Nem os bailarinos escapam ao serviço militar

o general Vassili Smirnov, chefe da Direcção Central de Organização e Mobilização do Estado-Maior General das Forças Armadas da Rússia, anunciou que o Ministério da Defesa não irá abrir excepções e começará a chamar para o cumprimento do serviço militar obrigatório os alunos dos institutos e universidades de artes.

"Não planeamos fazer qualquer excepção, porque se revelarmos a mais pequena fraqueza neste campo, todos os restantes se irão aproveitar" - declarou o general, lembrando que a Duma Estatal (câmara baixa do Parlamento) da Rússia se prepara para reduzir a lista dos motivos que permitem o adiamento ou não do cumprimento do serviço militar obrigatório, que, presentemente, ronda os 18 meses.

Anatoli Iksakov, director-geral do Teatro Bolshoi de Moscovo, foi o primeira a reagir negativamente a essa proposta, sublinhando que isso pode pôr fim à mundialmente conhecida escola de bailado russo. "O recrutamento de bailarinos desfere um golpe mortal no bailado russo e dificilmente ajudará a reforçar as Forças Armadas da Rússia" - ironizou Iksakov, e acrescentou: "Até no período soviético se compreendia que é possível defender a Pátria não só com armas. A força e a beleza da arte de bailado, compreensível para cada pessoa em qualquer país, são capazes de fazer muito em prol da causa da paz e da compreensão mútua entre as pessoas na Terra".

O director do mais conhecido teatro e escola de bailado da Rússia considera que o recrutamento de bailarinos levará a "uma fuga em massa de jovens talentos para o estrangeiro".