Documentos do Arquivo Diplomático da Política Externa da Rússia revelam que Mafra já era um local conhecido dos russos, pelo menos, em meados do século XVIII. Não por lá se encontrar o Palácio da família real portuguesa, mas pelas qualidades curativas da sua terra.
A 23 de Junho de 1770, Dmitri Alkseevitch Golitsin, Embaixador da Rússia na Holanda, envia uma carta a Iohann Anton Borchers, cônsul-geral desse país, com um pedido curioso.
"Ele (Marquês de Pombal) encontra-se em Mafra, uma pequena vila a 12 léguas de distância de Lisboa, uma terra cuja virtude é curar os cancros. Foi um homem chamado José Barros que a descobriu. Esse homem estava, antigamente, ao serviço do Rei, mas foi desvinculado" - escreve o diplomata russo.
"Senhor, ficar-lhe-ei infinitamente grato se o Sr. puder procurar-me uma boa quantidade dessa terra. Nesse caso, o Sr. teria a bondade de colocá-la numa caixa de ferro branco, soldada, e, depois, numa outra caixa de madeira, e me envie para aqui, por mar, para a minha morada" - continua Dmitri Golitsin.
Para que não restem dúvidas da importância do pedido, Golitsin sublinha na sua missiva: "Não devo esconder do Sr. que lhe peço isso por ordem de Sua Majestade, a nossa Augusta Imperatriz (Catarina II). Se necessário, recorra ao Senhor Conde de Oeiras (Marquês do Pombal). Regozijo-me porque o grande Ministro não levantará dificuldade à satisfação do pedido da nossa Soberana".
Aqui é necessário fazer um parentesis para constar que o príncipe Dmitri Golitsin (1734-1803) era não apenas um distinto diplomata, mas também um conhecido cientista russo. Amigo de Voltaire, Golitsin deixou-nos obras de Ciências Naturais, Filosofia e Economia Política. Em 1778, foi eleito membro honorário da Academia das Ciências de São Petersburgo.
Dois meses depois, a 25 de Agosto do mesmo ano, Dmitri Golitsin volta ao assunto. "Senhor, fico-vos infinitamente obrigado pelos esforços que faz para me enviar terra de Mafra.
Qualquer que seja o sucesso, suplico-lhe instantemente que não negligencie esse objecto e que me envie o mais rapidamente possível. É para Sua Majestade Imperial que lhe peço e, se for preciso, dirija-se ao Conde de Oeiras para obter a permissão do Sr. Barros" - insiste o príncipe russo.
Foi-nos impossível encontrar nos arquivos russos documentos que testemunhem se Iohann Anton Borchers cumpriu ou não tão importante missão, mas seria bom se a terra de Mafra ajudasse a curar as maleitas que afectam as relações entre a União Europeia e a Rússia.
A 23 de Junho de 1770, Dmitri Alkseevitch Golitsin, Embaixador da Rússia na Holanda, envia uma carta a Iohann Anton Borchers, cônsul-geral desse país, com um pedido curioso.
"Ele (Marquês de Pombal) encontra-se em Mafra, uma pequena vila a 12 léguas de distância de Lisboa, uma terra cuja virtude é curar os cancros. Foi um homem chamado José Barros que a descobriu. Esse homem estava, antigamente, ao serviço do Rei, mas foi desvinculado" - escreve o diplomata russo.
"Senhor, ficar-lhe-ei infinitamente grato se o Sr. puder procurar-me uma boa quantidade dessa terra. Nesse caso, o Sr. teria a bondade de colocá-la numa caixa de ferro branco, soldada, e, depois, numa outra caixa de madeira, e me envie para aqui, por mar, para a minha morada" - continua Dmitri Golitsin.
Para que não restem dúvidas da importância do pedido, Golitsin sublinha na sua missiva: "Não devo esconder do Sr. que lhe peço isso por ordem de Sua Majestade, a nossa Augusta Imperatriz (Catarina II). Se necessário, recorra ao Senhor Conde de Oeiras (Marquês do Pombal). Regozijo-me porque o grande Ministro não levantará dificuldade à satisfação do pedido da nossa Soberana".
Aqui é necessário fazer um parentesis para constar que o príncipe Dmitri Golitsin (1734-1803) era não apenas um distinto diplomata, mas também um conhecido cientista russo. Amigo de Voltaire, Golitsin deixou-nos obras de Ciências Naturais, Filosofia e Economia Política. Em 1778, foi eleito membro honorário da Academia das Ciências de São Petersburgo.
Dois meses depois, a 25 de Agosto do mesmo ano, Dmitri Golitsin volta ao assunto. "Senhor, fico-vos infinitamente obrigado pelos esforços que faz para me enviar terra de Mafra.
Qualquer que seja o sucesso, suplico-lhe instantemente que não negligencie esse objecto e que me envie o mais rapidamente possível. É para Sua Majestade Imperial que lhe peço e, se for preciso, dirija-se ao Conde de Oeiras para obter a permissão do Sr. Barros" - insiste o príncipe russo.
Foi-nos impossível encontrar nos arquivos russos documentos que testemunhem se Iohann Anton Borchers cumpriu ou não tão importante missão, mas seria bom se a terra de Mafra ajudasse a curar as maleitas que afectam as relações entre a União Europeia e a Rússia.
3 comentários:
Que história tão curiosa, a "pequena" vila de Mafra ser conhecida em terras tão longinquas e por poderes tão milagrosos...estas crenças do antigamente sao deliciosas.
Caro Leitor, isto só mostra que já nessa altura o mundo era muito pequeno, mesmo sem Internet e telemóvel.
Caro josé,
Descobri há pouco tempo este sítio. Gostei.
Curiosa a referência a esta terra e quem a referenciou. "iohanan" (seria "Yohanan?"), significa "João" e vem do hebraico.
Voltarei mais vezes.
Enviar um comentário