sexta-feira, maio 12, 2006

Continuam a desaparecer pessoas na Tchetchénia



A organização russa de defesa de direitos humanos Memorial denunciou que, nos últimos três anos, na Tchetchénia desapareceram mais de mil pessoas e que o sequestro é o delito mais comum nessa república do Norte do Cáucaso onde as tropas de Moscovo combatem o separatismo desde 1994.
"Em conformidade com as nossas investigações, entre 2002 e 2006, foram sequestradas 1.893 pessoas na Tchetchénia, tendo 648 sido libertadas, 186 assassinadas e 1.023 continuam desaparecidas" - declarou Dmitri Gruchkin, representante da Memorial.
Segundo ele, no ano presente, na Tchetchénia foram sequestradas 92 pessoas, 48 das quais foram libertadas, 6 assassinadas e 38 que ainda não foram encontradas.
"Em conformidade com os anos anteriores, os raptos na Tchetchénia não diminuíram e são um dos problemas de segurança mais graves que a república enfrenta" - sublinhou Gruchin.
As autoridades de Moscovo apontam o dedo à guerrilha separatista tchetchena, mas as organizações humanitárias acusam também as autoridades tchetchenas pró-russas de estarem por detrás deste fenómeno, que se tornou um verdadeiro negócio. O resgaste de alguns reféns chegou a custar 4 milhões de dólares americanos.
Não obstante este e outros problemas graves na Tchtchénia, o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, quase não abordou a situação no Cáucaso na sua "mensagem à nação", pronunciada no dia 10 de Maio, querendo dizer com isso que a situação está controlada, o que parece não corresponder à realidade.

1 comentário:

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Caro leitor, claro que sim: www.memorial.ru . Cumprimentos. JMilhazes