quarta-feira, janeiro 22, 2014

Ucrânia: Fim da “revolução” pró-UE em Kiev?



Desta vez, a “revolução” pró-UE não será de “veludo”, nem colorida, mas negra de luto, porque, no mínimo, três manifestantes morreram e centenas de polícias e manifestantes ficaram feridos, encontrando-se alguns em estado muito grave.
Tudo isto ocorre no dia da “União e da Liberdade da Ucrânia”. A 22 de janeiro de 1919, a Ucrânia uniu-se num Estado único pela primeira vez na história e, não obstante o período de independência ter sido breve, serviu de farol a muitos que lutaram pela Ucrânia enquanto Estado livre.
Depois de limitar os protestos violentos de grupos radicais da oposição ucraniana a uma área limitada de Kiev, a polícia de choque “Berkut” começou uma operação com vista a “limpar” o centro da capital ucraniana dos manifestantes da oposição.
As autoridades endurecem o discurso e as acusações na direcção da oposição, sublinhando que ela é responsável pelos confrontos. Mikola Azarov, primeiro-ministro ucraniano, considerou que os manifestantes não podem ser considerados pacíficos, mas são “pilhadores”, “criminosos” e “terroristas”. Além disso, ele voltou a repetir que as desordens são provocadas e financiadas por “forças do exterior”.
Pelos vistos, as autoridades estão convencidas de que recuperarão completamente a situação sem satisfazer as reivindicações apresentadas pela oposição: retirada da polícia de choque “Berkut”, revogação das leis que limitam a liberdade de expressão e manifestação, demissão do Presidente e Governo ucranianos e realização de eleições gerais antecipadas.
Os dirigentes da oposição, pelo seu lado, apelam às conversações e à mobilização geral dos seus apoiantes para o centro de Kiev. As conversações já começaram, mas, por enquanto, sem resultados visíveis. Quanto à mobilização, iremos ver se a oposição continuará com o mesmo poder de mobilização revelado até ao domingo passado.
Além disso, é cada vez mais preocupante o facto de os dirigentes da oposição não controlarem os grupos radicais que actuam em seu nome.
A Rússia e alguns países da UE e os Estados Unidos já reagiram aos incidentes. A Duma Estatal da Rússia apela à continuação do diálogo para pôr fim aos confrontos, mas se não for conseguido um acordo, apoia a tomada de medidas rígidas pelas autoridades ucranianas para restabelecer a ordem.
A Lituânia e a Polónia apelam à imposição de sanções contra os dirigentes ucranianos e os EUA já começaram a realizá-las, anulando o visto americano no passaporte de alguns políticos ucranianos.

Por enquanto, os confrontos ainda não foram além de um pedaço de território em Kiev, mas o que ontem era impensável: o aparecimento de vítimas mortais, hoje é uma realidade. A linha do sangue foi atravessada no centro da Europa. 

2 comentários:

  1. ...mas o que ontem era impensável: o aparecimento de vítimas mortais, hoje é uma realidade...

    Muito preocupante esta situação. Isto não está a evoluir nada bem.

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  2. Portugueses (((((((((((

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