sábado, maio 20, 2006

Autoridades bielorrussas suspendem exibição de "O Código Da Vinci"


As autoridades bielorrussas decidiram-se pela suspensão da projecção da polémica película "O Código Da Vinci" devido às críticas feitas por crentes e hierarcas das igrejas Ortodoxa e Católica. A decisão foi tomada pela companhia estatal de distribuição de filmes, justificando-a com "a reacção negativa dos fiéis". As três salas onde se projecta o filme desde a passada Quinta-feira suspenderam a venda de bilhetes e, por isso, a exibição deixará de se realizar a partir de Segunda-feira. Na semana passada, um comité de peritos, integrado por críticos de cinema e representantes do clero ortodoxo e católico, tinham recomendado autorizar a projecção do filme a espectadores com mais de 18 anos.
A Igreja Ortodoxa Bielorrussa defende que "O Código Da Vinci" é uma "heresia" que não "traz nada de novo" e considerou a novela em que se baseia a película "uma fantasia do autor, que se baseia em rumores e mentiras propagados desde os tempos de Jesus Cristo".
Pelo seu lado, o Episcopado católico assegura que o filme "é pura ficção e não tem nenhuma relação com os acontecimentos históricos", acrescentando que "ele insulta não só os crentes, mas também os ateus, já que insulta tanto os valores cristãos, como os da Humanidade em geral". Os católicos bielorrussos nunca se pronunciaram pela "proibição" da película, considerando que não servirá de nada, mas aconselhou os sacerdotes a não a verem.
Na Rússia, não obstante a forte pressão da Igreja Ortodoxa, as autoridades não pretendem suspender a exibição do filme, que se estreou na semana passada. "Nenhum filme pode ser proibido porque, do ponto de vista das confissões religiosas, interpreta incorrectamente os seus postulados"- declarou Mikhail Seslavinski, dirigente da Agência Federal para a Imprensa e Meios de Comunicação da Rússia, justicando-se com o facto de "o livro ter sido lido por muitos milhões de pessoas e não deu origem a confrontos religiosos".
"O Código Da Vinci", que se baseia numa novela do escritor norte-americano Dan Brown, está a ser um grande êxito de bilheteira em São Petersburgo e noutras cidades russas, onde as salas de cinema têm vendido cerca de 85% dos lugares.
Isto acontece não obstante a Igreja Ortodoxa Russa ter considerado o filme uma "perigosa provocação, capaz de originar formas extremas de protesto".
Porém, seis salas de cinema da cidade de Voronej, a Sul de Moscovo, optaram por não exibir "O Código Da Vinci" sem avançarem qualquer tipo de justificação, dizendo apenas que "isso não provoca prejuízos". Na passada Quinta-feira, quando essa película foi estreada em Moscovo, ocorreram manifestações de crentes ortodoxos, que queimaram cartazes e cassetes de "O Código Da Vinci".

2 comentários:

Amélia disse...

Chama-se a isto um estado laico e livre...bom parceiro do Ocidente

Hermengarda disse...

Exmo topas...gostaria só de chamar a atenção para o facto de apesar do Sr. Putin ser o todo poderoso da região, não é o Presidente da Bielo-Rússia, que também é um “grande democrata” Sr. Lukachenko.