As autoridades russas encontram-se em estado de alerta devido a um novo derrame efectuado por uma fábrica química na China que pode contaminar o rio Amur, fronteira natural entre ambos os países, informó o Organismo de Proteção do Meio Ambiente da Rússia.
"Devido à contaminação do rio chinês Sungari (Songhua em chinês, afluente do Amur), intensificaremos o controlo sobre o estado das águas do rio", assegurou Oleg Mitvol, dirigente desse organismo, citado pela agência Interfax.
Mitvol acrescentou que, segundo os primeiros dados, a mancha de benzol -substância inflamável e altamente tóxica- tem uma superfície de 2,5 kilómetros, dirige-se para a foz do rio e deverá chegar ao Amur em 20 dias.
Segundo a imprensa chinesa, uma empresa química da cidade de Jilin, capital da província nordestina do mesmo nome, libertou, no passado Domingo, uma quantidade indeterminada de benzol no rio Sungari.
Por outro lado, Mitvol lamentou que as autoridades chinesas "não informam regularmente sobre as fugas, o que dificulta o trabalhdor dos órgãos de protecção do meio-ambiente da Rússia para minimizar as consequências da contaminação".
O coordenador do programa de Contaminação da Greenpeace na Rússia, Alexéi Kisseliov, denunciou que "todos os rios chineses estão contaminados, porque a indústria deste país desenvolve-se muito rapidamente, mas as autoridades prestam pouca atenção ao meio ambiente".
Em Novembro do ano passado, outra fuga de 100 toneladas de benzol, efectuado por uma fábrica de petroquímica chinesa, desaguou no Amur, o sexto rio maior do planeta.
Segundo os expertos russos, a contaminação do Amur, de 4.410 kilómetros de comprimento, terá um grande impacto ecológico, porque é 0 único dos grandes rios da Sibéria que desagua no Pacífico.
Nas margens do Amur, rio navegável para barcos de grande tonelagem, vivem seis milhões de russos e do outro lado da fronteira, 67 milhões de chineses.
Assim é fácil compreender o vertiginoso crescimento económico chinês: mão-de-obra barata, despreso total pelas questões ambientais e mercados ocidentais abertos a produtos fabricados em condições desiguais. E o mais surpreendente é a posição de Moscovo, cujos protestos são tão fracos, quanto inificazes.
2 comentários:
É caso para dizer que snake é uma verdadeiro "experto" da língua de camões.
"igualmente ditadora"? Sabe-nos muito bem, ocidentais, manter um desprezo vivo em direcção a uma política económica, com algumas acusações menos verdadeiras. A Rússia é uma democracia, muito embora se note constantemente um poder excessivo dos dirigentes. Mas, o país que clama ser a mais brilhante democracia (EUA) faz exactamente a mesma coisa.
Agora sobre a conduta diplomática russa, note-se que estes dois países, embora comunistas, nunca se deram muito bem. Talvez a brandura evite outras complicações.
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