segunda-feira, janeiro 20, 2014

Ucrânia: Diálogo ou guerra civil?



Todas as forças políticas ucranianas apelam ao início do diálogo para evitar o alargamento do conflito em Kiev, mas, por enquanto, nas ruas da capital ucraniana têm lugar confrontos que podem conduzir a uma guerra civil no maior país da Europa depois da Rússia. No centro da cidade continua-se a ouvir a explosão de granadas de gás lacrimogéneo.
Na véspera, depois de várias centenas de milhares de pessoas terem exigido a demissão do Presidente Victor Ianukovitch, a dissolução do Parlamento ucraniano e a realização de eleições antecipadas, centenas de pessoas tentaram romper cordões policiais para ocupar os edifícios do Parlamento e do Governo.
Na sexta-feira, a maioria pró-presidencial no Parlamento votou a favor, de braço no ar, leis que restringem fortemente o direito da oposição manifestar-se, o que provocou uma nova onda de indignação.
Os confrontos provocaram dezenas de feridos entre manifestantes e polícias, alguns dos quais se encontram em estado grave.
Vitali Klitchko, um dos dirigentes da oposição pró-europeia e campeão do mundo de boxe, apelou à dispersão dos manifestantes e a que não provocassem confrontos com a polícia, mas foi corrido a assobios e neve carbónica de um balão de combate a incêndios.
Os dirigentes da oposição acusam “provocadores” de estarem na origem dos incidentes, mas fica-se com a sensação de que eles já não controlam completamente a situação nas suas fileiras.
De manhã, foi anunciado um encontro entre representantes do poder e da oposição com vista a impedir a escalada do conflito e ao início do diálogo, mas, pelos vistos, este processo está a enfrentar grandes dificuldades.
Klitchko anunciou, de manhã, que Ianukovitch tinha prometido uma reunião com a oposição, mas, mais tarde, a reunião foi convocada, mas sem a presença do Presidente, facto que levou a oposição a declarar que não irá participar no diálogo.
À medida que o tempo passa, a situação vai-se degradando e tornando-se cada vez menos controlável. Se não forem tomadas medidas urgentes, a Ucrânia poderá mergulhar num conflito armado com consequências catastróficas não só para o país, mas para a Rússia e a Europa.
Mesmo se se acreditar na tese de alguns analistas políticos de que o Presidente Ianukovitch e a sua clã gozam apenas do apoio de uma minoria da população no Leste da Ucrânia, isso não evitará que o derramamento de sangue possa atingir grandes dimensões.
Porém, se estiverem corretas as estatísticas que mostram que a Ucrânia está dividida a meio no que respeita à aproximação desse país em relação à União Europeia e à Rússia, o problema será muito mais grave.
Bruxelas mostrou-se “muito preocupada” com a situação na Ucrânia e Moscovo acusou a UE de estar a atiçar os ânimos da oposição, declarações que também não contribuem para o desanuviamento da situação.
Considero que os problemas internos da Ucrânia devem ser resolvidos pelos próprios ucranianos e não em encontros entre representantes da UE e da Rússia, para que se evite o regresso à época do pacto Molotov-Ribbentrop. As potências estrangeiras não devem substituir as forças políticas ucranianas na solução dos problemas internos, mas devem contribuir para que estas últimas se sentem à mesa das conversações.
É preciso acabar na Europa, bem como noutros países do mundo, com a prática de derrubar governos e presidentes de que não se goste. Recordo que, embora não simpatizando com as actuais autoridades ucranianas, elas foram eleitas em escrutínios reconhecidos pela comunidade internacional. E, para Bruxelas, elas até eram aceitáveis até ao momento em que decidiram não assinar o Acordo de Parceria com a União Europeia. Para Moscovo foi o contrário...
Volto a recordar que a Ucrânia é o maior país do Velho Continente depois da Rússia. A desestabilização da situação nesse país e a queda para o precipício da guerra civil terá consequências graves para todos os europeus.

Claro que posso ser acusado de alarmista, mas mais vale prevenir do que remediar e, nas relações internacionais, a prevenção de conflitos é coisa rara, os países e organizações internacionais só costumam actuar quando as chamas devoram o edifício. Espero que não seja esse o futuro da Ucrânia.  

8 comentários:

  1. Anónimo02:11

    Por este andar ainda os marines lá vão dar uma ajuda.
    Bonito.

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  2. Anónimo03:17

    Não está a ser alarmista coisa nenhuma.

    Simplesmente está a faltar à verdade.

    Sabe muito bem (melhor que todos nós) que estes protestos estão a ser pagos, ainda melhor sabe que essa minoria de que fala é a oposição e não do governo.

    Kiev tem pouco mais de dois milhões de habitantes, por conseguinte os agitadores financiados por Merkel e companhia nem a população da capital chegam a representar.

    Continue a difundir este tipo de desinformação para justificar aquilo que recebe.

    Mas não se esqueça "QUE ROMA NÂO PAGA A TRAIDORES".

