sábado, agosto 11, 2007

Campanha eleitoral na Ucrânia começa mal


Tal como tudo na vida, também as férias acabam e, a pouco e pouco, começamos a mergulhar nos acontecimentos políticos da próxima temporada. Entre eles estão as eleições parlamentares na Ucrânia, marcadas para 30 de Setembro e importantes para a determinação do rumo político do país. Verdade seja dita, a campanha eleitoral começa da pior forma, com a decisão da Comissão Eleitoral não registar as listas de candidatos de uma das principais forças políticas: Bloco Iúlia Timochenko.

A Comissão Eleitoral Central (CEC) da Ucrânia recusou-se hoje a registar as listas dos candidatos do Bloco Iúlia Timochenko para as eleições parlamentares antecipadas do próximo 30 de Setembro.

“Nas listas eleitorais não figura o local de residência dos candidatos a deputado, mas apenas a entidade administrativa onde estão registadas as suas moradas” – declarou Tatiana LuKach, secretária da CEC, citada pelas agências ucranianas.

Faltou apenas o voto de um dos membros da Comissão Eleitoral Central para que a força política de Iúlia Timochenko, uma das destacadas dirigentes da Revolução Laranja de 2004, fique, pelo menos por enquanto, fora da corrida eleitoral. Dos 14 membros da CEC, sete votaram a favor do registo, tendo-se registado o mesmo número de abstenções. Para que esse bloco tivesse sido incluído nos boletins de voto, deveria ter recebido o apoio de pelo menos oito membros da CEC.

“Hoje, presenciamos um verdadeiro linchamento político. Desse modo, querem afastar o nosso bloco da corrida eleitoral” – declarou Petró Krupko, representante do Bloco Iúlia Timochenko na CEC, assegurando que a direcção do bloco irá recorrer perante os tribunais a decisão da Comissão.

Além disso, cerca de meia centena de militantes desse partido realizam hoje uma manifestação de protesto em frente da sede da CEC no centro de Kiev. Os manifestantes prometem não arredar pé do local até que a Comissão anule a sua decisão e permita ao partido dar início à campanha eleitoral.

Em conformidade com a legislação eleitoral, o Bloco Iúlia Timochenko tem até 25 de Agosto para voltar a apresentar as suas listas com os candidatos aos 450 lugares na Rada Suprema (Parlamento) da Ucrânia.

Segundo as últimas sondagens, o Bloco de Timochenko pode conseguir o apoio de cerca de 20% do eleitorado, menos de dez pontos abaixo do Partido das Regiões da Ucrânia, do actual primeiro-ministro e favorito, Victor Ianukovitch.

Quanto ao Bloco Nossa Ucrânia, liderado pelo Presidente Victor Iuschenko, as sondagens dão-lhe apenas cerca de 10% das intenções de voto.

A CEC já registou também os candidatos do Partido Comunista, do Partido Socialista e do Partido Socialista Progressista, mas só o primeiro parece reunir condições para superar a barreira dos 5%, necessária à eleição de deputados.

Depois de vários meses de crise institucional, Iuschenko e Ianukovitch acordaram, em finais de Maio, convocar legislativas antecipadas para 30 de Setembro. Vamos acompanhar este combate, que promete renhido.

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