sábado, junho 03, 2006

Putin demite Procurador-Geral Russo (pormenores)



O Presidente russo, Vladimir Putin, demitiu Vladimir Ustinov do cargo de procurador-geral (chefe do Ministério Público) da Rússia, função que exercia desde Maio de 2000, no meio de uma campanha contra a corrupção na máquina do Estado.
Esta decisão apanhou de surpresa a maioria da classe política russa, mas foi apoiada quase unanimemente no Conselho da Federação (Senado), com 140 votos a favor, duas abstenções e nenhum voto contra. Ustinov, cujo mandato era de cinco anos, tinha sido reeleito pelo Senado a 13 de Abril de 2005.
Quanto ao substituto, avança-se com o nome de Dmitri Kozak, representante do Kremlin no Distrito Federal do Sul (Cáucaso) e considerado um dos funcionários mais honestos do país.
Os analistas políticos consideram que esta demissão se deve à insatisfação de Putin face ao combate contra a corrupção no aparelho de Estado e, por isso, prognosticam novas destituições de altos cargos da administração pública, bem como de novos processos judiciais."Nos últimos tempos, a direcção do Estado manifestou-se numerosas vezes insatisfeita com a luta contra a corrupção, com a investigação insuficiente de sérios abusos nas alfândegas e noutros órgãos de poder", considera Viatcheslav Nikonov, analista político próximo do Kremlin.
"A corrupção e a impopularidade de Ustinov são as causas da demissão que estão à tona. Não excluo que haja razões mais profundas, porque a nossa elite política é fechada", comentou Alexei Malachenko, do Centro Carnegie de Moscovo.
É de assinalar que, nos últimos anos, têm sido desencadeado numerosos processos judiciais contra altos funcionários públicos, que, fundamentalmente, são acusados de corrupção e abuso de poder. Porém, ou conseguem fazer que esses processos sejam esquecidos nos arquivos dos tribunais, ou são condenados a penas condicionais ou amnistiados.
Segundo uma sondagem do Centro Analítico Levada, apenas 9 por cento dos russos consideram que a corrupção diminuiu, enquanto 40 por cento afirmam que, pelo contrário, aumentou e 36 por cento não notam mudanças substanciais.

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