Os oito países mais influentes do mundo anunciam amplo programas de reformas globais
Numa reunião em São Petersburgo, o grupo dos países mais industrializados e a Rússia chegaram a um acordo para abrir de forma "transparente" o sector da energia a investimentos estrangeiros.
Para além de um comunicado conjunto sobre a situação no Médio Oriente, que ocupou uma parte considerável do encontro, o G8 aprovou ainda uma série de documentos sobre a segurança energética mundial, a educação, o combate contra as doenças contagiosas e a luta contra a corrupção e o terrorismo.
Os dirigentes manifestaram o seu apoio aos "princípios da Carta Energética" - um documento fundamental da comunidade internacional que determina as normas de acção na esfera da energia - e aos esforços que visam o incentivo da cooperação internacional.
Os membros do G8 (EUA, Canadá, França, Itália, Japão, Reino Unido, França e Rússia) constatam que "nenhum país está em condições de proteger-se dos perigos neste campo" e, por isso, comprometeram-se a "desenvolver a cooperação internacional no campo da luta contra as ameaças a infraestruturas energéticas vitalmente importantes". Nomeadamente, o reforço da segurança dessas infraestruturas, o controlo das exportações de materiais radioactivos e o impedimento do acesso dos terroristas a esses materiais.
Mas o documento contém contradições de difícil superação: a Rússia coloca ressalvas que põem em causa a realização desses princípios. Ao mesmo tempo que Moscovo afirma estar disposto a abrir o seu sector energético aos países estrangeiros, recusa-se a ratificar a Carta Energética. Na carta, por exemplo, fala-se da necessidade de contribuir para o acesso aberto aos recursos energéticos e à infraestrutura de transporte, mas a Rússia teme que este seu sector fundamental passe a ser dirigido pelas grandes multinacionais.
"A Rússia assinou a Carta Energética, mas, por enquanto, não a ratificou. Por isso, a contradição está na posição da Rússia" - resumiu Durão Barroso, Presidente da Comissão Europeia.
"A fórmula aprovada tem em atenção os esforços dos membros da Carta Energética com vista ao desenvolvimento da cooperação energética. Ponto final. Por isso, não haverá ratificação da Carta Energética", justificou Andrei Kondakov, do Ministério russo dos Negócios Estrangeiros.
A Cimeira do G-8 aprovou ainda um "plano global de combate à corrupção", onde os seus membros se comprometem a tomar medidas para "descobrir e perseguir judicialmente os funcionários públicos corruptos e os que os corrompem".
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