O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, não considera que na direção do Estado haja “elementos de estalinismo”, mas acrescenta que deve haver ordem e disciplina.
“Não considero que
aqui haja quaisquer elementos do estalinismo. O estalinismo estava ligado ao
culto da personalidade e com a violação massiva da lei, com repressões e campos
de concentração. Nada de semelhante há na Rússia, e espero que nunca haja”,
declarou ele no programa “Linha direta” com os cidadãos da Rússia.
“Simplesmente
temos outra sociedade e não permitirá jamais isso”, acrescentou.
Porém, Putin
frisou que “isso não significa que no nosso país não deve existir ordem e
disciplina”.
“Isso não
significa que todos os cidadãos da Rússia, independentemente dos cargos que
ocupam, não devem ser iguais perante a lei. Tanto as raparigas do Pussy Riot,
como os rapazes que profanam os túmulos dos nossos soldados devem ser iguais
perante a lei e responder por isso”, exemplificou.
“Ninguém é preso
especialmente por considerações políticas. As pessoas não são condenadas por
ideias políticas, mas pela transgressão da lei. Todos a devem respeitar”, declarou.
Putin mostrou-se
convencido de que um dos líderes da oposição Alexei Navalni será julgado
objetivamente.
“Estou convencido
que tudo será feito de forma extremamente objetiva sobre essa e outras
questões. Eu chamei a atenção da procuradoria e de outros órgãos da justiça
para isso”, afirmou.
“Quem luta contra
a corrupção deve ser cristalmente limpo. De outro modo, trata-se de uma forma
de publicidade política”, acrescentou.
O advogado
Navalni, que tem denunciado numerosos casos de corrupção nas estruturas do
poder russo, está a ser julgado por “desvio de meios financeiros”.
“Mas isso não
significa que, se a pessoa tem ideias diferentes das do poder, devem ser
procurados quaisquer motivos para o levar a tribunal e, depois, prendê-lo”,
considerou Putin.
O dirigente russo
afirmou estar disposto a dialogar com a oposição, mas acusou os seus dirigentes
de fugirem a ele.
“Nós propomos-lhes
esse diálogo, mas alguns dirigentes da oposição fogem a ele”, frisou.
“A oposição, com
as dificuldades burocráticas mínimas, pode organizar partidos políticos… Mas
uma coisa é gritar “socorro” e outra é propor uma ordem de dia positivo… Ajam, por favor. Lutem. Entrem no parlamento, provem a vossa verdade”, concluiu.
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