Rússia encobre presumível criminoso de guerra

Dragan Zelenovic, presumível criminoso de guerra sérvio, cuja extradição é reclamada pelo Tribunal Internacional de Haia, foi multado pelas autoridades judiciais russas da região de Khanti-Mansiisk (Sibéria), mas não foi extraditado.

"O tribunal condenou Zelenovic a pagar uma multa de 20.000 rublos (cerca de 600 euros) por falsificação do passaporte, mas foi posto em liberdade depois de ter prometido por escrito que não abandonará essa região" - informou uma fonte oficial à agência noticiosa Interfax. O Ministério Público, que abrira um processo crime contra o antigo oficial da polícia sérvia na Bósnia no passado 14 de Abril, manifestou o seu desacordo com a sentença e vai recorrer.

Zelenovic foi detido em 25 de Agosto de 2005 a pedido do Tribunal Penal Internacional para a antiga Jugoslávia(TPIJ) com sede em Haia, que pediu a sua extradição. O sérvio da Bósnia trabalhou durante vários anos nessa região como trabalhador da construção civil sob a falsa de Brasnislav Petrovic. Carla del Ponte, juiza do TPIJ já ameaçou várias vezes denunciar publicamente a falta de colaboração russa com aquele tribunal, mas sem resultado.

O antigo oficial da polícia, de 44 anos, é acusado de crimes de guerra contra os muçulmanos, entre os quais violação e tortura, na zona de Foca (Este da Bósnia), durante a guera civil nesse país (1992-1995). Pensa-se também que tenha encontrado refúgio na Rússia outro general da polícia sérvia, Vlastimir Djordjevic, acusado de crimes no Kosovo e procurado pelo TPIJ.

Moscovo não fica incomodada com a presença no seu território de outras pessoas que são procuradas pela justiça internacional. Por exemplo, sob Arkadi Gaidamak, judeu de origem russa ligado a negócios pouco claros em Angola, paira um mandado de captura emitido pela Justiça Francesa. Porém, o Kremlin não só não o entrega, como até lhe permitiu adquirir o prestigiado semanário Novidades de Moscovo e a estação de rádio Arsenal. Na capital russa, Gaidamak apresenta-se como "conselheiro económico da Embaixada de Angola na Rússia".