traidores” da pátria.
“Queremos avisá-los que estamos unidos e que não permitiremos que realizem as intenções dos Estados Unidos” – declarou à Lusa Vladimir, estudante da cidade de Riazan. “Todos sabem os seus nomes: Kasparov, Nemtsov, Belikh e companhia. No passaran!” – acrescentou.
Mas nem todos os participantes da manifestação sabiam bem ao que vinham, tendo aproveitado a viagem grátis para visitar Moscovo e “fazer gazeta” às aulas.
Jovens vindos de numerosas cidades e regiões da Rússia traziam vestidas capas brancas com as palavras: “Nossa vitória” e “Vitória da Rússia”, agitavam bandeiras bandeiras brancas e vermelhas.
Para aceder à manifestação de apoio a Putin, era necessário atravessar por sistemas de detectação de metais, barreiras utilizadas também para detectar “jornalistas inimigos”. A segurança, depois de estudar os documentos, não deixou entrar a correspondente da rádio Eco de Moscovo e de outros órgãos de informação que não poupam críticas à política do Presidente Putin.
O movimento infantil “Michki”, que reúne crianças e adolescentes com idades compreendias entre os oito e os quinze anos, foi criado pela Rússia Unida, à semelhança da organização dos pioneiros na União Soviética.
O urso é o símbolo deste partido dirigido por Vladimir Putin, que conquistou 315 dos 450 mandatos na Duma Estatal (câmara baixa) do Parlamento russo.
“Vladimir Putin, vamos agir juntos!”, “Vladimir Putin preocupa-te com as criancinhas! – estas foram as palavras de ordem da manifestação realizada na Praça Bolotnaia, em frente do edifício da Embaixada da União Europeia em Moscovo.
Nessa mesma praça pode-se ser a composição escultórica: “Crianças vítimas dos erros dos adultos”, do conhecido escultor e pintor russo Mikhail Chemiakin.
“Agora, Vladimir Putin é o principal urso do país”, declarou aos jornalistas Iúlia Zimova, uma das organizadoras desta manifestação.
Os manifestantes, crianças e adolescentes que foram trazidos de autocarro e comboio de várias regiões do país para participar em mais uma iniciativa de apoio ao “líder nacional”, enviaram ao Kremlin filmagens para que o Presidente Putin saibam que as crianças russas também estão com ele.
Entretanto, a organização juvenil “Nachi” (Nossos), também criada pelo Kremlin mas para jovens mais crescidos, continua a festejar, desde segunda-feira, a “vitória do Presidente Putin”. Cerca de 20 mil membros deste movimento reuniram-se hoje junto da Praça Vermelha não só para festejar essa vitória, mas também para denunciar os seus rivais, a quem chamam de “traidores” da pátria.
“Queremos avisá-los que estamos unidos e que não permitiremos que realizem as intenções dos Estados Unidos” – declarou à Lusa Vladimir, estudante da cidade de Riazan. “Todos sabem os seus nomes: Kasparov, Nemtsov, Belikh e companhia. No passaran!” – acrescentou.
Mas nem todos os participantes da manifestação sabiam bem ao que vinham, tendo aproveitado a viagem grátis para visitar Moscovo e “fazer gazeta” às aulas.
Jovens vindos de numerosas cidades e regiões da Rússia traziam vestidas capas brancas com as palavras: “Nossa vitória” e “Vitória da Rússia”, agitavam bandeiras bandeiras brancas e vermelhas.
Para aceder à manifestação de apoio a Putin, era necessário atravessar por sistemas de detectação de metais, barreiras utilizadas também para detectar “jornalistas inimigos”. A segurança, depois de estudar os documentos, não deixou entrar a correspondente da rádio Eco de Moscovo e de outros órgãos de informação que não poupam críticas à política do Presidente Putin.
5 comentários:
Ontem vi uns duzentos jovens com capas e gorros da Nasha pobeda ("Nossa vitória") a subir a Tverskaya rumo à Praça Vermelha. Pelo que vi, a manifestação foi calma e pacifica, e os apoiadores do presidente continuam em um clima de carnaval. Parece obvio que na Rússia não existe nenhum ânimo para qualquer tipo de revolução colorida.
