Contributos para a História - Angola (cont.)

Do livro "Tropas Especiais Russas em África" de Serguei Kolomnin:

"O maior número de nossos conterrâneos mortos e feridos nessa guerra, até agora pouco conhecida, ocorreu na segunda metade dos anos 80 do séc. XX. Segundo dados oficiais, que, naturalmente, abrangem apenas o período "oficial" e estão muito longe da realidade, as baixas entre os militares soviéticos em Angola, entre Novembro de 1975 e Novembro de 1979, constituíram 11 pessoas, entre as quais 7 oficiais e 4 praças. Um número verdadeiramente ridículo se se tiver em causa a envergadura do envolvimento dos nossos militares nas "acções de guerra". Segundo outros dados, mas também muito longe da realidade, dos 12 mil militares soviéticos que passaram por Angola, morreram 54 homens. Mas também este número dificilmente corresponderá à realidade. Durante os 17 anos de cooperação político-militar oficial com Angola, que terminou com a desintegração da União Soviética, segundo os meus cálculos, as nossas perdas no conflito angolano até 1992 foram superiores a cem pessoas mortas.

Neste número não entram apenas militares, mas outras categorias de especialistas: pilotos civis, técnicos, marinheiros, muitos dos quais trabalharam, ao lado dos seus colegas de galões, para as forças armadas locais (FAPLA). Os militares que morreram devido a terríveis doenças tropicais em Angola não foram considerados baixas militares na estatística do Estado Maior General. Mas, não obstante, mais de duas dezenas de especialistas nossos, enviados para Angola a fim de cumprir o "dever internacionalista" e, sublinhamos, completamente saudáveis no momento da partida (a comissão médica militar do Estado Maior é prova disso), regressaram à Pátria em caixões de zinco. As causas foram: febre amarela, malária, picadas de mosca tsé-tsé e mais dezena e meia de doenças exóticas locais incuráveis...

Dezenas de conterrâneos nossos morreram nesse país africano depois de 1992, quando entre a Rússia e Angola terminou a cooperação militar a nível oficial."