quinta-feira, outubro 25, 2007

Ao encontro da Cimeira UE/Rússia 3

A Rússia e a União Europeia estão em condições de “aproximar as suas posições” sobre o estatuto do Kosovo, considerou hoje Serguei Iastrjembski, assessor do Kremlin para as relações com a UE.
“Há um potencial para aproximar posições (...), uma compreensão de que uma decisão deve basear-se nos princípios internacionais e que não deve haver precipitações” – declarou ele numa conferência de imprensa dedicada à Cimeira de Mafra.
“Seguimos atentamente a posição dos Estados membros da UE e constatamos que não existe unidade de pontos de vista no seu interior sobre o Kosovo” – sublinhou.
“Alguns países receiam com fundamento um desenvolvimento dramático e imprevisível dos acontecimentos no caso da proclamação unilateral da independência do Kosovo” – considera Iastrjemdski.
A Rússia apoia a Sérvia na sua oposição à independência do Kosovo, cujos dirigentes têm o apoio da União Europeia e Estados Unidos.
Além da questão do Kosovo, na Cimeira de Mafra irá abordar-se também a crise nuclear em torno do Irão. Mas Serguei Iastrjembski anunciou que a questão da instalação do escudo antimíssil norte-americano na Polónia e República Checa não se encontra na ordem de trabalhos da Cimeira.
“Este tema não figura oficialmente na ordem de dia porque a UE evita abordar este tema abertamente sob o pretexto de que não se trata de uma questão relevante da UE e que deve ser discutida directamente entre a Rússia, NATO e estados Unidos” – declarou Iastrjembski.
“Nós não procuramos, de forma alguma, degradar artificialmente as relações que nos unem aos nossos parceiros criando novos problemas, nomeadamente durante a cimeira. Não excluo que este tema venha à superfície quando for passada em revista a situação no continente europeu no domínio da segurança” – acrescentou.
Serguei Jastrjembski lamentou a posição optada sobre esse tema. “Não se pode optar a estratégia da avestruz e recusar a examinar, avançando argumentos puramente formais, um tema que preocupa um grande número de cidadãos e elites políticas na Europa” – frisou.
Segundo ele, a posição russa, que se opõe à instalação do escudo antimíssil norte-americano, encontra compreensão entre milhares de europeus.

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