Desta vez, a
“revolução” pró-UE não será de “veludo”, nem colorida,
mas negra de luto, porque, no mínimo, três manifestantes morreram e
centenas de polícias e manifestantes ficaram feridos, encontrando-se
alguns em estado muito grave.
Tudo isto
ocorre no dia da “União e da Liberdade da Ucrânia”. A 22 de
janeiro de 1919, a Ucrânia uniu-se num Estado único pela primeira
vez na história e, não obstante o período de independência ter
sido breve, serviu de farol a muitos que lutaram pela Ucrânia
enquanto Estado livre.
Depois de
limitar os protestos violentos de grupos radicais da oposição
ucraniana a uma área limitada de Kiev, a polícia de choque “Berkut”
começou uma operação com vista a “limpar” o centro da capital
ucraniana dos manifestantes da oposição.
As
autoridades endurecem o discurso e as acusações na direcção da
oposição, sublinhando que ela é responsável pelos confrontos.
Mikola Azarov, primeiro-ministro ucraniano, considerou que os
manifestantes não podem ser considerados pacíficos, mas são
“pilhadores”, “criminosos” e “terroristas”. Além disso,
ele voltou a repetir que as desordens são provocadas e financiadas
por “forças do exterior”.
Pelos
vistos, as autoridades estão convencidas de que recuperarão
completamente a situação sem satisfazer as reivindicações
apresentadas pela oposição: retirada da polícia de choque
“Berkut”, revogação das leis que limitam a liberdade de
expressão e manifestação, demissão do Presidente e Governo
ucranianos e realização de eleições gerais antecipadas.
Os
dirigentes da oposição, pelo seu lado, apelam às conversações e
à mobilização geral dos seus apoiantes para o centro de Kiev. As
conversações já começaram, mas, por enquanto, sem resultados
visíveis. Quanto à mobilização, iremos ver se a oposição
continuará com o mesmo poder de mobilização revelado até ao
domingo passado.
Além disso,
é cada vez mais preocupante o facto de os dirigentes da oposição
não controlarem os grupos radicais que actuam em seu nome.
A Rússia e
alguns países da UE e os Estados Unidos já reagiram aos incidentes.
A Duma Estatal da Rússia apela à continuação do diálogo para pôr
fim aos confrontos, mas se não for conseguido um acordo, apoia a
tomada de medidas rígidas pelas autoridades ucranianas para
restabelecer a ordem.
A Lituânia
e a Polónia apelam à imposição de sanções contra os dirigentes
ucranianos e os EUA já começaram a realizá-las, anulando o visto
americano no passaporte de alguns políticos ucranianos.
Por
enquanto, os confrontos ainda não foram além de um pedaço de
território em Kiev, mas o que ontem era impensável: o aparecimento
de vítimas mortais, hoje é uma realidade. A linha do sangue foi
atravessada no centro da Europa.
...mas o que ontem era impensável: o aparecimento de vítimas mortais, hoje é uma realidade...
ResponderEliminarMuito preocupante esta situação. Isto não está a evoluir nada bem.
Portugueses (((((((((((
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