Alexandre Lukachenko, Presidente da Bielorrússia, anunciou que a construção de uma central nuclear no seu país é uma direcção prioritária do desenvolvimento da esfera energética.
Ao discursar perante os diplomatas que representam a Bielorrússia no estrangeiro, Lukachenko considerou que esse passo garantirá a segurança energética do país. "No futuro, parece que não poderemos passar sem isso" - declarou ele e sublinhou: "que nessa decisão não deve influenciar a radiofobia e outros medos, mas o efeito científico e económico sensato".
O facto da Bielorrússia ter sido o mais atingido pela catástrofe de Tchernobil, em 1986, (cerca de metade do território bielorrusso ficou e continua contaminado com radioactividade), não faz parar Lukachenko. Ele sublinhou particularmente que não existe nenhum obstáculo à edificação de uma central nuclear no país, porque se recusou a assinar com a Agência Internacional de Energia Atómica o protocolo adicional ao acordo sobre a não proliferação de armas nucleares. "Dizem-me que a asinatura do protocolo contribuirá para a formação de uma imagem positiva do nosso Estado no mundo. Mas nós já oferecemos gratuitamente ao mundo as nossas armas nucleares (tem-se em vista a retirada da Bielorrúsia para a Rússia, após a desintegração da União Soviética, de 81 mísseis com ogivas nucleares). E onde está essa imagem: Cuspiram nela e espezinharam-na..." - exclamou Lukachenko.
Esta tomada de decisão foi acelerada pelo facto de Moscovo ter anunciado um aumento brusco do preço do gás natural a fornecer à Bielorrúsia. 93% dos combustíveis consumidos por este país são importados da vizinha Rússia.
Porém, esta intenção de Minsk poderá provocar fortes críticas do Ocidente, tanto mais que Lukachenko se recusa a assinar o protocolo adicional ao acordo sobre a não proliferação de armas nucleares. Além do mais, Alexandre Lukachenko foi incluído no "clube dos párias", onde também se encontram os dirigentes do Irão, Coreia do Norte e Venezuela. Os dois primeiros já deram passos consideráveis na área da energia nuclear e Hugo Chávez já manifestou o seu desejo de desenvolver um "programa nuclear para fins pacíficos".
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