O destacamento de comandos Vitiaz fazia treinos de tiro utilizando como alvos fotografias de Alexandre Litvinenko, revelou o diário polaco Dziennik.
Num vídeo de publicidade do centro de treinos dos comandos, a que o jornal teve acesso, vê-se como os comandos afinam a pontaria no retrato do antigo agente dos serviços secretos russos: três balas atingem, uma atrás da outra, o rosto de Litvinenko, refugiado político russo que foi envenado em Londres, em Novembro passado.
Imagens fotográficas semelhantes foram captadas a 7 de Novembro de 2006, quando se realizou a cerimónia de entrega da boina vermelha, símbolo dos comandos russos, em que participou Serguei Mironov, Presidente da Câmara Alta do Parlamento russo.
O diário Dziennik contactou o coronel Serguei Lissiuk, comandante do centro de treinos do Vitiaz, que declarou que os alvos eram “simples cartazes” e que “ninguém disparou contra Litvinenko”. Porém, o vídeo foi retirado do sítio electrónico do centro de treinos. Os jornalistas polacos voltaram a telefonar ao coronel para lhe perguntar a razão do desaparecimento do vídeo, mas, desta vez, desligou o telefone.
A reportagem fotográfica conservou-se no cache Google e numa das fotos vê-se como Mironov sai da sala de tiro, acompanhado por um homem de boina vermelha, e por detrás dele são visíveis três cartazes com Litvinenko, que aponta uma arma.
Tudo isso ocorreu numa altura em que Litvinenko já tinha sido envenenado com polónio e morria numa clínica de Londres.
Os comandos russos Vitiaz tinham motivos para estar irritados com o antigo espião, porque membros seus são personagens dos livros de Litvinenko.
No livro “Grupo Criminoso da Lubianka” (Sede do Serviço Federal de Segurança da Rússia), ele acusa oficiais do Vitiaz de, a troco de importantes somas de dinheiro, protegerem empresas comerciais em relação ao mundo do crime.
Noutra obra, “O Serviço Federal de Segurança explode a Rússia”, onde Litvinenko acusa os serviços secretos de estarem por detrás das explosões que destruíram edifícios em Moscovo e noutras cidades russas, provocando centenas de mortos em 1999, Serguei Lissiuk é recordado várias vezes.
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2 comentários:
«Litvinenko acusa os serviços secretos de estarem por detrás das explosões que destruíram edifícios em Moscovo e noutras cidades russas, provocando centenas de mortos em 1999»
Não ficaria minimamente admirado. A mesma coisa aconteceu em Nova Iorque em 2001, com outros serviços secretos.
É engraçado Milhazes, certas teorias da conspiração não lhe causam engulho nenhum.
Caro Diogo, que dizer-lhe? Talvez o provérbio espanhol: Não acredito em bruxas, mas que as há, há...
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