Sintra e a bela condessa
Em 1782, esteve em Lisboa Pavel Tchitchagov, mais tarde almirante da Armada Russa e o primeiro a ocupar o cargo de Ministro do Mar do Império Russo. Eis o que deixou escrito sobre Lisboa e Sintra nas suas Notas:
"Ele [intendente da Armada Portuguesa], mesmo após a recepção hospitaleira na sua casa da cidade, propôs levar-nos a Sintra, o mais belo dos arredores de Lisboa, o lugar onde existe o ar mais puro e saudável em todo o país, distiguindo-se bastante do ar da capital, uma das cidades mais sujas e fedorentas do mundo de então.
O almirante, alguns dos capitães e eu dirigimo-nos, no dia acordado, para a maravilhosa residência do intendente em Sintra. Ele manteve-nos aí uma semana inteira. Diariamente, depois de um sumptuoso pequeno-almoço, íamos passear: uns montavam a cavalo, outros andavam de burro, outros ainda de coche, pelos lugares pitorescos e perfumados desse canto admirável. Ele apresentou-nos a numerosas pessoas e essas apresentações eram acompanhadas de visitas, almoços luxuosos, concertos, bailes, que ocupavam cada minuto nosso. Aí, vi pela primeira vez um milagre da beleza, que era o oposto estranho das loiras, mais ou menos sem cor, que encontramos nos países do Norte. Tratava-se de uma bela condessa com a cintura de ninfa, traços perfeitíssimos, o rosto mais sedutor, com olhos negros, bastante vivos, com cabelos que se poderiam arrastar pelo chão se não estivessem seguros numa trança, mas, não obstante isso, à moda dessa ocasião, caíam-lhe até aos seus calcanhares. A partir de então, passei a ter em alta consideração a beleza das mulheres portuguesas".
Em 1782, esteve em Lisboa Pavel Tchitchagov, mais tarde almirante da Armada Russa e o primeiro a ocupar o cargo de Ministro do Mar do Império Russo. Eis o que deixou escrito sobre Lisboa e Sintra nas suas Notas:
"Ele [intendente da Armada Portuguesa], mesmo após a recepção hospitaleira na sua casa da cidade, propôs levar-nos a Sintra, o mais belo dos arredores de Lisboa, o lugar onde existe o ar mais puro e saudável em todo o país, distiguindo-se bastante do ar da capital, uma das cidades mais sujas e fedorentas do mundo de então.
O almirante, alguns dos capitães e eu dirigimo-nos, no dia acordado, para a maravilhosa residência do intendente em Sintra. Ele manteve-nos aí uma semana inteira. Diariamente, depois de um sumptuoso pequeno-almoço, íamos passear: uns montavam a cavalo, outros andavam de burro, outros ainda de coche, pelos lugares pitorescos e perfumados desse canto admirável. Ele apresentou-nos a numerosas pessoas e essas apresentações eram acompanhadas de visitas, almoços luxuosos, concertos, bailes, que ocupavam cada minuto nosso. Aí, vi pela primeira vez um milagre da beleza, que era o oposto estranho das loiras, mais ou menos sem cor, que encontramos nos países do Norte. Tratava-se de uma bela condessa com a cintura de ninfa, traços perfeitíssimos, o rosto mais sedutor, com olhos negros, bastante vivos, com cabelos que se poderiam arrastar pelo chão se não estivessem seguros numa trança, mas, não obstante isso, à moda dessa ocasião, caíam-lhe até aos seus calcanhares. A partir de então, passei a ter em alta consideração a beleza das mulheres portuguesas".
In: Notas do Almirante Pavel Vassilievitch Tchitchagov. Moscovo, 2002, pág. 155-156
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