Um museu em memória do ditador comunista José Estaline abriu portas na cidade de Volgogrado, antiga Estalinegrado, cenário de uma das mais cruéis batalhas da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
O museu, criado por "iniciativa de um grupo de cidadãos" desta cidade na margem do rio Volga, expõe fotografias de Estaline durante a Guerra Civil (1917-1922) e a Grande Guerra Pátria contra a Alemanha nazi (1941-1945). O ditador bolchevique (1879-1953) dirigiu soldados do Exército Vermelho nessa cidade e arredores e, por isso, nos anos 20 do século passado, ela deixou de chamar-se Tsaritsina (Czarina) e recebeu o nome de Estalinegrado. Além de Estalinegrado, aoareceram cidades com o nome de Estalinabad, Estalino, etc. Porém, em 1961, no período de "desestalinização" e "degelo", o nome e as imagens do "Zé dos Bigodes" foram banidos de ruas, aldeias, cidades soviéticas e de outros países do bloco comunista.
A parte central da exposição permanente de quatro salas é uma réplica do escritório de Estaline no Kremlin, onde se encontra também uma figura de cera do dirigente comunista. "Os visitantes poderão sentir o espírito revolucionário de Tsaritsina, o heroísmo dos soldados soviéticos na Batalha de Estalinegrado, o entusiasmo da reconstrução e os anos da repressão" - declarou um funcionário local à agência Interfax.
Em 2 de Fevereiro de 1943, o marechal alemão Friedrich von Paulus rendeu-se com milhares dos seus soldados ao Exército Soviético depois de 200 dias e noites de combates sangrentos em Estalinegrado, que constituíram um ponto de viragem na Segunda Guerra Mundial.
Em 2003, nas vésperas do 60º aniversário dessa batalha, a Duma (Assembleia Municipal) de Volgogrado pediu ao Presidente russo, Vladimir Putin, para devolver à cidade o nome de Estalinegrado, mas a iniciativa não recebeu o apoio do Kremlin. A maioria dos historiadores russos considera que, a devolver o nome a Volgogrado, a cidade deve voltar a chamar-se Tsaritsina.
Nos últimos tempos, têm sido feitas várias tentativas de edificar ou restabelecer monumentos a um dos mais sangrentos ditadores da História da Humanidade, alegando que nem tudo foram erros e crimes durante a era estalinista. Segundo uma sondagem recentemente realizada pelo Centro de Iúri Levada, 33% dos russos considera que, não obstante os erros cometidos, Estaline conduziu a União Soviética à vitória na Segunda Guerra Mundial. 29% dos inquiridos considera-o "um tirano vruel e desumano, culpado do extermínio de milhões de pessoas inocentes".
Mikhail Gorbatchov, antigo Presidente da União Soviética e um dos dirigentes que mais fez para revelar os crimes cometidos por Estaline dentro e fora do país, tem levantado várias vezes a voz contra a reabilitação do ditador: "Vemos retratos de Estaline por toda a parte. Estamos perante uma tentativa de preservar o estalinismo e isso é muito grave".
4 comentários:
No outro lado tínhamos o McCarthy...a verdade é que em alturas extremas ocorrem comportamentos extremos. Como podemos ousar colocar a culpa num só homem é que eu não compreendo. mas desde quando é que um líder, mesmo ditador, governa sozinho?
Contenção Manuel Martins...
Infelizmente há gente com as ideias mais infelizes. Perpétuar o sofrimento humano com o reviver de episódios mais marcantes de forma negativa da história da humanidade é mais que mau. Já agora podem por no museu os capangas da Coreia, Hitler, o regime Vietnamita e podem preparar lugar para Hugo chavez e fidel Castro e mais alguns dos seus seguidores sul americanos
Quanto custa afinal uma vida humana? Um foguete para a lua?
Os estados unidos são, e foram, uma falsa democracia. Não pretendo defender o comportamento de Estaline, já que é imperdoável, mas verdade seja dita, a interferência americana em Angola, Vietname, Coreia, etc...sem esquecer recentemente o Islão não é também condenável? A questão é que a não existência de um governante fixo (como é um ditador) facilita a distribuição das culpas.
Quantas pessoas mataram já os americanos? Quantas pessoas matou Bush?
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