Andrei Kozlov tornou-se conhecido pela luta contra a "lavagem de capitais" e "fugas ao fisco"
Andrei Kozlov, vice-presidente do Banco Central da Rússia (BCR), morreu ontem num hospital de Moscovo depois de ter sido baleado por desconhecidos. O atentado, no qual morreu também o condutor do carro em que seguia, foi perpretado na quarta-feira à noite junto das instalações desportivas do clube de futebol Spartak de Moscovo.
Kozlov, de 41 anos, ocupou o cargo de vice-presidente do BCR entre 1997 e 1999, tendo trabalho depois em várias empresas privadas. Em Abril de 2002, regressou ao Banco para dirigir o sector de supervisão do sistema bancário, tornando-se conhecido pela luta contra a "lavagem de capitais" e "fugas ao fisco". Graças à sua actividade, no ano passado, o Banco Central da Rússia retirou a licença a 44 entidades bancárias por actividades ilícitas. "Nós somos uma espécie de "limpadores da floresta" e, por isso, corremos riscos", declarou Kozlov numa entrevista publicada no mês passado.
A maioria dos políticos e observadores russos não duvida de que a morte de Andrei Kozlov foi mais um "assassinato por encomenda". "Claro que o crime pode estar ligado à sua actividade profissional. Ele tinha posições firmes face aos bancos que lavavam dinheiro ou se dedicavam a outras actividades ilegais", considera Anatoli Aksakov, vice-presidente da Comissão Parlamentar para Assuntos Bancários e Financeiros.
Na Rússia, o assassinato de políticos, altos funcionários ou homens de negócios não é uma raridade, mas a situação tinha melhorado consideravelmente com a chegada de Vladimir Putin ao Kremlin. O último atentado significativo ocorreu em Abril de 2003, quando o deputado liberal Serguei Iuchenkov foi assassinado a tiro perto da sua residência.
Por isso, Anatoli Tchubais, presidente da Rede Eléctrica da Rússia, que escapou ileso a um atentado no ano passado, considerou a morte de Kozlov "um desafio descarado a todas as autoridades russas", sublinhando que ela merece uma "resposta dura, operativa e sem clemência da parte do poder".
1 comentário:
Este tipo de noticias são muito tristes, pelo que significam, estes actos têm uma consequência extremamente nefasta na população e na a sociedade em geral. Transformam-se num travão à iniciativa individual daqueles que querem fazer bem e têm a coragem de combater o mal, os preciosos agentes de mudança.
Se uma morte é de lamentar, a morte de alguém que desenvolve um esforço para o bem de todos é ainda mais lamentável.
Na minha opinião, em Portugal esta questão tem um paralelo, acontece algo semelhante mas a um nível diferente, a nossa máfia não é violenta e agressiva, mas é igualmente eficaz. A nossa máfia é aquilo a que muitos chamam o SISTEMA..., não mata mas destroi e como a máfia Russa também é um travão ao bem estar social e progresso do país.
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