Mísseis norte-coreanos caiem na zona económica exclusiva russa

A Coreia do Norte lançou seis mísseis, entre os quais estava o míssil balístico de longo alcance Taepodong-2, capaz de atingir alvos no território dos Estados Unidos. Os projectéis disparados, porém, caíram mais perto da Rússia do que do Japão.
Segundo fontes militares russas citadas pelas agências, pelo menos dois mísseis “caíram dentro das 200 milhas da zona económica exclusiva da Rússia”, sendo que um dos projectéis afundou-se a algumas dezenas de quilómetros da cidade de Nakhodka, no Extremo Oriente russo.
Não obstante as boas relações existentes entre a Coreia do Norte e a Rússia – Moscovo tem sido, além de Pequim, um dos protectores do regime comunista autoritário de Kim Jong-Il – o Governo de Pyongyang não informou o Kremlin do lançamento experimental dos seus mísseis.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia já reagiu por intermédio do seu porta-voz, Mikhail Kaminin: “Pode afirmar-se que os lançamentos de mísseis realizados claramente não correspondem ao reforço das medidas de confiança na região. Semelhante tipo de provocação complica significativamente a situação em torno do programa nuclear norte-coreano”.
Kaminin sublinhou também que a “parte russa irá participar activamente na sessão do Conselho de Segurança da ONU a realizar hoje”. Esta sessão do CS reúne-se para decidir o tipo de medidas a tomar em relação à acção militar da Coreia do Norte.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia prometeu uma posição mais concreta depois de estudar mais pormenores sobre os locais da queda dos mísseis norte-coreanos.
A decisão de Pyongyang é prejudicial para o Kremlin, porque pode levar os dirigentes dos oito países mais industrializados do mundo, que se irão reunir na Cimeira de São Petersburgo na próxima semana, a concentrar as discussões sobre o programa nuclear da Coreia do Norte e do Irão e a deixar para segundo plano os problemas que Vladimir Putin desejaria ver como centrais: “segurança energética”, “educação” e “saúde”.