A
situação na Ucrânia continua a ser extremamente confusa e ambas as
partes procuram uma solução para o conflito de forma a saírem
ambas triunfantes, o que torna praticamente impossível o diálogo.
Entretanto forças pró-UE e forças que defendem a aproximação do
país à Rússia preparam novas manifestações em Kiev.
Não
há dia em que o Presidente Ianukovitch não se contradiz sobre a
assinatura do Acordo de Associação com a União Europeia. Na
sexta-feira, prometeu repreender e até despedir os funcionários
ucranianos que participaram na elaboração do dito Acordo,
acusando-os praticamente de “traição”, pois, segundo ele, no
documento há pontos que são autênticos atentados contra os
interesses nacionais ucranianos.
Bem,
eu compreendo que o Presidente não possa ler todos os documentos,
mas acho estranho que nem ele, nem nenhum dos funcionários próximos
só tenham dado conta disso agora. Como mostram os acontecimentos, o
citado Acordo constitui um dos documentos mais importantes da
história moderna da Ucrânia.
(Suponho
que os russos tenham tido acesso ao texto do Acordo e “chamado a
atenção” de Kiev para a “gravidade da situação”).
Essa
revelação da possível demissão de funcionários foi feita por
Ianukovich numa mesa redonda com a oposição, onde também prometeu
libertar todos os opositores que se encontravam detidos por terem
participado nos confrontos com a polícia e por terem derrubado a
estátua de Lénine.
Foi
anunciado também que a Ucrânia recomeçou conversações com a
União Europeia a fim de encontrarem forma de realizar o Acordo de
Associação de forma “mais gradual” e “suave” e, claro, que
Bruxelas estava disposta a entrar com 20 mil milhões de euros.
A
oposição não ficou satisfeita e continua a exigir demissão do
Presidente e primeiro-ministro, bem como a realização de eleições
presidenciais e parlamentares antecipadas.
Numa
situação em que Ianukovitch não é homem de palavra e muda de
opinião sempre que necessário para se manter no poder, a União
Europeia parece que está a pagar o que for necessário para que um
país com dirigentes desse calibre se aproxime dela. E como queijo
grátis só há nas ratoeiras, é de desconfiar de tanto esforço.
Na
situação e que a UE se encontra, a Ucrânia apenas pode tornar-se
num mercado para os produtos europeus, mas receio que o destino dela
será aquele que estão a ter países como Roménia, Bulgária,
Grécia, Portugal, etc.
Sejamos
honestos, claro que a UE gostaria de ver Ianukovitch pela costas e a
atual oposição pró-europeia no poder, por isso vai sustentando a
oposição enquanto que dialoga com Ianukovitch para que a situação
não acabe em pancadaria.
As
“peregrinações” de dirigentes da União Europeia e de países
membros a Kiev já são tantas e feitas de forma tão descarada, que
até o moderado Leonid Kravtchuk, primeiro Presidente da Ucrânia,
veio manifestar o seu descontentamento de forma dura:
“O
Estado que se respeita a si próprio não convida os estrangeiros
para que eles resolvam os seus problemas. O estrangeiro, aqui, só
pode ser observador. Não deve participar na solução dos nossos
problemas nenhum russo, nem americano, nem inglês, isso é a
humilhação de cada pessoa”, considerou ele.
Por
vezes, fica-se com a sensação de que a Ucrânia não é um Estado
independente, mas um amontoado de tribos pré-históricas que
precisam de missionários para entrar no caminho da verdade.
A
Rússia, por enquanto, acompanha à distância este tipo de “compra
da tão desejada noiva” por parte da UE, mas com muita atenção e
uma irritação crescente.
“Fico
muito triste porque os nossos parceiros ocidentais parecem ter
perdido a noção da realidade. Imaginem se eu fosse à Alemanha no
momento da formação de um partido de eurocépticos que, em poucos
meses, ganharam grande popularidade com as palavras de ordem “Basta
de dar de comer à Europa” e “a Alemanha deve distanciar-se da
Europa”?” - perguntou hoje o chefe da diplomacia russa, Serguei
Lavrov, num entrevista ao canal Rússia-24.
Entretanto,
o dirigente ucraniano, que parece ter uma boa escola de malabarismo,
tenta jogar nas contradições entre a Rússia e a União Europeia
para receber dinheiro e continuar a engordar os oligarcas que o
apoiam.
E
só mais umas palavras para reflexão. Segundo foi noticiado, e não
foi desmentido por ninguém, Ianukovitch teria recebido de Pequim a
garantia de que a China não utilizará bombas atómicas contra a
Ucrânia e virá em sua ajuda se forem agredida com esse tipo de
armas por terceiros. Mas quem serão estes terceiros?
Cuidado
que Ianukovitch é batoteiro e teve ter aprendido muito no tempo que
passou atrás das grandes por crimes muito feios.
Na mouche, JM!
ResponderEliminarComo diz (e como já eu tinha dito,...), a Ucrânia predestina-se a ser um mercado para os produtos EU-ropeus, pagando o preço com a sua cada vez mais reduzida soberania, a sua cada vez mais incipiente indústria (que tanto quano sei, só se aguenta, nos sectores-chave, devido ao dinheiro russo), etc.
