Ontem à noite, adormeci quando ouvia a notícia, transmitida pela SIC, de que o magnata russo Roman Abramovitch tinha chegado, no seu sumptuoso iate, a Porto Santo e pretendia investir na economia da Madeira...
Talvez por isso e por já há alguns dias ter assistido, também pela televisão, à campanha eleitoral na Madeira, sonhei que o Presidente Aníbal Cavaco Silva e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, se encontraram e decidiram trocar Roman Abramovitch por Alberto João Jardim.
Segundo o acordo luso-russo, Roman Abramovitch passou a governar a Madeira e Alberto João Jardim foi substituir o magnata russo no cargo de governador da República da Tchukotka, no Nordeste da Rússia, perto da fronteira com o Alasca.Talvez por isso e por já há alguns dias ter assistido, também pela televisão, à campanha eleitoral na Madeira, sonhei que o Presidente Aníbal Cavaco Silva e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, se encontraram e decidiram trocar Roman Abramovitch por Alberto João Jardim.
Feita a troca, Abramovitch passou a governar a Madeira por telemóvel, a partir de Londres, tal como faz com a Iakútia actualmente, aparecendo apenas no Palácio de Belém para dar conta dos grandes êxitos sociais e económicos da Madeira e para comunicar a Cavaco Silva que pretendia continuar a financiar do seu bolso programas de desenvolvimento da região autónoma, bem como concertos grátis de Marco Paulo, Tony Carreira e Roberto Leal.
Como contrapartida, o Presidente português prometeu ao oligarca deixá-lo continuar a enriquecer, tanto mais que as vitórias do Chelsea constituíam um grande orgulho não só para todos os madeirenses, mas para os portugueses em geral.
Escusado será dizer que clubes como o Marítimo e o Nacional passaram a substituir o Sporting e o Benfica nos segundo e terceiro lugares do campeonato de futebol, atrás do Porto.
Chegado à Tchukotka, onde habita um povo da família dos esquimós: os thuktchas, Alberto João Jardim começou a chantagear imediatamente o Kremlin. Caso Putin não abrisse os cordões à bolsa, não concedesse subsídios para rasgar novas estradas, construir novos hotéis e muitas outras obras públicas, ameaçou proclamar a independência da Tchukotka.
Durante a última campanha eleitoral para o cargo de Governador da Tchukotka, Alberto João Jardim apelidou o Presidente russo de "colonialista", "imperialista" e "fascista", prometeu "dar uma lição" a Vladimir Jirinovski caso ele ousasse ir fazer campanha eleitoral para a Tchukotka e convidou estrelas da música ligeira russa como Alla Pugatchova, Iossif Kobson e Sofia Rotaru.
No momento em que João Jardim entoava a conhecida canção tchukote "E quem não salta, não é da malta!", acordei aterrorizado e com suor a escorrer pela cabeça.
Isto é cada sonho! Tenho de ver menos televisão! Um jornalista deve estar bem informado, mas tenho de ter cuidado com a saúde mental!
De manhã, pensei: "Que chatice não ter conseguido ver o sonho até ao fim". Fiquei sem saber se Vladimir Putin enviou as tropas russas para pôr fim aos anseios separatistas do governador local, ou ordenou à justiça que o detivesse e o condenasse a pena de prisão no Cáucaso, ou se o Governador conseguiu escapar refugiando-se em Londres.
Talvez esse sonho continue uma noite destas...
4 comentários:
Genial! Seja um sonho ou não, o texto está genial! Deu para rir um bocadinho. Parabéns pelo blog e pelos textos publicados. Do melhor que se faz em termos de jornalismo na blogosfera. Sou leitor assíduo. Saudações.
Subscrevo inteiramente o comentário anterior. Sou também leitor assíduo desde o início do blog...e todos os dias, sem excepção, dou cá uma saltada para ver as novidades. Grande abraço!
Acaso continue, tenha a bondade de o relatar no S. blog, pois umas boas gargalhadas serão sempre bem-vindas a qualquer altura do dia.
Condecoro-o, ups, entusiasmei-me, desculpe. Queria eu dizer, congratulo-o pela forma mordaz como construíu o texto... e pelo brilhantismo do resultado final.
Hic Hic Hurra
Só é pena que não passe de um sonho irrealizável. Não há nenhum russo assim tão burro...
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