O dia 08 de Março continua a ser amplamente celebrado na Rússia como Dia Internacional da Mulher, com direito a feriado nacional. E como, este ano, coincide com um sábado, as autoridades russas decidiram compensar essa perda fazendo da segunda-feira um dia de descanso.
A Primavera, a pouco e pouco, vai abrindo caminho e, embora o manto branco continue a cobrir as ruas e parques de Moscovo, o mercúrio dos termómetros desce cada vez mais raramente abaixo do zero grau.
Verdade seja dita, se o mercúrio nos termómetros subisse tão rapidamente como o preço das flores na capital russas nas vésperas do Dia Internacional da Mulher, teríamos hoje um quente dia de Verão.
A ausência de Sol é compensada pela beleza das mulheres, que inspirou os mais belos poemas.
Gavriil Derjavin (1743-1816), um dos mais conhecidos poetas russos, não foi excepção e deixou-se conquistar por Catarina Bastidão, a quem deu o nome de musa: Plenira. Catarina foi fruto do casamento de um português e de uma russa, herdando deles uma beleza rara na Rússia.
O pai, Jacob Bastidão, que, ao que tudo, indicada, era um cristão-novo, foi do Principado de Holstein (na Alemanha) para a Rússia juntamente com o grão-duque Piotr Fiodorovitch, que veio a ocupar o torno russo com o nome de Pedro III, mas por pouco tempo, porque acabou de ser derrubado por um golpe palaciano, organizado pela esposa, a futura Catarina II.
Jacob, que era moço de câmara de Pedro, casou com Matriona Dmitrevna, ama de peito do filho de Pedro III e Catarina II, o futuro imperador Paulo I. Catarina Bastidão parece ter recebido o seu nome em honra da imperatriz russa.
Além dos dotes físicos: “cabelos negros, olhos escuros, traços da cara perfeitos”, Catarina era uma mulher inteligente e com uma grande curiosidade de estudar. Em 1778, com apenas 16 anos, a jovem casa-se com o poeta Derjavin, que se tinha apaixonado por ela à primeira vista, e faz um enorme esforço para se aperfeiçoar do ponto de vista intelectual.
Ivan Dmitriev, contemporâneo de Derjavin, escreveu a propósito de Catarina: “Com um rosto belo, ela reunia em si um intelecto culto e qualidades maravilhosas de uma alma suprema... A sua educação tinha sido a mais comum, mas ela, depois do casamento, entregou-se ao estudo das melhores obras literárias francesas e russas”.
Catarina, segundo testemunhos da época, tinha também “sólidos conhecimentos no campo da música e da arquitectura”.
Gavriil Derjavin ocupou vários cargos de responsabilidade nas estruturas estatais do Império Russo, tendo, por exemplo, sido governador de Tambov, região da Sibéria Ocidental. Durante a sua estadia nessa cidade, Catarina criou aí o primeiro teatro.
A beldade luso-russa estava também ao corrente dos acontecimentos internacionais da época. Em Setembro de 1790, o grande historiador e escritor russo, Nikolai Karamzin, acabava de regressar de uma viagem pela Europa e almoçava em casa dos Derjavin. Tendo assistido à Revolução Francesa de 1789, Karamzin abordou, durante a conversa, o tema com alguma condescendência, o que levou várias vezes Catarina a dar pontapés ao historiador por debaixo da mesa. Terminado o almoço, Catarina chamou Karamzin ao lado e explicou-lhe que entre os convidados estava uma prima da aia preferida da imperatriz Catarina II, que, nessa altura, já mandara queimar os livros dos iluministas franceses e retirar dos seus palácios os bustos de Voltaire e Diderot.
Catarina Derjavina/ Bastidão faleceu ainda jovem, com 34 anos. Destroçado pela perda da sua amada, o seu marido, que em numerosos poemas lhe chamou musa Plenira, escreve então um dos seus mais belos poemas: “A Andorinha”, que termina com as palavras: “Canta a imortalidade, lira!/Eu ressuscitarei, sim ressuscitarei/ E na imensidão do éter/ Encontrar-te-ei, Plenira”.