Mas acho que essa euforia tem data para terminar: o dia 17, quando o partido Rússia Unida provavelmente vai definir o candidato oficial à presidência. Por mais que o "principal urso do país" controle tudo, acho que uma escolha incorreta de sucessor/a poderia irritar certos setores do governo e da sociedade.
Algo me diz que a Valentina Matvienko, governadora de São Petersburgo, tem boas chances. O que achas, Milhazes?
Quando penso na Rússia, penso sempre que a Rússia é um mundo à parte. Que aquele General Inverno deve fazer com que os russos sejam frios por natureza. Penso na Rússia como um país de paixões e revoluções. Penso numa Rússia distante...
Sei o quão errada estou. Tenho pena que parte daquilo que nos une não seja motivo de orgulho. Condiz somente com as fases de se ser humano.
Apercebi-me que afinal na Rússia os estudantes também patrocinam revoluções só para poderem dar passeios, tal como no nosso país em que as associações académicas mais parecem governos em miniatura, e as assembleias magnas locais de mútuo insulto - tal como as assembleias "originais"... - onde cada um tenta dizer pior que o outro. Tenho vergonha disto.
Tenho vergonha também que, ao contrário dos jovenzinhos que já começam a pensar e que têm o seu princípio de livre vontade (nem que seja a de trocar os valores por passeios citadinos), se catapultem crianças para as frentes de Batalha. É que acabam por ser elas a sofrer quando um desconhecido qualquer em busca de um céu decide explodir-se em guerras políticas... Tenho vergonha que se mandem recados aos pais pela mão dos meninos, porque os meninos conseguem passar muito melhor a mensagem publicitária. Tenho vergonha que dêem o nome daquelas crianças a uma causa que elas não têm poder para escolher. E que as enganem com "doces". Às vezes não queria crescer para não ter consciência destes jogos de poder, destas relações apodrecidas mas tão politicamente correctas. Mas depois corria o risco de ser usada numa causa sem ter capacidade de raciocínio para perceber que me estava a trocar por um chocolate ou por um urso de peluche...
Na proxima semana Putin visitará o "ultimo ditador da europa", pretenderá Putin a criação de um novo estado? Poderá ele ser o ultimo presidente da Fed Russia, e o primeiro da unida Belarus-Russia?
Gostava de obter opiniões.
Abraço
Caro Thomaz, acho que a Valentina Matvienko não tem grandes hipóteses de vir a ser a escolhida de Putin. Isso vai depender do cargo que ele irá ocupar depois de abandonar o Kremlin. Penso que têm mais hipóteses Serguei Ivanov, Victor Zubkov ou Dmitri Medvedev, mas Putin gosta de tirar coelhos da cartola...Falta pouco tempo para ver a decisão do czar Vladimir.
Quanto ao que escreve o leitor Baptista, há pessoas que depositam fortes esperanças nesse encontro de Putin e Lukachenko em Minsk. Fala-se até que poderá ser assinado um acordo de formação de um Estado conjunto e, assim, Putin passará a ser Presidente do novo Estado, ficando Lukachenko com o cargo de dirigente do Parlamento conjunto. Mas eu duvido que o Lucki bielorrusso renuncie aos seus poderes. Como diz o ditado russo, mais vale ser o rapaz mais importante na aldeia, do que o último na cidade. Vamos ver.
Caro Thomaz, esqueci-me de um pormenor que tem a ver com o artigo que me enviaste sobre a figura de Chvernik e o cargo por ele ocupado, e lembrei-me de outro caso interessante. Estaline controlava completamente todo o poder no país ocupando apenas o cargo de secretário do Comité Central do Partido Comunista da União Soviética, nem sequer era secretário-geral, cargo que ele aboliu e que depois foi restabelecido por Khrutchov.
Em países como a Rússia, onde a "cozinha da política" é muito bizantina, os títulos ainda não significam poder. É muito mais importante a criação de um sistema de pesos e contrapesos na corte que permita manter o equilíbrio. Considero que este continua a ser o principal tabu da política russa. Será Putin capaz de manter a "vertical do poder" por ele criada ou acabará por ser triturado (politica, e não fisicamente)pelo monstro criado.
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