"Estado Novo do Doutor Salazar" - parte 2
Texto de Nikolai Skirdenko, ideólogo da Unidade Nacional Russa
"Após passarem pelos cérebros dos intelectuais, essas ideias transformaram-se em energia destrutiva entre os elementos marginais das grandes cidades, bem como no Sul do país desnacionalizado, afastado das raízes, onde a mistura de raízes étnicas foi mais visível. Na Idade Média, a população do Sul nem sequer era considerada parte da nação portuguesa, o que ficou expresso no nome do país: reino de Portugal e do Algarve.
Forte resistência às novidades decompositoras foi oferecida pelo Norte camponês, cuja população constituía um grande monolito étnico e constituía a nação portuguesa propriamente dita, que nascera devido à fusão do povo galego com as tribos germânicas dos suevos. Os habitantes do Norte distinguiram-se sempre pelas fortes bases morais, apego às tradições, à religiosidade e ao trabalho.
O confronto entre o Norte e o Sul, o povo e a camada intelectual foi evidente em todos os acontecimentos históricos importantes do país nos séc. XIX-XX. Este confronto foi aumentado e aprofundado pela cisão no exército, na igreja e até na dinastia reinante, no interior da qual tinha lugar uma luta constante entre os elementos destruidores e os elementos conservadores e criadores.
Todo o séc. XIX – “o século maçónico” – decorreu em levantamentos, conluios, golpes militares, revoluções e guerras civis intermináveis. As forças da destruição, não tendo apoio sério no povo, gozavam de amplo apoio moral, político, financeiro e, frequentemente, militar da França e principalmente da Inglaterra, que, com cada nova revolução, aumentava o jugo económico e político de Portugal, transformando-o gradualmente num domínio seu.
Como sempre, os revolucionários maçónicos de todo o tipo: liberais, republicanos e, mais tarde, anarquistas e comunistas, encobriam, sob a gasta bandeira da liberdade e do progresso, os seus objectivos anti-religiosos e principalmente anti-nacionais. Todas as revoluções visavam destruir as bases nacionais. Neste sentido, a revolução de 1910 foi a mais sintomática. Além da proclamação da república pela multidão no primeiro dia do golpe, não foi feito absolutamente nada em prol do famigerado progresso e melhoramento da vida do povo. Foi realizada toda uma série de medidas para substituir os símbolos nacionais e a reforma da ortografia. Foi aprovada uma legislação particularmente pormenorizada e agressiva contra a igreja. Nessa altura, a igreja portuguesa, não obstante todos os defeitos do catolicismo, conservava, em geral, o carácter nacional e, por conseguinte, a legislação anti-clerical visava não tanto a igreja, quanto a nação, cujos interesses ela expressava".
(continua)
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