A Primavera, a pouco e pouco, vai abrindo caminho e, embora o manto branco continue a cobrir as ruas e parques de Moscovo, o mercúrio dos termómetros desce cada vez mais raramente abaixo do zero grau.
Verdade seja dita, se o mercúrio nos termómetros subisse tão rapidamente como o preço das flores na capital russas nas vésperas do Dia Internacional da Mulher, teríamos hoje um quente dia de Verão.
A ausência de Sol é compensada pela beleza das mulheres, que inspirou os mais belos poemas.
Gavriil Derjavin (1743-1816), um dos mais conhecidos poetas russos, não foi excepção e deixou-se conquistar por Catarina Bastidão, a quem deu o nome de musa: Plenira. Catarina foi fruto do casamento de um português e de uma russa, herdando deles uma beleza rara na Rússia.
O pai, Jacob Bastidão, que, ao que tudo, indicada, era um cristão-novo, foi do Principado de Holstein (na Alemanha) para a Rússia juntamente com o grão-duque Piotr Fiodorovitch, que veio a ocupar o torno russo com o nome de Pedro III, mas por pouco tempo, porque acabou de ser derrubado por um golpe palaciano, organizado pela esposa, a futura Catarina II.
Jacob, que era moço de câmara de Pedro, casou com Matriona Dmitrevna, ama de peito do filho de Pedro III e Catarina II, o futuro imperador Paulo I. Catarina Bastidão parece ter recebido o seu nome em honra da imperatriz russa.
Além dos dotes físicos: “cabelos negros, olhos escuros, traços da cara perfeitos”, Catarina era uma mulher inteligente e com uma grande curiosidade de estudar. Em 1778, com apenas 16 anos, a jovem casa-se com o poeta Derjavin, que se tinha apaixonado por ela à primeira vista, e faz um enorme esforço para se aperfeiçoar do ponto de vista intelectual.
Ivan Dmitriev, contemporâneo de Derjavin, escreveu a propósito de Catarina: “Com um rosto belo, ela reunia em si um intelecto culto e qualidades maravilhosas de uma alma suprema... A sua educação tinha sido a mais comum, mas ela, depois do casamento, entregou-se ao estudo das melhores obras literárias francesas e russas”.
Catarina, segundo testemunhos da época, tinha também “sólidos conhecimentos no campo da música e da arquitectura”.
Gavriil Derjavin ocupou vários cargos de responsabilidade nas estruturas estatais do Império Russo, tendo, por exemplo, sido governador de Tambov, região da Sibéria Ocidental. Durante a sua estadia nessa cidade, Catarina criou aí o primeiro teatro.
A beldade luso-russa estava também ao corrente dos acontecimentos internacionais da época. Em Setembro de 1790, o grande historiador e escritor russo, Nikolai Karamzin, acabava de regressar de uma viagem pela Europa e almoçava em casa dos Derjavin. Tendo assistido à Revolução Francesa de 1789, Karamzin abordou, durante a conversa, o tema com alguma condescendência, o que levou várias vezes Catarina a dar pontapés ao historiador por debaixo da mesa. Terminado o almoço, Catarina chamou Karamzin ao lado e explicou-lhe que entre os convidados estava uma prima da aia preferida da imperatriz Catarina II, que, nessa altura, já mandara queimar os livros dos iluministas franceses e retirar dos seus palácios os bustos de Voltaire e Diderot.
Catarina Derjavina/ Bastidão faleceu ainda jovem, com 34 anos. Destroçado pela perda da sua amada, o seu marido, que em numerosos poemas lhe chamou musa Plenira, escreve então um dos seus mais belos poemas: “A Andorinha”, que termina com as palavras: “Canta a imortalidade, lira!/Eu ressuscitarei, sim ressuscitarei/ E na imensidão do éter/ Encontrar-te-ei, Plenira”.
2 comentários:
A retratada é Catarina Bastidão? Se for, está aí uma lição aos poetas e não poetas russos: beba com moderação!
É o retrato dela e, na época, não só marido, mas outros conhecidos homens russos escreveram sobre a beleza de Catarina Bastidão.
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