O Arco da Neutralidade, um dos mais grandiosos monumentos a Saparmurat Niazov edificado durante a vida do ditador, será transferido do centro de Achkhabad para o sul da capital da turcomena, anunciou hoje o centro de imprensa do Governo da Turcomenistão.
“No sul da capital tem início a Avenida da Neutralidade, que tem o mesmo nome do Arco, e aí está a formar-se um novo conjunto arquitectónico moderno” – informam as autoridades da Turcomenistão, antiga república soviética da Ásia Central.
O Arco da Neutralidade é um conjunto arquitectónico encimado por uma enorme estátua dourada de Saparmurat Niazov, que roda seguindo o movimento do Sol e constituía um dos maiores monumentos da era do “Presidente vitalício” da Turcomenistão.
Durante 15 anos, Niazov governou com “mão de ferro” o país que possui uma das mais ricas reservas de gás natural do mundo e faleceu aos 65 anos, vítima de “insuficiência cardíaca”.
A decisão de transferir a estátua do ditador faz parte da política de liberalização empreendida, no ano passado, pelos actuais dirigentes do país.
Um dos sinais formais dessa liberalização tímida consiste no regresso ao calendário ocidental. Além disso, os turcomenos começaram a ter acesso à Internet e os retratos de Niazov são retirados das praças e ruas das cidades.
O actual Presidente, Gurbanguli Berdimukhammedov, decidiu regressar ao calendário ocidental a “pedido da população”.
“Milhares de cidadãos, nas suas cartas, pedem para voltar aos nomes dos meses do calendário ocidental. Proponho que se analise esta questão na próxima sessão do Parlamento” – declarou Akdja Nurberdieva, presidente do Parlamento do Turcomenistão.
O dirigente turcomeno apoiou essa proposta e defendeu que deve ser tomada uma decisão até finais de Junho.
A reforma anterior do calendário foi feita em 2002 pelo ditador Niazov, que decidiu rebaptizar o mês de Janeiro com o nome de “Turkmenbachi” (pai de todos os turcomenos), título detido por ele. O mês de Abril passou a ser Gurbansoltan, em honra da mãe dele, Setembro recebeu o nome de Rukhama, título do tratado filosófico escrito também por Niazov. Os restantes meses passaram a chamar-se Liberdade (Outubro), Neutralidade (Dezembro), Bandeira (Fevereiro), ou receberam nomes de poetas e sultãos turcomenos.
Também os dias da semana não escaparam ao ímpeto reformador de Saparmurat Niazov. Por exemplo, o Domingo passou a chamar-se Dia do Descanso e a Segunda-Feira rebaptizada para Primeiro Dia.
Além de ter reformado o calendário, o ditador criou um forte culto da sua própia personalidade, recebendo os títulos de “pai de todos os turcomenos”, “grande chefe” e “simbolização humana do Turcomenistão”.
Nos últimos anos do séc. XX, o ensino médio e superior foi fortemente reduzido, tendo sido proibido as pós-graduações, doutoramentos, porque foram considerados “inúteis”. A instrução foi reduzida praticamente a nove anos de escola e muitas das disciplinas foram substituídos pelo estudo do tratado Rukhama (Mensagem Espiritual ao Povo Turcomeno).
Saparmurat proibiu também a televisão por satélite e cabo, bem como o acesso quase total à Internet.
Em Junho de 2007, o actual Presidente restaurou as pós-graduações e doutoramentos. Em Abril passado, abriu o acesso às tecnologias de ponta e propôs mesmo a instalação de computadores ligados à Internet nos infantários. Das ruas das cidades e vilas começam a ser retirados monumentos a Niazov, o seu perfil dourado desapareceu dos quatro canais de televisão públicos, ficando nas capas dos manuais escolares.
Não sei o que passa na cabeça dos ditadores, mas deverão ser paranóicos no poder. Não conseguem olhar para a História e ver que o fim é sempre o mesmo: o desprezo das gerações vindouras.
“No sul da capital tem início a Avenida da Neutralidade, que tem o mesmo nome do Arco, e aí está a formar-se um novo conjunto arquitectónico moderno” – informam as autoridades da Turcomenistão, antiga república soviética da Ásia Central.
O Arco da Neutralidade é um conjunto arquitectónico encimado por uma enorme estátua dourada de Saparmurat Niazov, que roda seguindo o movimento do Sol e constituía um dos maiores monumentos da era do “Presidente vitalício” da Turcomenistão.
Durante 15 anos, Niazov governou com “mão de ferro” o país que possui uma das mais ricas reservas de gás natural do mundo e faleceu aos 65 anos, vítima de “insuficiência cardíaca”.
