O leitor Nuno A.Ferreira enviou-me uma série de perguntas sobre a liberdade de imprensa na Rússia, a que tentarei responder.
Quando se fala de liberdade de imprensa na Rússia, temos de analisar a questão à luz do poder de influência dos vários meios de comunicação na sociedade actual. A privação da liberdade de expressão, por exemplo, já pouco ou nada tem a ver com a censura clássica, quando o censor lia previamente textos de jornais e revistas, de rádio e televisão para cortar partes com o lápis vermelho.
Do ponto de vista formal, as autoridades russas têm razão quando afirmam que na Rússia há liberdade de expressão. Efectivamente, se alguém chega a Moscovo, compra alguns jornais ou revistas russas, vê que esses órgãos de informação publicam textos que satisfazem o maior dos opositores do Presidente Putin.
Mas, na realidade, a liberdade de expressão é fortemente limitada de outras maneiras. Os órgãos de informação que chegam a casa de todos os habitantes da Federação da Rússia, ou seja, os canais de televisão, estão, directa ou indirectamente, nas mãos do Estado. O mesmo se pode dizer das estações de rádio que transmitem para todo o território do país. Uma análise dos programas destes poderosos meios de comunicação mostra que os seus conteúdos são fortemente filtrados pelas autoridades russas.
Quando se fala de liberdade de imprensa na Rússia, temos de analisar a questão à luz do poder de influência dos vários meios de comunicação na sociedade actual. A privação da liberdade de expressão, por exemplo, já pouco ou nada tem a ver com a censura clássica, quando o censor lia previamente textos de jornais e revistas, de rádio e televisão para cortar partes com o lápis vermelho.
Do ponto de vista formal, as autoridades russas têm razão quando afirmam que na Rússia há liberdade de expressão. Efectivamente, se alguém chega a Moscovo, compra alguns jornais ou revistas russas, vê que esses órgãos de informação publicam textos que satisfazem o maior dos opositores do Presidente Putin.
Mas, na realidade, a liberdade de expressão é fortemente limitada de outras maneiras. Os órgãos de informação que chegam a casa de todos os habitantes da Federação da Rússia, ou seja, os canais de televisão, estão, directa ou indirectamente, nas mãos do Estado. O mesmo se pode dizer das estações de rádio que transmitem para todo o território do país. Uma análise dos programas destes poderosos meios de comunicação mostra que os seus conteúdos são fortemente filtrados pelas autoridades russas.
Além disso, as tiragens dos jornais e revistas são muito mais baixas do que nos anos 80 ou 90 e não chegam a muitas regiões da Federação da Rússia. Na era da perestroika, o semanário Argumenti e Fakti chegou a ter tiragens de 30 milhões de exemplares! Hoje, nem para lá caminha.tantos
É difícil falar de liberdade num país onde são assassinados tantos jornalistas e os autores dos crimes não são encontrados. O rígido controlo por parte do Estado dos mais importantes órgãos de informação e a falta de segurança que sentem os jornalistas levam ao aparecimento de auto-censura, que também não facilita a liberdade de expressão em geral e o jornalismo de investigação em particular.
É difícil falar de liberdade num país onde são assassinados tantos jornalistas e os autores dos crimes não são encontrados. O rígido controlo por parte do Estado dos mais importantes órgãos de informação e a falta de segurança que sentem os jornalistas levam ao aparecimento de auto-censura, que também não facilita a liberdade de expressão em geral e o jornalismo de investigação em particular.
No entanto, há um limite depois do qual o actual regime político russo, que tenho dificuldade em definir: talvez capitalismo de Estado com elementos de autoritarismo e repressão?, se transformará num regime totalitário. No dia em que esse regime começar a limitar a internet e a dificultar a saída dos cidadãos da Rússia para o estrangeiro, poder-se-á considerar que o autoritarismo e a ditadura se tornaram irreversíveis. Daí a importância de a União Europeia não isolar a Rússia.
Não obstante todas as dificuldades que a União Europeia atravessa, um russo que visita os países membros desta organização compreende que vale a pena viver em democracia. Só é pena que o Ocidente, por vezes, também dá maus exemplos...
Não obstante todas as dificuldades que a União Europeia atravessa, um russo que visita os países membros desta organização compreende que vale a pena viver em democracia. Só é pena que o Ocidente, por vezes, também dá maus exemplos...
1 comentário:
Muito obrigado pela pronta resposta.
Nuno Andrade Ferreira
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