sexta-feira, julho 25, 2008

Moscovo pretende voltar aos mares em força


A Rússia pretende equipar as suas Armadas do Mar do Norte e do Pacífico “com cinco ou seis grupos de porta-aviões”, bem como modernizar mísseis e submarinos, anunciou o almirante Vladimir Vissotski, comandante da Marinha da Rússia.
Discursando numa parada em honra do Dia da Armada Russa, o almirante Vissotski sublinhou que foi decidido não apenas construir porta-aviões, “mas sistemas marítimos de porta-aviões”.
“Tudo deverá funcionar em sistema, nomeadamente os porta-aviões. Nós chamámos a isso sistema naval de porta-aviões, que irão basear-se nas Armadas do Norte e do Pacífico... A construção desses sistemas terá lugar depois de 2012” – precisou.
O almirante Vladimir Vissotski frisou que os novos sistemas navais de porta-aviões serão muito diferentes dos actuais.
“Primeiro, eles irão actuar em interacção estreita com o grupo de tropas espaciais. Além disso, os sistemas de porta-aviões irão agir em contacto estreito com a Força Aérea e com os sistemas de defesa anti-aérea” – declarou.
Segundo ele, trata-se de constituir cinco ou seis grupos de porta-aviões.
Actualmente, a Marinha de Guerra da Rússia está equipada com um único porta-aviões: “Nikolai Kuznetsov”, que presta serviço na Armada do Norte desde 1985.
Esse navio pode transportar mais de 50 de aviões e helicópteros, tem uma tripulação de 1500 homens e atinge a velocidade dos 29 nós.
O porta-aviões “Nikolai Kuznetsov” está equipado com sistemas de desefa anti-submarino e de defesa anti-aérea.
A construção de novos porta-aviões faz parte de um plano mais amplo de modernização da Marinha de Guerra da Rússia.
“A Marinha de Guerra continuará a contrução de novos cruzadores de importância estratégica, submarinos multifuncionais, fragatas, corvetas, navios de desembarque, draga-minas, lanchas de combate e navios de apoio” – continuou o almirante.
Vissotski anunciou que a Marinha de Guerra russa ficará equipada, ainda este ano, com o complexo de mísseis de baseamento marítimo “Bulava-M”.
Este complexo foi construído para equipar os novos submarinos atómicos estratégicos da classe “Borei”.
Os últimos ensaios do complexo “Bulava-M” realizaram-se em 2007, mas sem sucesso.
“Não obstante existirem ainda algumas divergências sobre o míssil, ele vai acabar por aprender a voar. E não só a voar, mas a realizar o potencial nele depositado” – prometeu o almirante.
Segundo ele, “esse complexo será levado à perfeição, e ainda este ano, o controlo do comando da Marinha sobre esse processo é total”.
O complexo de mísseis “Bulava-M” é composto por vários mísseis com cargas nucleares que poderão ser apontados para diferentes alvos e tem um raio de alcance até aos oito mil quilómetros.
Quanto aos submarinos nucleares da classe Borei, o almirante anunciou que o modelo modernizado desse tipo de vaso de guerra irá equipar a Marinha russa até 2040, mas prometeu mais.
“Hoje, os nossos cientistas e construtores de submarinos atómicos já pensam no aspecto desse vaso de guerra depois de 2040. Agora, queremos já não só introduzir novas tecnologias, não só competir com o Ocidente, mas dar passos radicalmente novos, que nos permitem ver os submarinos da segunda metade do séc. XXI” - concluiu.

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