A decisão de transferir a estátua do ditador faz parte da política de liberalização empreendida, no ano passado, pelos actuais dirigentes do país.
Um dos sinais formais dessa liberalização tímida consiste no regresso ao calendário ocidental. Além disso, os turcomenos começaram a ter acesso à Internet e os retratos de Niazov são retirados das praças e ruas das cidades.
O actual Presidente, Gurbanguli Berdimukhammedov, decidiu regressar ao calendário ocidental a “pedido da população”.
“Milhares de cidadãos, nas suas cartas, pedem para voltar aos nomes dos meses do calendário ocidental. Proponho que se analise esta questão na próxima sessão do Parlamento” – declarou Akdja Nurberdieva, presidente do Parlamento do Turcomenistão.
O dirigente turcomeno apoiou essa proposta e defendeu que deve ser tomada uma decisão até finais de Junho.
A reforma anterior do calendário foi feita em 2002 pelo ditador Niazov, que decidiu rebaptizar o mês de Janeiro com o nome de “Turkmenbachi” (pai de todos os turcomenos), título detido por ele. O mês de Abril passou a ser Gurbansoltan, em honra da mãe dele, Setembro recebeu o nome de Rukhama, título do tratado filosófico escrito também por Niazov. Os restantes meses passaram a chamar-se Liberdade (Outubro), Neutralidade (Dezembro), Bandeira (Fevereiro), ou receberam nomes de poetas e sultãos turcomenos.
Também os dias da semana não escaparam ao ímpeto reformador de Saparmurat Niazov. Por exemplo, o Domingo passou a chamar-se Dia do Descanso e a Segunda-Feira rebaptizada para Primeiro Dia.
Além de ter reformado o calendário, o ditador criou um forte culto da sua própia personalidade, recebendo os títulos de “pai de todos os turcomenos”, “grande chefe” e “simbolização humana do Turcomenistão”.
Nos últimos anos do séc. XX, o ensino médio e superior foi fortemente reduzido, tendo sido proibido as pós-graduações, doutoramentos, porque foram considerados “inúteis”. A instrução foi reduzida praticamente a nove anos de escola e muitas das disciplinas foram substituídos pelo estudo do tratado Rukhama (Mensagem Espiritual ao Povo Turcomeno).
Saparmurat proibiu também a televisão por satélite e cabo, bem como o acesso quase total à Internet.
Em Junho de 2007, o actual Presidente restaurou as pós-graduações e doutoramentos. Em Abril passado, abriu o acesso às tecnologias de ponta e propôs mesmo a instalação de computadores ligados à Internet nos infantários. Das ruas das cidades e vilas começam a ser retirados monumentos a Niazov, o seu perfil dourado desapareceu dos quatro canais de televisão públicos, ficando nas capas dos manuais escolares.
Não sei o que passa na cabeça dos ditadores, mas deverão ser paranóicos no poder. Não conseguem olhar para a História e ver que o fim é sempre o mesmo: o desprezo das gerações vindouras.
8 comentários:
O comentário anterior foi eliminado porque continha um vírus. Neste mundo, há mesmo gente que não sabe fazer mais nada além de mal. Espero que este lançador de vírus se engasgue, para não dizer pior.
É engraçado Sr. Jose milhazes, estava a ler este seu post e parecia que estava a ler pela terceira vez o "1984" do George Orwell... A sabedoria que decorre da experiencia tem sido claramente esquecida!
Caro Fomá, um excelente exemplo. Mas repetem,repetem. Por vezes, começo a duvidar que o Homem seja mesmo um ser racional. Pelo menos, alguns...
Olha que boa ideia essa de renomear Outubro, Novembro, e Dezembro! :)
Faz sentido chamar-lhes "oitavo", "nono" e "décimo", agora (2 mil anos) que temos 12 meses no calendário, em vez dos romanos 10?
E por acaso os nomes que o megalomaníaco escolheu nem säo maus.
Quanto ao resto que ele fez, enfim, nem merece comentário!
Mas cheira-me que o móbil da mudança da estátua deve ser para construir *algo*, que aquilo é terreno central! ;)
Caro leitor algo, eu também tenho a mesma sensação. Talvez um hipermercado se o processo de abertura continuar ou centro comercial. Como é o costume
PARABÉNS PELO ARTIGO, ADORO LER SOBRE O TURCOMENISTÃO E SEU POVO...COM A MORTE DE SARPARAT A ABERTURA SERÁ INEVITÁVEL...
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