Em compensação, aaah, em compensação a Ucrânia passará a ser "europeia" e sobretudo muito democrática, sem o controlo do poder por parte das oligarquias. Como cá, por exemplo!
Relativamente às escandalosas ingerências EU-ropeias no processo "democrático" ucraniano, tentando promover novos "Hamid Karzais" com cheirinho a zastolye, talvez esteja na altura da Rússia, principal afectada pela questão, começar a procurar personagens e partidos anti-federalistas europeus, enviando altos dignitários para as suas manifestações e recebendo-os no Kremlin como se de chefes de Estado de tratassem.
É que há gente que só percebe a linguagem da reciprocidade...
PS - Poderia ainda falar da questão dos investimentos, mas cheira-me que o PM é capaz de escrever algo mais (e melhor) do que eu :)
...E só mais umas palavras para reflexão. Segundo foi noticiado, e não foi desmentido por ninguém, Ianukovitch teria recebido de Pequim a garantia de que a China não utilizará bombas atómicas contra a Ucrânia e virá em sua ajuda se forem agredida com esse tipo de armas por terceiros. Mas quem serão estes terceiros?...
ResponderEliminarMeu caro,
Não sei qual a fonte dessa notícia, mas isso vale tanto como anunciarem que a China defenderá a Ucrânia numa invasão extra-terrestre.
É uma não notícia, é lixo atirado para o ar.
Para reflectir:
ResponderEliminarAssad win may be Syria's 'best option'
Washington (AFP) - The sectarian bloodbath in Syria is such a threat to regional security that a victory for Bashar al-Assad's regime could be the best outcome to hope for, a former CIA chief said...
news.yahoo.com/assad-win-may-syria-39-39-best-option-024457293.html
Caro PM, não faça declarações precipitadas, pois eu não costumo atirar bombas informativas. A notícia foi dada pelo NYT e pela imprensa chinesa.
ResponderEliminarAdmiro o excelente trabalho que as agências secretas norte-americanas fizeram neste país assim como outros como os bálticos, a polónia etc, durante o final dos anos 80, anos 90 e continuam a fazer.
ResponderEliminarCom uma notável mobilização de recursos que envolvem empresas, ONGs etc, estão a estilhaçar o mundo eslavo.
Digo-o sinceramente e sem quaisquer juízos de valor.
Cumpts
Manuel Santos
Isso e ridiculo a china ajudando a ucrania a ta e se a russia jogar bombas atomicas na ucrania oque a china vai faze vai fica queta ou quer morrer
ResponderEliminarKkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
ResponderEliminarNão percebo essa das armas nucleares. Alguém pensa usar esses engenhos onde quer que seja? Neste momento, acho que já nem o Irão ou a Coreia do Norte, quanto mais Estados responsáveis.
ResponderEliminarAlém disso, porque raio é que a China iria utilizar "bombas atómicas" contra a Ucrânia??? Só se fosse a "bomba atómica" (metafórica) de não investir no país...
Há aí qualquer coisa que não joga.
Caro Pippo, há neste mundo tanta coisa que não joga bem!
ResponderEliminarContaminados por seus leitores bajuladores de Putin, o Hitler moderno, o Sr. já aderiu a bajulação oficial ao poder do Kremlin. Já te esqueceste das acusações vis que essas comunas te fizeram no caso Pide? Agora que te tornaste articulista do Pravda jornal pró-Putin tua opinião a revolução européia em Kyiv se torna hostil.
ResponderEliminarCaro PM, não faça declarações precipitadas, pois eu não costumo atirar bombas informativas. A notícia foi dada pelo NYT e pela imprensa chinesa.
ResponderEliminarCaro JM,
Se foi dito, então seria interessante em que contexto essa parte foi arrancada para provocar sensacionalismo.
Volto a afirmar, que isso tem tanto valor como dizerem que vão defender a Ucrânia de uma invasão extra-terrestre, ou seja não faz sentido absolutamente nenhum.
Uma invasão de zombies. Os zombies é que estão na moda.
ResponderEliminarOs extraterrestres já deram o que tinham a dar.
Cumpts
Manuel Santos
O comentador Daniel Oliveira escreveu hoje sobre esta questão no Expresso:
ResponderEliminarhttp://expresso.sapo.pt/antes-pelo-contrario=s25282
Caro Pippo, não posso deixar de dar toda a razã ao Daniel Oliveira.
ResponderEliminarCerto anonimo me prove que a russia é o nazismo do seculo 21 claro é a Russia que fica financiando terroristas para o seu bel prazer economico e a Russia que fica cercando o maior pais do mundo na estratégia cordao sanitario para derrotar economicamente e o maior pais é obrigado a se defender senão a "Russia"destroi o estado no estilo de decomposição soviética é este pais "Russia" que fica entrando en guerras e depois deixa o pais arruinado e em miséria claro e esse pais a "Russia" porfavor me faca rir seu ret ha ve se aceita o coment dessa vez
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