Terror regressa ao Cáucaso do Norte

O vice-ministro do Interior da Inguchétia, Djabrail Kostoev, foi hoje vítima de um atentado com explosivos, que fez sete mortos. O alto funcionário da polícia inguche "morreu imediatamente" durante um ataque que ocorreu de manhã cedo em Nazran, maior cidade da Inguchétia, república caucasina russa que vizinha com a Tchetchénia.

Segundo fontes policiais, um automóvel conduzido por um terrorista suicida embateu contra o veículo blindado que transportava Kostoev. Além do ministro, faleceram também dois guarda-costas que seguiam com ele e quatro civis que se encontravam num carro que foi embater coontra o autómovel de Kostoev depois da explosão.

Djabrail Kostoev já tinha sido vítima de vários atentados, um dos quais, em Agosto de 2005, lhe causou ferimentos graves. Além disso, no ano passado, foram assassinados também um irmão e um sobrinho do vice-ministro inguche, ambos polícias.

Issa Kostoev, membro do Conselho da Federação da Rússia e primo do alto funcionário assassinado, considera que se tratou de uma acção de vingança de terroristas islâmicos: "ele era um dos poucos que real e constantemente lutava contra o terrorismo, o wahhabismo e outros "ismos"".

Porém, o jornal electrónico Inguchetia.ru escreve que os terroristas assassinaram o ministro e os seus familiares que trabalham na polícia para se vingar dos métodos cruéis por eles empregues: tortura, assassinatos.

Noutra república caucasiana da Rússia, Karatchaevo-Tcherkéssia, desconhecidos assassinaram a tiro Khassan Ianakaiev, director da penitenciária da capital, a cidade de Tcherkess. Nikolai Chepel, dirigente do Ministério Público da Rússia, atribui o crime a "funcionários prisionais em vingança pela política de "limpeza" levada a cabo por Ianakaiev na prisão a seu cargo".

Sempre que chega a Primavera e as neves se derretem no Cáucaso, tem-se assistido a um forte recrudescimento da guerrilha separatista tchetchena e de aliados seus nesta na região, nomeadamente na Inguchétia, Daguestão e Karatchaevo- Tcherkéssia. O Kremlin tem vindo a dizer que controla a situação, mas esta Primavera e Verão serão um sério teste à sua política naquela região, tanto mais que os separatistas tchetchenos prometeram levar o terror para o interior da Rússia.