sábado, junho 16, 2007

"Parque das Vítimas da Malvadez"

Pode parecer um nome estranho para um "velho europeu", mas não o é para aquele que ainda tem bem patente na alma os horrores do comunismo.
O local captado pela objectiva da câmara fotográfica foi, há muitos séculos atrás, uma colina sagrada para os "estis", antepassados dos actuais estónios, onde os sacerdotes pagãos se reuniam para sacrificar animais aos deuses.
Em 1991, após a Estónia se ter tornado independente, foi decidido dedicar o local a outras vítimas, às vítimas do comunismo soviético. Entre 1939 e 1991, 280.000 (duzentos e oitenta mil estónios) foram vítimas das perseguições do regime comunista, tendo 78.000 (setenta e oito mil) sido exterminados em campos de concentração da Sibéria. Se tivermos em conta que o número total de estónios não era superior a um milhão, pode-se fazer a ideia das dimensões da calamidade que atingiram este povo.
Por isso, não é de estranhar o nome: "Parque das Vítimas da Malvadez". Um desenho da Estónia na relva com os números de vítimas das perseguições do comunismo por distrito.

O sino que não deixa esquecer a dor e a quadra do poema épico estónio "Kalevipoeg" grava na pedra palavras para gerações futuras: "Jamais se deverão apagar/ As passadas memórias queridas/ O peso da aflição/ A intensidade do sofrimento"

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