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  3. Anónimo, não seja cobarde, assine com o seu nome, caso contrário, vou mandar os seus comentários para o lixo, pois sei de onde veem. Você precisa de mudar de cassete, tal como o seu partido.

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  4. José Milhazes, como leitor deste blogue, sinto a necessidade de expressar o meu nojo por estes comentários anónimos cobardes.

    Tudo é sujeito a crítica, mesmo veemente e antagónica, nunca a coberto do lixo do anonimato.

    Dizem-se (ou julgam-se) estes vermes comunistas!... Se tivessem poder, estariam na primeira linha da bufaria. No fundo não passam de pidezecos.

    Cumprimentos

    Ricardo António Alves

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  5. Hum sim nao adianta negar a ue apoai os manifestantes inclusive com dinheiro isso ja foi comfirmado e parece que o anonimo e ou nao comunista isso eu nao sei mas que ele fala a verdade fala pais Brasil regiao rs predominantemente etnia alema, italiana e portuguessa:(:(:(:(:(:(

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  6. Ignorem os "anónimos"...

    Ou, se se fartarem deles... Podem sempre permitir apenas a colocação de comentários de pessoas que tenham uma conta registada na Blogger... (Que qualquer pessoa pode ter, mesmo que não tenha um blogue - e, apenas para fazer comentários nos blogues de outras pessoas.)

    A Internet está cheia de trolls, ao serviço do poder estabelecido, que tentam, de qualquer modo, desacreditar e ridicularizar quem não está com ele alinhado e/ou que denuncia coisas danosas para o mesmo.

    E, podem ler sobre alguns exemplos comprovados do que falo, nas seguintes hiperligações (e hiperligações nelas incluídas):

    http://www.infowars.com/pentagon-armies-of-paid-trolls/
    http://www.dailydot.com/news/turkey-twitter-gezi-akp-propaganda/
    http://octopedia.blogspot.pt/2012/12/os-limites-da-liberdade-de-expressao.html?showComment=1356664029142#c1805693969445000572


    No que toca a realidades mais próximas do que sobre aqui se fala...

    Oiçam, por exemplo, o que esta jornalista do Expresso tem a dizer sobre este novo fenómeno,

    http://portugalconfidencial.com/2013/08/jornalista-do-expresso-os-partidos-servem-sociedades-secretas-e-o-sector-financeiro/

    o que desta jornalista independente também se queixa

    http://perguntasinofensivas.blogspot.pt/2013/06/por-que-sera-que-raramente-vem-assinado.html

    e leiam, se quiserem, também este artigo, que denuncia que a União Europeia paga a pessoas para andarem a fazer colocações e comentários que joguem a favor da mesma.

    http://rt.com/news/eu-trolls-election-monitoring-348/


    A UE e companhia estão a ficar, cada vez mais, sem argumentos que os possam retratar de forma positiva. E, a maneira mais inteligente, neste momento, de combater a sua oposição, nem é vir com propaganda de treta, que muito pouca gente irá engolir. Mas, antes, retratar de forma ridícula quem a estes interesses se opõe.

    Fosse eu uma dessas pessoas pagas pelo poder estabelecido, para andar a comentar a favor do mesmo, o que eu faria, seria andar a passar-me por membro do PCP, ou de um qualquer outro grupo anti-UE, e andar a fazer comentários anti-UE cheios de elementos ridículos e de contradições...

    Vejam, por exemplo, o que fizeram a este jornalista, que denuncia coisas incómodas para esse mesmo poder estabelecido:

    http://paramimtantofaz.blogspot.pt/2012/01/nao-sou-anonimo-nem-me-chamo-alcides.html

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  7. Anónimo23:17



    (José Milhazes disse...
    Anónimo, não seja cobarde, assine com o seu nome, caso contrário, vou mandar os seus comentários para o lixo, pois sei de onde veem. Você precisa de mudar de cassete, tal como o seu partido)

    Esperava mais da sua parte, em particular explicasse porque se sente ofendido?

    Cobarde só por não colocar nome? Ignora que a mesma pessoa pode escrever sob vários pseudonimos?


    Permito que me adjetive de tudo que a razão lhe permita, desde que prove que falto à verdade.

    Se o conseguir, peço-lhe desculpa as vezes que me exigir.

    Até lá e em defesa dessa mesma verdade que é um valor que as pessoas honestas devem saber preservar, não me resta outra alternativa que manter aquilo que escrevi.

    Cassete já é um grande avanço para quem ainda usa grafonola.

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  8. Anónimo23:47



    Senhor Ricardo António Alves.

    Devia reservar esse ódio fossilizado que carrega e que muito deve perturbar a sua paz interior e dedicar-se coisas mais úteis a si e aos outros.

    Como por exemplo; aprender a debater ideias da mesma forma que as pessoas cultas costumam fazer.

    Podemos dizer tudo que nos convenha sem ofender o nosso oponente, para isso temos apenas que saber cavalgar nessa "montada" indestrutivel que se chama verdade.

    Cumprimentos

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